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Barroso acompanha Zanin; STF tem 4 a 0 contra desoneração da folha

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, votou, nesta sexta-feira (26/4), para validar a decisão liminar do ministro Cristiano Zanin que suspendeu os dispositivos da lei que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de empresas e de municípios. Até agora, são quatro votos favoráveis para validar a suspensão.

O julgamento está no plenário virtual da Corte — sistema em que os integrantes inserem os votos sem necessidade de discussão presencial sobre o tema — e estará disponível para apreciação até 6 de maio. A decisão de Zanin atende a pedido do governo federal.

Em ação apresentada na Corte, a Advocacia Geral da União (AGU) alegou que, sem indicação do impacto orçamentário, poderá ocorrer “um desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado”.

O magistrado afirmou que a decisão tem como objetivo “preservar as contas públicas”. No despacho, Zanin entendeu que na maneira como foi aprovada a lei, o orçamento fica prejudicado.

“A solução provisória, que busca privilegiar o espaço institucional de cada Poder, sem descurar da função constitucional do Supremo Tribunal Federal de verificar a validade dos atos normativos à luz da Constituição Federal, consiste em suspender a eficácia dos arts. 1o, 2o, 4o e 5o da Lei n. 14.784/2023, com a imediata submissão desta decisão ao Plenário do Supremo Tribunal Federal para confirmação ou não de tal deliberação, que busca preservar as contas públicas e a sustentabilidade orçamentária”, escreveu o ministro.

Até agora, votaram: Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

A decisão do ministro Cristiano Zanin causou incômodo no Legislativo. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta sexta-feira (26/5), que a iniciativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de judicializar a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e de municípios foi uma “precipitação infeliz”.

“Faremos demonstrações ao Supremo Tribunal Federal (STF), através de uma medida que tomamos hoje, que é um recurso de agravo em relação à decisão do ministro Cristiano Zanin, justamente para demonstrar a realidade do que se apresenta”, afirmou Pacheco, ao lado do senador Efraim Filho (União-PB), autor do projeto original sobre o tema.

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Semana da Europa completa 20 anos na celebração da cultura europeia

Entre os dias 4 e 22 de maio ocorre a 20ª celebração da Semana da Europa em Brasília. Com realização do Instituto Nacional de Cultura da União Europeia (EUNIC) e da Delegação da União Europeia no Brasil, esta edição contará com uma série de atividades dentro do tema escolhido: o meio ambiente.

A temática central do evento foi escolhida pela importância do debate do assunto no contexto mundial, especialmente no que diz respeito às questões climáticas.

A escolha permite ainda explorar diferentes abordagens e perspectivas, oferecendo ao público a oportunidade de participar de atividades variadas, que abordam aspectos fundamentais relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade.

O início da comemoração do festival cultural europeu, no dia 4 de maio, começa às 11h e vai até às 18h, no Museu de Arte de Brasília (MAB). A entrada será franca e aberta para todos os públicos. Contará com exposições de artes visuais, estandes e food trucks de gastronomia relacionados à cultura gastronômica europeia e apresentações de bandas com repertório europeu.

Também haverá programação para o público infantil. As crianças poderão se divertir com a contação de histórias em espanhol e alemão e oficina de artes com material reciclado.

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Pedro Leopoldo Rodeio Show: conheça os detalhes do novo local

Pedro Leopoldo Rodeio Show: conheça os detalhes do novo local (Ana Castela (Foto: Divulgação) – Luan Santana (Foto: Divulgação/ Lana Pinho))

As obras para o tão aguardado Parque da Música seguem em ritmo intenso para que, de 07 a 15 de junho, o Pedro Leopoldo Rodeio Show 2024 ocupe a sua nova casa. Foram escalados os maiores nomes da música brasileira para inaugurar o espaço: Ana Castela, Luan Santana, Jorge & Mateus, Lauana Prado, Bruno & Marrone, Kvsh e Zé Neto & Cristiano, Victor & Leo, Gustavo Mioto, Gusttavo Lima, Simone Mendes, Edson & Hudson e Eduardo Costa no palco principal do festival. Mas ainda há outros três setores com atrações exclusivas, como, Greg & Gont, Ricardo & Daniel, João Vitor & Gustavo, Vinícius e Rufini e outros nomes que agitarão o público. Na tarde desta quarta-feira (24), a organização do evento recebeu a imprensa e autoridades para apresentar o novo espaço. Os presentes fizeram um tour pelas obras que foi conduzido pelo CEO do Pedro Leopoldo Rodeio Show, Tiago de Brito.

“O nosso objetivo é proporcionar ainda mais conforto e comodidade ao público. Por isso, a festa será realizada em um espaço maior, com uma saída direta para a rodovia MG 424, a principal via de acesso para quem vai prestigiar o evento, seja saindo de Belo Horizonte ou de Sete Lagoas. O Parque da Música tem 17 hectares de área e vai comportar a ampliação de todos os setores do evento. Estamos investindo muito em paisagismo e mais de 240 palmeiras seria plantadas no perímetro do Parque. O estacionamento poderá receber até quatro mil veículos e o fluxo de trânsito, tanto para entrar, quanto para sair, será rigorosamente organizado”, diz Tiago de Brito.

Para o responsável por fazer o Pedro Leopoldo Rodeio Show ser uma realidade, a mudança de local representa um grande passo para aprimorar a experiência do público. “Além da chegada e da saída do espaço ser mais cômoda, estamos tornando mais fácil e conveniente a participação do público no evento que será histórico. Para efeito de comparação, o Parque de Exposições tem 4 hectares e o Parque da Música 17 hectares, ou seja, quadruplica a área do festival, o que gera uma melhor distribuição de espaço entre os setores e melhorar ainda mais a experiência de quem vem participar do evento”, diz Tiago de Brito.

Sustentabilidade

A responsabilidade ambiental sempre foi prioridade para a equipe do Pedro Leopoldo Rodeio Show e agora, no novo local, mais medidas serão implementadas. Todo o projeto foi elaborado levando em consideração o maior volume de reaproveitamento da água que, aliado ao paisagismo inovador, vai proporcionar experiências únicas ao público sem agredir o meio ambiente. Além disso, toda a movimentação de terra necessária para a construção do Parque da Música ocorrerá internamente, ou seja, sem a necessidade de transportar sedimentos para outros terrenos. E para a população do entorno, uma pista de caminhada será construída e disponibilizada até o mês de junho.

Confira as atrações do Pedro Leopoldo Rodeio Show 2024

07/06: Ana Castela + Luan Santana + Edson & Hudson

08/06: Jorge & Mateus + Bruno & Marrone + Lauana Prado + KVSH

14/06: Zé Neto & Cristiano + Victor & Léo + Gustavo Mioto

15/06: Gusttavo Lima + Simone Mendes + Eduardo Costa

07/06: The Fish House

08/06: Greg & Gont

14/06: Rafinha

15/06: Enrico

07/06: Vitor & Luan

08/06: Pedro Libe

14/06: João Vitor & Gustavo

15/06: Bruno & Dener

07/06: Ricardo & Daniel

08/06: Vinicius & Rufini

14/06: Éverton Canhoto

15/06: Victor Fonseca

Sobre o Pedro Leopoldo Rodeio Show

Em sua 19ª edição, o Pedro Leopoldo Rodeio Show é uma das maiores e mais tradicionais festas do peão de Minas Gerais, celebrando a cultura sertaneja e o espírito do rodeio. Com uma programação repleta de shows emocionantes com os artistas mais cotados do momento e entretenimento de alta qualidade, o evento atrai fãs de todo o país em busca de diversão e adrenalina.

Adquira seu ingresso aqui ou nos pontos de vendas físicos:

Belo Horizonte:

– Loja Ypslon – Barro Preto (Rua dos Guajajaras, 1677)

Pedro Leopoldo:

– Loja do Rodeio (Rua Dr. Herbster, 298 – piso 2)

Classificação: 16 anos

*Menores de 16 anos terão acesso ao evento somente acompanhados dos pais ou tutor. Na ausência, o menor deverá ir acompanhado de um maior e munido de uma autorização assinada pelos pais.

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Tendências e inovações: um panorama da segurança no turismo

Tendências e inovações: um panorama da segurança no turismo (Foto: Freepik)

Reiteradas vezes, temos apresentado e discutido dados oficiais que demonstram a relevância da atividade turística nos contextos econômico e social do mundo globalizado. É perceptível a importância deste setor dinâmico e vivo na construção de cenários evolutivos de sustentabilidade, em todos os sentidos.

Certamente, a evolução dos diversos setores envolvidos na cadeia turística deve ser sistêmica, englobando todos os segmentos estatais e privados deste contexto.

Seguindo os padrões evolutivos, todos os componentes do setor turístico devem estar aptos à evolução necessária nos quesitos tecnológicos, nas novas demandas, nas exigências naturais aos novos padrões de consumo e, de igual maneira, a adequação às questões de segurança.

Pensando em novos comportamentos que estão direcionando as tendências turísticas, em todas as fases das ações desenvolvidas pelos viajantes e dos profissionais da atividade turística, vamos conduzir nossa conversa nesse sentido.

Novos padrões comportamentais e sua relação à segurança no turismo

Tempos modernos exigem comportamentos semelhantes, por isso o turista deve estar atento aos novos padrões, necessários e imprescindíveis, para o planejamento de sua experiência turística.

Há pouquíssimo tempo, via de regra, os modelos de contratação de serviços turísticos eram ligados ao contato físico entre o viajante e os demais envolvidos no circuito turístico. As informações eram mais concentradas e limitadas, o que direcionava o pretenso viajante a seguir um modelo existente nessas contratações.

No contexto atual, existem inúmeros meios e facilidades que oportunizam novas ações na apresentação de novas possibilidades turísticas e a contratação de serviços próprios da atividade. Processos mais modernos estão ligados à evolução tecnológica e o maior acesso do consumidor às informações disponibilizadas por todos os meios e plataformas disponíveis.

A evolução desses processos é muito bem-vinda. No entanto, devemos ressaltar a importância de cuidados elementares nesses acessos e contratações. A grande disponibilidade de dados e a diversidade de possibilidades oportunizam uma maior incidência na ocorrência de golpes e crimes, presenciais ou virtuais.

Processos mais céleres e personalizados

A modernização dos processos traz consigo maior celeridade e aproximação do desejo do turista aos serviços que poderão ser contratados efetivamente. Inúmeros procedimentos ficaram mais próximos e acessíveis pelas plataformas tecnológicas de fácil acesso e conectividade, bem como pela Inteligência Artificial (IA) que consegue disponibilizar uma gama imensa de cenários turísticos. Como forma de contextualizarmos, serão citados dois passos momentos bastante cruciais:

Toda viagem tem seu início no planejamento. Como uma disponibilidade quase irrestrita, as agências de turismo e plataformas digitais ofertam todos os serviços necessários para o atendimento de quaisquer demandas.

Ainda, as ferramentas disponibilizadas pela IA realizam cruzamentos de informações que oferecem diversas perspectivas ao usuário, o que pode contribuir em muito na tomada de decisão. Pois, podem particularizar as características do viajante, direcionando-o a determinados nichos, conforme suas preferências.

Nesse contexto, todo o processo, a partir do planejamento, as contratações, os pagamentos e acessos aos serviços contratados, estará contemplado por essas ferramentas. O que pode facilitar imensamente a vida do turista.

A tecnologia disponibilizada para esses momentos nas experiências turísticas facilita enormemente a vida dos viajantes. Sem dúvida, melhora a qualidade nos atendimentos e o tempo disponibilizado para as ações necessárias nessas atividades.

No que se refere ao setor de prestação de serviços, também contribui na melhoria e eficácia dos processos, no controle das atividades, na celeridade das ações e, ainda, uma melhoria na prestação de serviços.

Inúmeros são os benefícios na maior disponibilidade e celeridade nas atividades e aos serviços voltados para o atendimento ao turista.

Mesmo assim, fique atento às facilidades. Não deixe de observar os detalhes nos acessos, pesquisas, contratações e confirmações de todos os passos em suas viagens.

Para sua tranquilidade navegue em sites seguros e ambientes com a devida certificação de segurança. Nas contratações, leia atentamente os serviços contratados, sua implicações e informações gerais.

Golpes de toda a natureza são extremamente comuns. Além, da captura e utilização de seus dados pessoas de dados para usos difusos e fraudulentos. Por isso, sempre certifique da lisura e confiabilidade nos acessos realizados.

A importância da segurança no turismo

A intenção ao realizar uma viagem é que suas aventuras sejam marcadas por momentos positivos e de divertimento. Essas momentos devem ser coroados de lembranças marcantes e inesquecíveis. Para tanto, a segurança dever ser tratada como uma prioridade nas escolhas e comportamentos dos turistas, bem como para todos os envolvidos nesse sistema turístico que envolve os prestadores de serviços e os ambientes.

Refazendo os passos do planejamento de uma viagem, nos quais você teve acesso às diversas ofertas e tecnologias para escolha de seus destinos e serviços contratados, não deixe de observar questões práticas e elementares. Além dos cuidados fundamentais com a segurança digital e virtual, outros momentos das viagens também devem ser contemplados.

Os procedimentos de segurança nos deslocamentos, nas instalações destinadas à sua estada, na contratação de serviços diversos, nos passeios e outras facilidades devem ser tratados como assuntos prioritários.

Em outros momentos importantes de seu planejamento e desenvolvimento das viagens cuide de sua segurança financeira. Tenha muito cuidado ao planejar, pois os famosos “jabutis” podem ser colocados nos seus pacotes turísticos, forçando a contratação de serviços ou passeios que poderiam ser mais baratos e, por vezes, mais seguros.

Assim, busque sempre informações e dados que possam garantir sua segurança em todos os sentidos. Procure ambientes que possam disponibilizar um sentimento de segurança, uma entrega de benefícios, através de constatações físicas e presenciais de suas estruturas.

Sua segurança, sempre em primeiro lugar. Não caia em furadas e divirta-se em suas viagens. No mais busque atividades que transmitam um sentimento de segurança, mesmo nas aventuras mais radicais. Caso queira compartilhar suas experiências, de forma que a coluna possa contribuir para a segurança dos demais turistas, envie sua sugestão no nosso Instagram @portaluaiturismo.

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‘Tenho 90 anos e meu plano de saúde foi cancelado’: O que diz a lei sobre rescisão de convênios de idosos

Durante uma consulta de rotina com o cardiologista, a aposentada Stella Tarantino Lima, de 90 anos, foi orientada a marcar uma avaliação com um nefrologista, o médico especialista em rins. Mas o que parecia ser uma tarefa simples se transformou rapidamente num susto e numa enorme dor de cabeça que se prolongou por semanas.

Logo após a passagem pelo cardiologista, uma das filhas de Stella, a engenheira Marília Tarantino Burger, foi buscar na internet um nefrologista que estivesse dentro da cobertura da Unimed Nacional, o convênio da mãe dela.

Apesar de mudanças constantes nos nomes de empresas e nos pacotes de benefícios oferecidos, a aposentada paga o plano de saúde há mais de 30 anos. Atualmente, a mensalidade sai por cerca de R$ 3.900,00.

Ao acessar o portal do cliente no final de março, porém, veio a surpresa na forma de uma mensagem: “A Unimed Nacional reitera que o contrato encontra-se em fase de rescisão, tendo sua vigência encerrada em 09/05/2024.”

“Fiquei perplexa, não entendi direito o que aquilo significava…”, relata Marília.

“Procurei uma consultora que analisa os planos de saúde e ela me confirmou que o plano seria de fato rescindido.”

“E só descobrimos isso por acaso, porque entramos no sistema para buscar um especialista”, destaca ela.

Stella confessa que ficou indignada e aborrecida com a notícia.

“Simplesmente me botaram para fora, sem justificativa nenhuma”, conta ela.

“Imagine pagar por um serviço durante 30 anos, para uma entidade que você confia, e de repente ser ‘cancelada’. Fiquei frustrada e com medo, pois já tenho 90 anos.”

A jornalista Mônica Tarantino, outra filha de Stella, resolveu expor a situação nas redes sociais. Uma postagem que ela compartilhou no Linkedin sobre o caso recebeu mais de 9,5 mil curtidas.

“Nos comentários, muita gente relatou situações bem parecidas, de idosos, de pessoas em tratamento de câncer e até de crianças com autismo que acabaram excluídas pelos planos de saúde”, destaca Mônica.

“Eu não esperava essa repercussão com a postagem. Porque as empresas cancelam um contrato aqui e ali e achamos que sempre são casos pontuais. Mas não é uma coisa individual. Parece existir um problema coletivo aqui”, considera ela.

De fato, os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a instância do governo responsável por regular esse setor, mostram que essas rescisões de contrato pelas empresas são relativamente frequentes.

Segundo reportagem publicada no jornal Valor Econômico, nos últimos cinco anos foram mais de 69 mil reclamações relacionadas ao cancelamento unilateral dos planos de saúde. Apenas nos três primeiros meses de 2024, a ANS contabilizou 4,8 mil queixas do tipo.

O advogado Rafael Robba, sócio do Vilhena Silva, escritório especializado em direito à saúde, também notou um aumento de casos parecidos ao de Stella.

“Essa prática dos planos de saúde tem se tornado cada vez mais comum”, observa ele.

“Nós fizemos um levantamento aqui no escritório e, só no primeiro trimestre deste ano, ingressamos com o triplo de ações relacionadas à rescisão de contratos em comparação com o mesmo período do ano passado.”

‘Legislação omissa’

Robba explica que existem dois tipos principais de planos de saúde. O primeiro é o individual, que uma pessoa contrata diretamente para si ou para a família.

O segundo é o coletivo, que geralmente é acertado por uma empresa para os funcionários — ou por sindicatos e entidades de classe para os associados.

“Para os planos individuais ou familiares, a legislação proíbe o cancelamento unilateral do contrato, a menos que exista inadimplência ou fraude”, explica o advogado.

No entanto, a mesma regra não vale para os convênios coletivos. Nesses casos, as empresas podem, sim, fazer o cancelamento quando bem entenderem, se isso estiver previsto no contrato que foi assinado no início.

A rescisão só deve respeitar três regras. Número um: ela só pode ocorrer na data de aniversário do contrato. Dois: toda a carteira de clientes daquele plano coletivo deve perder o acesso (ou seja, não é possível excluir um indivíduo específico). E três: os usuários devem ser avisados com dois meses de antecedência sobre o término.

“A legislação é omissa e, por conta disso, as operadoras colocam no contrato essa previsão de que podem cancelar o contrato sem nenhuma justificativa”, opina Robba.

A advogada Marina Magalhães, pesquisadora do Programa de Saúde do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), destaca que a esmagadora maioria dos brasileiros que possuem planos de saúde estão em contratos coletivos — como a própria Stella.

“Cerca de 82% dos brasileiros com acesso à saúde complementar têm planos coletivos”, estima ela.

“Os planos individuais, em que não há a possibilidade de cancelamento, são uma minoria e estão cada vez mais restritos e difíceis de contratar”, complementa ela.

Os consumidores precisam recorrer, então, aos planos coletivos oferecidos para empresas, sindicatos e associações, mesmo que exista o risco do cancelamento unilateral.

No entanto, essa rescisão pode ser contestada na Justiça — algo que os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem estar cada vez mais frequente.

“Em determinadas situações, esses cancelamentos podem ser considerados abusivos, principalmente quando o contrato inclui pessoas muito idosas ou que fazem um tratamento de saúde, que dificilmente vão conseguir contratar outro plano”, aponta Robba.

“Nesses casos, a rescisão contraria a própria natureza do plano de saúde, que é justamente proteger a pessoa quando ela precisa de um cuidado. Nós pagamos o convênio por longos anos, enquanto estamos saudáveis, para justamente ter a garantia de usá-lo quando necessário.”

“E essa decisão deixa a pessoa numa situação de extrema vulnerabilidade”, complementa ele.

“No Idec, consideramos essa prática patentemente abusiva, em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil”, destaca Magalhães.

Robba explica que, nesses casos, os advogados que representam os clientes podem entrar com pedidos de liminar na Justiça para restaurar o plano — geralmente, os juízes tomam decisões favoráveis às pessoas e contrárias às empresas.

“O Judiciário tem dado respostas muito rápidas nessas situações, muitas vezes no mesmo dia”, diz ele.

“A ideia da liminar é justamente preservar o bem jurídico mais valioso que nós temos, que é a saúde e a vida. Em situações de cancelamento, o Judiciário tem dado respostas efetivas para impedir esse tipo de abuso contra o consumidor.”

Os especialistas concordam que, apesar da agilidade dos processos e das liminares na Justiça, é preciso pensar em maneiras de resolver o problema na origem — ou seja, diminuir as brechas na legislação e coibir o cancelamento unilateral dos planos.

Existe um projeto de lei em discussão na Câmara que pretende mudar algumas das regras que regem o mercado dos convênios.

O PL 7419, criado em 2006, agrega cerca de 270 propostas de modificações na legislação — entre elas, uma possível proibição do cancelamento unilateral dos contratos coletivos.

O atual relator do projeto é o deputado Duarte Jr. (PSB-MA), que divulgou um parecer sobre as mudanças na lei em setembro do ano passado e fez o assunto voltar à pauta.

Em outubro, porém, o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disse que o projeto de lei dos planos de saúde ainda não seria colocado em votação pelo plenário, pois há a necessidade de se discutir melhor o assunto e incluir as operadoras de saúde no debate.

“Não temos nenhuma sinalização de que esse cenário vai mudar em breve”, lamenta Magalhães.

‘Qualidade do serviço’ e ‘sustentabilidade’

Procurada pela reportagem, a ANS informou que “atua ativamente na defesa dos direitos de todos os beneficiários da saúde suplementar, mantendo e atualizando normativos que visam protegê-los”.

“Por isso, a reguladora destaca que tem regras claras sobre o cancelamento de planos e salienta que a operadora que rescindir o contrato de beneficiários, seja de plano coletivo ou individual, em desacordo com a legislação do setor pode ser multada em valores de até R$ 80 mil.”

“Importante destacar que é lícita a rescisão unilateral, por parte da operadora, do contrato coletivo com beneficiários em tratamento. No entanto, se houver a rescisão do contrato de plano coletivo (por qualquer motivo) e existir algum beneficiário ou dependente em internação, a operadora deverá arcar com todo o atendimento até a alta hospitalar. Da mesma maneira os procedimentos autorizados na vigência do contrato deverão ser cobertos pela operadora, uma vez que foram solicitadas quando o vínculo do beneficiário com o plano ainda estava ativo”, destaca a ANS.

“A agência orienta o usuário que estiver enfrentando problemas de atendimento para que procure, inicialmente, sua operadora para que ela resolva o problema e, caso não tenha a questão resolvida, registre reclamação junto à ANS nos canais de atendimento [site, telefone e postos físicos]”, conclui a nota.

Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) destacou que, “com o objetivo de garantir a qualidade na prestação dos serviços de saúde e a sustentabilidade dos contratos, as operadoras avaliam continuamente cada um dos seus produtos comercializados em conformidade com as regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)”.

“Essa avaliação pode indicar a necessidade de readequar a estrutura dos produtos (planos de saúde) e descontinuar outros. Vale ressaltar, portanto, que pode haver a rescisão do contrato entre as pessoas jurídicas (a empresa contratante e a operadora) a pedido de uma ou outra parte, devendo ser sempre precedida de notificação prévia, observando-se as disposições contratuais”, explica o texto.

“As operadoras possuem amplo portfólio de planos de saúde ativos sendo comercializados, proporcionando assim opções para quem deseja manter ou adquirir acesso à saúde suplementar”, diz a Abramge.

Plano restaurado

Enquanto buscava documentos e estudava as alternativas judiciais e de novos planos de saúde, a família Tarantino foi surpreendida por uma nova notícia.

A Qualicorp, empresa que administra os planos de saúde, entrou em contato com Mônica no dia 11 de abril e informou que houve um “erro de comunicação”. Portanto, o plano de saúde de Stella não havia sido cancelado de fato.

A BBC News Brasil entrou em contato com a Qualicorp e com a Unimed Nacional, que confirmaram a informação.

“Já estamos em contato com a família da beneficiária para garantir que todas as questões sejam esclarecidas de forma abrangente e satisfatória”, escreveu a Unimed.

“O plano está ativo e disponível para utilização, tanto pela beneficiária, quanto pelos demais associados da entidade. A administradora de benefícios informa que enviou comunicação para a cliente para prestar o devido esclarecimento e disponibiliza seus canais oficiais para esclarecer mais informações e tirar dúvidas”, complementou a Qualicorp.

Para Mônica, a notícia representa um alívio, mas não resolve todos os problemas.

“O cancelamento da exclusão da minha mãe resolve temporariamente uma questão individual que ganhou muita visibilidade, mas não muda um cenário que permite às operadoras excluírem unilateralmente os usuários dos planos por adesão”, avalia ela.

“Isso precisa ter fim, o que só acontecerá quando houver legislação que ponha um freio em mais esse abuso.”

Mônica pretende agora compilar todos os relatos que foram compartilhados nas postagens de redes sociais sobre cancelamentos de planos de idosos, crianças com autismo ou pacientes com câncer — e depois compartilhá-los com as autoridades.

“Quem sabe isso possa servir de subsídio para que as agências reguladoras e os legisladores tomem alguma decisão?”, questiona ela.

Já Stella diz ter perdido a confiança no plano de saúde — e teme ser excluída novamente no futuro.

“Quem garante que eles não vão me colocar para fora de novo assim que essa crise de agora for esquecida?”, conclui ela, referindo-se à repercussão do seu caso.

Lula vai à Colômbia e deve discutir situação da Venezuela com presidente Petro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja na tarde desta terça-feira (16/4) para Bogotá, na Colômbia. Amanhã (17), o chefe do Executivo terá agenda bilateral com o presidente colombiano Gustavo Petro. Entre as pautas, estão meio ambiente, sustentabilidade e cooperação amazônica, bem como a situação política da Venezuela. A previsão é de que, após a reunião, haverá a assinatura de atos bilaterais, seguida de declaração à imprensa.

Segundo o Itamaraty, deverão ser firmados memorandos de entendimentos sobre combate ao tráfico de pessoas, direitos humanos, cooperação policial, combate à fome, entre outros. O petista também participará do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia e da inauguração da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo), onde o Brasil é convidado de honra.

Lula é esperado ainda no Fórum Empresarial promovido pela ApexBrasil, que reúne empresários brasileiros e colombianos de variados setores.

Brasil e Colômbia mantêm intercâmbio comercial significativo, sendo o Brasil o terceiro maior parceiro do país vizinho.

As exportações brasileiras para a Colômbia apresentam tendência de crescimento desde 2003. Em 2023, ano em que o comércio bilateral totalizou US$ 6,1 bilhões, as exportações do Brasil alcançaram USD 3,8 bilhões, e as importações da Colômbia, US$ 2,3 bilhões. Mais de 70 empresas nacionais estão instaladas na Colômbia.

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Mantiqueirias: o turismo gastronômico de Gonçalves na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais

Mantiqueirias: o turismo gastronômico de Gonçalves na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais (Queijos da Serra da Mantiqueira (Foto: @paespelomundo))

Na busca por produtos que façam parte de uma boa mesa saudável, Minas Gerais tem ido além do tradicional. Na cidade de Gonçalves e entorno, no circuito turístico Serras Verdes do Sul de Minas, imersa na Serra da Mantiqueira, encontramos produtores de cogumelos, de geleias, cervejas artesanais, restaurantes com degustação de queijos e até pousada com café da manhã vegano. Agora todos os sabores da região estão indo mais longe.

Quem conhece Gonçalves se encanta à primeira vista com a ruralidade gastronômica daquele lugar. O centro da cidade é porta de entrada para uma dezena de pousadas afastadas – a maioria em estilo chalés, com vista para um mar verde, quase intocado, um ar puro e um encontro de chefs, produtores, cozinheiros e produtos artesanais sustentáveis. Um estilo de vida e um turismo gastronômico de vanguarda.

Drinks feitos com azeite na Oliq (Foto: @paespelomundo)

O acesso principal é a estrada AMG-1930 que liga a sede do município à MG-173, rodovia que dá acesso, ao sul, ao Vale do Paraíba, Via Dutra e São Paulo. No caminho várias paradas em cafés, produtores de azeite, queijos e muitas outras regionalidades.

Fazer turismo gastronômico pelo Brasil é uma viagem de descobertas, de encontros, de história a descobrir e a construir. Pelo mundo, quem faz turismo em cidades como Bolonha, na Itália, ou no interior da França, vai encontrar uma infinidade de programas por restaurantes renomados, por produtores de vinhos, por pratos conhecidos, por produtos que tem até o nome da própria cidade, como Torrone, Parma, Orange, entre outras. Por aqui, o turismo gastronômico tem um toque a mais, a natureza se alia à sustentabilidade, aos mares, às montanhas, aos sabores do campo, à nossa biodiversidade.

Costelinha com barbecue de goiabada – Sauá Restaurante (Foto: @paespelomundo)

Gonçalves

Em Gonçalves, o restaurante Sauá, do chef e professor Vitor Pompeu, faz mais uma vez esse encontro entre pequenos produtores, técnicas gastronômicas e um público cada vez mais curioso e interessado em boa gastronomia. O restaurante é uma referência na cidade. Foi lá que provamos a costelinha de porco com barbecue de goiabada e crispy de couve. Impecável.

Os sabores de Gonçalves estão nos restaurantes, nas pousadas, nos cantinhos das ruas, como no Chalezinho GastroBar e seus quitutes notívagos. Mas turismo gastronômico no Brasil não é fácil. É preciso aprendermos a viajar pelo interior desse país entre “cachoeiras e serras” como viajamos pelo exterior entre “vales e castelos”. É reconhecer o valor da natureza e sua abundância. É preciso sermos a demanda para que pequenos produtores não desistam.

Truta defumada no Paleobergue (Foto: @paespelomundo)

Um dos restaurantes e hospedagens interessantes que conheci em Gonçalves, por exemplo, fechou as portas, deu adeus ao projeto da culinária paleolítica no sul de Minas. A dieta paleo, baseada nos tipos de alimentos presumivelmente consumidos pelos humanos durante a Era Paleolítica, que durou até cerca de 10.000 anos atrás, antes do desenvolvimento da agricultura, tinha um exemplo bem ali em Gonçalves. O sonho de empreender não se vive sem demanda, sem pessoas que reconheçam valor no esforço, no cuidado, no diferencial do empreendimento.

Mas Gonçalves resiste e vai além. Na pousada Vida Verde, além da hospedagem aconchegante num enorme terreno verde, provei o café da manhã vegano. Uma incrível combinação dos melhores produtos da região. Ao som da cachoeira do Simão que faz parte da pousada. Frutas e até flores comestíveis colhidas na hora.

E como estamos em Minas Gerais, café não pode faltar. Numa das mais charmosas cafeterias da cidade, o Armazém São Bento, a Vera nos recebeu com bolos caseiros e café da região para esquentar o clima frio da serra. E os dias na Mantiqueira foram assim: entre café e bolos, queijos, casa de cogumelos e feiras livres.

Harmonização gastronômica com cervejas no Zalaz (Foto: @paespelomundo)

Parte desse tour gastronômico nos levou a conhecer a Zalaz, uma linda e moderna fazenda que produz cervejas, cafés, destilados etc. Um conceito sustentável que une comunidade, tradições, meio ambiente e já vem sendo reconhecido por vários países que importam seus produtos, como o Japão, por exemplo.

Mantiqueirias

Diante de tantas possibilidades, de tantos produtos incríveis que não poderiam ficar só no interior de Minas, o Mantiqueirias – clube de assinaturas, reúne todos os meses parte desses produtos da Serra da Mantiqueira e leva até nossa casa. Em parceria com todos esses produtores, que o clube faz questão de enaltecer os nomes, o Mantiqueirias entrega caixas com a curadoria de Adrian Alexandri, idealizador do projeto.

Numa nova caixa, recém-lançada, o Mantiqueirias disponibiliza três desses cinco queijos: Capela Velha, premiado no Mondial du Fromage, na França (Prata em 2017 e Bronze em 2019); Fazenda Jacob, bronze no Mondial du Fromage 2023; Irmãos Faria, produzido por dois jovens e já com Ouro em 2023, no Prêmio Queijo Brasil; Queijo do Cláudio, de casca mofada, Bronze no Mondial du Fromage, em 2019; e Queijo do Onésio, também de casca mofada, um dos precursores na região. As três meias-peças somam entre 1.6 kg, e 1.7 kg. Sempre acompanha uma lata de 420g do Doce de Leite Tropical, de Alterosa MG, puro ou com café, coco ou nozes.

Cachoeira do Simão na pousada Vida Verde (Foto: @paespelomundo)

Propósito do Mantiqueirias

Criado em 2020, o Mantiqueirias é um clube de assinatura que nasce com o propósito de valorizar o pequeno produtor da Serra da Mantiqueira. Todo mês uma caixa com cinco a seis diferentes produtos chega ao assinante: queijos, geleias, doce de leite, cervejas, cafés, aguardentes, azeites, chocolates, artesanato e muito mais. Entrega na cidade de São Paulo e região e em localidades onde o envio por Sedex não leve mais que um dia.

Sem dúvidas é uma daquelas ideias cheias de ideais. Um estilo de vida como propósito. Totalmente ao encontro da saudabilidade nas cozinhas, inspirando produtores, contando histórias. Viajar nem sempre é sair de casa. Mas é sem dúvidas querer conhecer, ter a mente aberta para o novo, e entender qual é nosso papel na vida. Afinal, viver é sobre conhecer, é sobre conhecimento. Que tal conhecer o Brasil com um tour pela Mantiqueira?

Thiago Paes é consultor em turismo gastronômico, apresentador de TV no Travel Box Brazil e colunista de Viagem e Gastronomia. Está nas redes sociais como @paespelomundo

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Mantiqueirias: o turismo gastronômico de Gonçalves na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais

Mantiqueirias: o turismo gastronômico de Gonçalves na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais (Queijos da Serra da Mantiqueira (Foto: @paespelomundo))

Na busca por produtos que façam parte de uma boa mesa saudável, Minas Gerais tem ido além do tradicional. Na cidade de Gonçalves e entorno, no circuito turístico Serras Verdes do Sul de Minas, imersa na Serra da Mantiqueira, encontramos produtores de cogumelos, de geleias, cervejas artesanais, restaurantes com degustação de queijos e até pousada com café da manhã vegano. Agora todos os sabores da região estão indo mais longe.

Quem conhece Gonçalves se encanta à primeira vista com a ruralidade gastronômica daquele lugar. O centro da cidade é porta de entrada para uma dezena de pousadas afastadas – a maioria em estilo chalés, com vista para um mar verde, quase intocado, um ar puro e um encontro de chefs, produtores, cozinheiros e produtos artesanais sustentáveis. Um estilo de vida e um turismo gastronômico de vanguarda.

Drinks feitos com azeite na Oliq (Foto: @paespelomundo)

O acesso principal é a estrada AMG-1930 que liga a sede do município à MG-173, rodovia que dá acesso, ao sul, ao Vale do Paraíba, Via Dutra e São Paulo. No caminho várias paradas em cafés, produtores de azeite, queijos e muitas outras regionalidades.

Fazer turismo gastronômico pelo Brasil é uma viagem de descobertas, de encontros, de história a descobrir e a construir. Pelo mundo, quem faz turismo em cidades como Bolonha, na Itália, ou no interior da França, vai encontrar uma infinidade de programas por restaurantes renomados, por produtores de vinhos, por pratos conhecidos, por produtos que tem até o nome da própria cidade, como Torrone, Parma, Orange, entre outras. Por aqui, o turismo gastronômico tem um toque a mais, a natureza se alia à sustentabilidade, aos mares, às montanhas, aos sabores do campo, à nossa biodiversidade.

Costelinha com barbecue de goiabada – Sauá Restaurante (Foto: @paespelomundo)

Gonçalves

Em Gonçalves, o restaurante Sauá, do chef e professor Vitor Pompeu, faz mais uma vez esse encontro entre pequenos produtores, técnicas gastronômicas e um público cada vez mais curioso e interessado em boa gastronomia. O restaurante é uma referência na cidade. Foi lá que provamos a costelinha de porco com barbecue de goiabada e crispy de couve. Impecável.

Os sabores de Gonçalves estão nos restaurantes, nas pousadas, nos cantinhos das ruas, como no Chalezinho GastroBar e seus quitutes notívagos. Mas turismo gastronômico no Brasil não é fácil. É preciso aprendermos a viajar pelo interior desse país entre “cachoeiras e serras” como viajamos pelo exterior entre “vales e castelos”. É reconhecer o valor da natureza e sua abundância. É preciso sermos a demanda para que pequenos produtores não desistam.

Truta defumada no Paleobergue (Foto: @paespelomundo)

Um dos restaurantes e hospedagens interessantes que conheci em Gonçalves, por exemplo, fechou as portas, deu adeus ao projeto da culinária paleolítica no sul de Minas. A dieta paleo, baseada nos tipos de alimentos presumivelmente consumidos pelos humanos durante a Era Paleolítica, que durou até cerca de 10.000 anos atrás, antes do desenvolvimento da agricultura, tinha um exemplo bem ali em Gonçalves. O sonho de empreender não se vive sem demanda, sem pessoas que reconheçam valor no esforço, no cuidado, no diferencial do empreendimento.

Mas Gonçalves resiste e vai além. Na pousada Vida Verde, além da hospedagem aconchegante num enorme terreno verde, provei o café da manhã vegano. Uma incrível combinação dos melhores produtos da região. Ao som da cachoeira do Simão que faz parte da pousada. Frutas e até flores comestíveis colhidas na hora.

E como estamos em Minas Gerais, café não pode faltar. Numa das mais charmosas cafeterias da cidade, o Armazém São Bento, a Vera nos recebeu com bolos caseiros e café da região para esquentar o clima frio da serra. E os dias na Mantiqueira foram assim: entre café e bolos, queijos, casa de cogumelos e feiras livres.

Harmonização gastronômica com cervejas no Zalaz (Foto: @paespelomundo)

Parte desse tour gastronômico nos levou a conhecer a Zalaz, uma linda e moderna fazenda que produz cervejas, cafés, destilados etc. Um conceito sustentável que une comunidade, tradições, meio ambiente e já vem sendo reconhecido por vários países que importam seus produtos, como o Japão, por exemplo.

Mantiqueirias

Diante de tantas possibilidades, de tantos produtos incríveis que não poderiam ficar só no interior de Minas, o Mantiqueirias – clube de assinaturas, reúne todos os meses parte desses produtos da Serra da Mantiqueira e leva até nossa casa. Em parceria com todos esses produtores, que o clube faz questão de enaltecer os nomes, o Mantiqueirias entrega caixas com a curadoria de Adrian Alexandri, idealizador do projeto.

Numa nova caixa, recém-lançada, o Mantiqueirias disponibiliza três desses cinco queijos: Capela Velha, premiado no Mondial du Fromage, na França (Prata em 2017 e Bronze em 2019); Fazenda Jacob, bronze no Mondial du Fromage 2023; Irmãos Faria, produzido por dois jovens e já com Ouro em 2023, no Prêmio Queijo Brasil; Queijo do Cláudio, de casca mofada, Bronze no Mondial du Fromage, em 2019; e Queijo do Onésio, também de casca mofada, um dos precursores na região. As três meias-peças somam entre 1.6 kg, e 1.7 kg. Sempre acompanha uma lata de 420g do Doce de Leite Tropical, de Alterosa MG, puro ou com café, coco ou nozes.

Cachoeira do Simão na pousada Vida Verde (Foto: @paespelomundo)

Propósito do Mantiqueirias

Criado em 2020, o Mantiqueirias é um clube de assinatura que nasce com o propósito de valorizar o pequeno produtor da Serra da Mantiqueira. Todo mês uma caixa com cinco a seis diferentes produtos chega ao assinante: queijos, geleias, doce de leite, cervejas, cafés, aguardentes, azeites, chocolates, artesanato e muito mais. Entrega na cidade de São Paulo e região e em localidades onde o envio por Sedex não leve mais que um dia.

Sem dúvidas é uma daquelas ideias cheias de ideais. Um estilo de vida como propósito. Totalmente ao encontro da saudabilidade nas cozinhas, inspirando produtores, contando histórias. Viajar nem sempre é sair de casa. Mas é sem dúvidas querer conhecer, ter a mente aberta para o novo, e entender qual é nosso papel na vida. Afinal, viver é sobre conhecer, é sobre conhecimento. Que tal conhecer o Brasil com um tour pela Mantiqueira?

Thiago Paes é consultor em turismo gastronômico, apresentador de TV no Travel Box Brazil e colunista de Viagem e Gastronomia. Está nas redes sociais como @paespelomundo

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Colaborando com a Agenda 2030

Colaborando com a Agenda 2030 (Foto: Satheesh Sankaran/ Pixabay )

Vivemos o tempo da sustentabilidade! A expectativa é que o mundo se movimente até 2030, para um novo comportamento! Este é um movimento mundial, mas será que veremos estes objetivos e metas serem alcançados?

Era já 2015, quando em uma Assembleia Geral das Nações Unidas, os chamados Estados Membros, que somavam quase 200 entes naquele momento, se reuniram, bastante preocupados com os rumos que o mundo seguia. Nesse encontro, perceberam a necessidade de que fossem definidas metas, que contemplassem pelo menos as dimensões ambiental, social, econômica e institucional, como uma estratégia mundial, com a tentativa ousada de que ninguém, nenhum ser humano do planeta terra fosse deixado de lado.

Naquele momento, nasceram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os ODS, que são tão falados e nem todos os viventes ainda entendem ou interagem com as metas estabelecidas em cada um dos 17 objetivos traçados.

Isso aí, são 17 objetivos e 169 metas globais, interconectadas, defendendo a necessidade de oferecermos ao mundo, todos unidos em um só compromisso, caminhos transformadores para a sustentabilidade.

Teoricamente isso proporcionará uma maior qualidade de vida para tudo e para todos, mas é sempre bom lembrar, que temos um prazo previsto para isto acontecer. Falamos do ano de 2030, aliás, quando você leitor, ouvir falar da agenda 2030, saiba que é sobre sustentabilidade que estamos falando!

Entendendo os ODS

Eu decidi me adequar a esta realidade e fui à cata de maiores informações sobre os ODS e suas metas e lógico, fui tentando entender como, quando e que situações conseguiria como cidadão, que vive no interior do Brasil, poderia contribuir com o cumprimento de toda Agenda 2030.

Por um lado, é muito desafiador, quando você começa a interpretar um por um dos objetivos de desenvolvimento sustentável e percebe, que ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, almejar a melhora da qualidade de vida não é uma obrigação apenas dos governantes, seja qual for a sua instância de atuação, mas de toda a sociedade mundial e é aí que o aperto chega.

Concordam que a Agenda 2030 só será concretizada se tivermos um alto percentual de mudança em nosso comportamento cotidiano? Pois é, o problema, é que estamos falando de bilhões de pessoas, com conhecimentos, culturas, vivências e expectativas diferentes no seu “corre” diário!

Pensando nisso, quebrei a cabeça e vou dizer, que não foi pouco e comecei a ver, como eu, cidadão brasileiro, independente de qualquer indução, poderia oferecer a minha contribuição para este movimento de transformação de toda a terra e é aí que, de certa forma, a coisa começa a ficar facilitada.

De fato, sozinhos não conseguiremos mudar nada! Em compensação, se não fizermos a nossa parte, cada um de nós contribuindo à sua forma, dentro da sua condição, aí sim é que o mundo não sai do lugar e poderemos desistir de pensarmos em um mundo sustentável.

Meta pessoal

Fui a luta e pessoalmente, comecei me observando como cidadão e como me comportava socialmente, economicamente e como contribuía para uma qualidade ambiental satisfatória nos locais onde rotineiramente frequentava no meu dia a dia.

Vi rapidamente, que poderia mudar alguns hábitos, buscar mais informações sobre tudo isso e conversar mais com as pessoas do trabalho, do meu rol de amizades, da minha família, sobre o que podemos fazer para que tenhamos sucesso em 2030.

Comecei de forma muito simples, promovendo uma coleta seletiva do “lixo” ou dos resíduos que produzia em minha casa. De cara percebi, que meu município já orientava a comunidade a se organizar para este fim, já que o caminhão do lixo tinha dias especiais da semana para o volume da coleta seletiva, separadamente do chamado lixo molhado.

Neste momento, já vi que não estava sozinho e que mudando meus hábitos caseiros, já estava comungando com o comportamento de mais pessoas em meu bairro, portanto em todo o meu município. Fiquei muito satisfeito em saber que além de mim, muitos vizinhos também já recolhiam seu lixo de maneira seletiva e já seguiam a rotina de coleta definida e conduzida pelo poder público.

Foi tão bom me sentir mais cidadão, perceber que estava contribuindo com o todo e o melhor, sem nem sair de casa! Meu trabalho foi exclusivamente ficar mais atento com o tipo de lixo que estava produzindo e como devia descartá-lo!

Conhecimento é fundamental para metas da Agenda 2030

Outra iniciativa importante que tomei, foi investir em conhecimento e me matriculei em mais um MBA, desta vez em ESG – Environment, Social & Governance, um conjunto de padrões e boas práticas, que tem como foco, definir e orientar práticas socialmente conscientes, sustentáveis e corretamente gerenciadas.

Este ano de convivência neste curso, com colegas do Brasil inteiro, aprendendo com professores especializados e um conteúdo bastante profundo em temas relevantes para todo este cenário transformador, tem sido fundamental para me sentir cada vez mais inserido e colaborando de fato com o alcance dos objetivos de Desenvolvimento sustentável preconizados na Agenda 2030!

Faltava, porém me enxergar na prática efetiva e aí ficou mais fácil ainda contribuir!

Como sabem, sou geógrafo, Analista Ambiental e trabalho atualmente com a implantação de projetos socioculturais e ambientais junto à algumas empresas em Minas e no Pará, que me aproximam de assentamentos, comunidades menos favorecidas, distritos e ambientes rurais em cidades com características bem diferenciadas, mas que convivem com os mesmos problemas dentro do universo social, ambiental, econômico e institucional.

No meu dia a dia profissional, é muito comum me ver atuando em ações e projetos que fazem parte de Programas de Educação Ambiental que, pela sua natureza, compreendem processos pelos quais as comunidades, em vários formatos, constroem valores sociais, habilidades, desenvolvem conhecimentos e capacidades que proporcionam a conservação do meio ambiente, que é um bem de uso comum para todos e é também essencial à qualidade de vida e claro, à sustentabilidade.

Querem saber como isso acontece em minha rotina?

Vou relatar abaixo, uma magnífica experiência que vivi recentemente em São Gonçalo do Bação, distrito do município de Itabirito em Minas Gerais onde resido. A intenção era celebrar o Dia Mundial da Água, que é comemorado em 22 de março, com crianças, jovens e seus familiares que vivem nas áreas de entorno da Cachoeira da Benvinda!

Foto: Ubiraney Silva

Acompanhem a vivência interessante, que tivemos.

Em uma manhã divertida na Cachoeira da Benvinda em São Gonçalo do Bação, com uma equipe de profissionais, desenvolvemos uma atividade de campo com as crianças e adolescentes do distrito e das comunidades de entorno.

No passeio ensolarado, todos puderam se proteger tomando bastante água, utilizando o protetor solar, muito repelente e conhecer um pouco da história do local onde estão inseridas as cachoeiras do complexo Benvinda.

Por ali todos os participantes aprenderam sobre os biomas e suas espécies, que foram facilmente observados no local e descobriram a importância da vegetação para a produção de água e para a qualidade do solo.

Foto: Ubiraney Silva

Os pequenos desbravadores e alguns pais e familiares que os acompanhavam viram, que o descuido nestas áreas, gera o risco dos processos de erosão e o comprometimento da qualidade da água, que é tão abundante na região.

Naquele dia, não faltou oportunidade para aprenderem também sobre a necessidade da conservação dos locais onde estão as cachoeiras, que são muito usadas por moradores e visitantes, mas que nem sempre tem o cuidado de recolherem os resíduos que são levados e deixados por lá.

Foto: Planeta D Social

Em um exercício animado, as crianças puderam com sua observação atenta, identificar e indicar o que estava errado naquele local e porque aquilo não pode acontecer, afinal o lixo não é saudável para os recursos hídricos, que devem ser conservados e protegidos por todos.

Com destaque para a importância da preservação dos Recursos hídricos para a manutenção da vida e de todas as espécies, de maneira bem lúdica os participantes mirins, aprenderam muito sobre a eficiência e a grandeza e a função da mata ciliar e sobre o conceito de bacia hidrográfica, bem como os rios, nascentes, lagoas e oceanos se conectam!

Tivemos algumas horas de diversão, sensibilização ambiental, integração e muita troca de conhecimentos. Sem falar, que aquelas crianças que tiveram esta riquíssima oportunidade, certamente voltaram para suas casas com uma bagagem ambiental bem mais recheada e prontos para se juntarem ao exército que fará a Agenda 2030 dar certo!

Percebem que todos nós podemos oferecer nossa contribuição para o alcance de um mundo melhor, mais sustentável e mais sensível às boas práticas que nos proporcionam uma maior qualidade de vida?

Por aqui, sigo mais animado e consciente de que, a minha maneira, sou parte desta transformação, muitas vezes sem sair da minha casa e sem ações mirabolantes, mas diretas e que trazem eficiência à sustentabilidade do território que me vejo inserido cotidianamente.

Pense aí, o que você pode fazer para fazer parte do nosso exército sustentável? Reflita sobre qual é o seu papel, o seu compromisso com a Agenda 2030!

Tome sua decisão, te garanto que sua vida ficará muito mais leve e saudável! Boa sorte e bem-vindo ao mundo transformador da sustentabilidade!

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Mato Grosso do Sul assina acordo para promover empreendedorismo indígena

Brasilândia (MS) — O governo do Mato Grosso do Sul assinou nesta sexta-feira (12/4) um termo de cooperação com o Sebrae para promover o empreendedorismo indígena. O estado possui 116 mil indígenas, de 10 etnias, divididos em 106 aldeias.

A parceria contempla capacitações profissionais, ações de acesso ao mercado de trabalho, entre outras iniciativas para apoiar o desenvolvimento do empreendedorismo nas comunidades indígenas. Um dos exemplos em andamento é o curso Empretec Indígena, que está sendo realizado com os Ofaié, em Brasilândia.

“É uma parceria que, na minha visão, vai transformar a realidade social dentro dos territórios indígenas. Ele traz não só o empoderamento dessas pessoas, mas também aperfeiçoa os trabalhos, as iniciativas, seja na área da arte, da cultura, mas também nas outras áreas do sistema de produção interna das nossas comunidades”, declarou Fernando Souza, subsecretário de Estado de Políticas Públicas para os Povos Originários do MS.

O governador do estado, Eduardo Riedel, também defendeu a atividade indígena. “O Estado tem obrigação de, através das políticas públicas, chegar à cada rincão desse território para poder fazer valer a política pública e a participação dessas pessoas no seu bem-estar, a partir das suas próprias visões, interesses e oportunidades”, disse.

Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, comentou a representatividade do Mato Grosso do Sul no empreendedorismo indígena. “Aqui há uma diferença muito especial, por isso o Sebrae Nacional está no MS. Todos sabemos que o conceito da sustentabilidade, dentro do processo econômico, permite renda, permite acesso à dignidade para os povos indígenas. É para levar este paradigma que o Sebrae e o Governo do Estado assinam esse termo. Estamos modificando a vida das pessoas para dar dignidade pelo empreendedorismo”, afirmou.

Com a assinatura, o Termo de Cooperação Institucional para o desenvolvimento de ações de empreendedorismo para os povos indígenas de Mato Grosso do Sul terá vigência de um ano, podendo ser prorrogado.

*A repórter viajou a convite do Sebrae

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