Renováveis representarão 70% da energia na Europa em 2040
Graças a uma queda nos custos de geração, as energias renováveis se desenvolverão maciçamente nos próximos anos e representarão 70% da eletricidade na Europa em 2040, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira.
“Os preços do gás e do carvão vão continuar baixos, mas isso não vai impedir uma transformação fundamental do sistema elétrico mundial nas próximas décadas em benefício das energias renováveis, como a eólica e a solar”, afirma a empresa de pesquisas Bloomberg New Energy Finance (BNEF) no relatório “New Energy Outlook 2016”.
Em 2015, as energias renováveis representavam 32% da produção total de eletricidade na Europa.
Nos Estados Unidos, as energias verdes (hidroelétrica, eólica, solar, etc) passarão de representar 14% da eletricidade, no ano passado, para 44% em 2040. E, apesar do boom do gás de xisto, a cota de mercado do gás passará de 33% para 31%.
“Uma conclusão que pode surpreender é que nossas previsões não apontam para uma idade de ouro do gás, exceto na América do Norte”, afirma Elena Giannakopoulou, economista especializada em energia, em um comunicado divulgado junto com o relatório.
“Enquanto fonte de eletricidade a nível mundial, o gás será superado pelas renováveis em 2027. Será necessário esperar até 2037 para que as renováveis ultrapassem o carvão”, acrescenta Giannakopoulou.
Segundo a BNEF, esta forte expansão das energias renováveis será possível por causa da redução contínua dos custos das tecnologias eólicas, que serão 41% mais baratas em 2040, e solares, que diminuirão 60% até esse ano.
Estas duas fontes de energia elétrica serão as mais baratas em muitos países na década de 2020, e em quase todo o mundo a partir de 2030.
A demanda de eletricidade aumentará também graças aos veículos elétricos e ao desenvolvimento do mercado das baterias.
Segundo a BNEF, em 2040 os carros elétricos representarão 35% das vendas de veículos novos no mundo todo, com um total de 41 milhões de unidades.
Entre 2016 e 2040 serão investidos cerca 7,8 trilhões de dólares nas energias verdes a nível mundial. No mesmo período, as energias fósseis atrairão 2,1 trilhões de dólares, principalmente nos países emergentes.
Essa transformação não será, porém, suficiente para respeitar os compromissos assumidos no acordo internacional sobre o clima, que preveem limitar o aquecimento global abaixo de 2°C em relação à era pré-industrial, de acordo com o relatório.
Para alcançar tal objetivo, seria necessário investir um adicional de 5,3 trilhões de dólares na produção de eletricidade baixa em carbono.
Fonte: Exame