ONU, governo brasileiro e Rio 2016 vão promover turismo sustentável durante as Olimpíadas

Em visita ao Brasil, o chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apresentou a campanha Passaporte Verde. A iniciativa oferece sugestões de roteiros e serviços turísticos sustentáveis para reduzir o impacto de viajantes sobre os biomas e comunidades que visitam.

Projeto teve início em 2008 e foi ampliado para atender aos cerca de 1 milhão de turistas que devem chegar ao Rio de Janeiro por conta dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Em passagem pelo Rio de Janeiro no sábado (30), o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, visitou a Floresta da Tijuca para apresentar a campanha Passaporte Verde – uma parceria da agência da ONU e dos Ministérios do Meio Ambiente, Esporte e Turismo para promover o turismo sustentável.

A iniciativa é parte de uma campanha global do PNUMA que oferece sugestões de roteiros, serviços e produtos turísticos sustentáveis.

O objetivo é reduzir o impacto dos viajantes sobre os biomas e comunidades que visitam, com informações sobre opções de transporte público, sobre restaurantes que valorizam alimentos e a culinária locais e sobre estabelecimentos comprometidos em reduzir o consumo de energia e água, o desperdício e a degradação ambiental.

Em 2016, o projeto brasileiro – lançado em 2008 – está recebendo o apoio do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A expectativa é de que, ao longo das competições, o projeto conscientize os visitantes da capital fluminense sobre as consequências de suas atividades para o meio ambiente.

“Temos que perceber que mais de um bilhão de pessoas viajam cruzando fronteiras nacionais como turistas todos os anos. Então, se quisermos reduzir a pegada de carbono do turismo, não devemos fingir que as pessoas não vão viajar, não visitarão outros países”, explicou Steiner.

“Nossa tarefa é trabalhar junto à indústria aeronáutica, o setor de transporte e hoteleiro, mas também com o setor de eventos, como nós estamos fazendo aqui no Rio para os Jogos Olímpicos.”

Segundo Steiner, o Passaporte Verde leva informações fundamentais aos turistas que, frequentemente, querem adotar comportamentos sustentáveis, mas não sabem como por não conhecerem o lugar para onde viajam. “É uma oportunidade para cada um fazer a diferença com as decisões (sobre) onde vai comer, os transportes que utilizam, os hotéis que utilizam.”

Também presente no evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou que o Passaporte Verde traduz “de forma simples e direta” para qualquer cidadão brasileiro e estrangeiro os objetivos da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável – principalmente o objetivo de nº 12 sobre consumo e produção responsáveis.

Utilizando apenas um aplicativo de celular, qualquer pessoa pode fazer escolhas mais sustentáveis sobre seus padrões de vida, destacou a chefe da pasta.

“Entre 800 mil e 1 milhão de turistas virão ao Brasil durante os Jogos Olímpicos. São 20 mil atletas, 25 mil jornalistas, são pessoas do mundo inteiro que vêm ver os seus países”, disse o CEO do Comitê Organizador dos Jogos, Sidney Levy.

“A gente espera que muita gente que venha ao Rio vá usar o Passaporte Verde, mas o mais importante é que a iniciativa fique na agenda do Rio de Janeiro para os turistas depois das Olimpíadas.”

Durante o evento, representantes do PNUMA, do Ministério e também das pastas do Esporte e Turismo assinaram uma carta de intenções, em que se comprometem a incentivar o consumo responsável e a estimular práticas de sustentabilidade no setor de turismo. Programas de educação ambiental durante o revezamento da Tocha Olímpica e ao longo dos Jogos também estão previstos pelo acordo.

A diretora nacional da agência da ONU no Brasil, Denise Hamú, destacou que o documento formaliza uma parceria que existe desde a Copa do Mundo de 2014, quando a campanha Passaporte Verde foi ampliada para atender aos turistas que vieram assistir às competições de futebol.

Segundo Hamú, a cooperação entre as Nações Unidas e as pastas do governo federal é fundamental para conscientizar não apenas os visitantes, mas também o setor de turismo, que deve se qualificar para tornar suas cadeias produtivas mais sustentáveis.

Fonte: ONU

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