Observatório do Clima rebate críticas de chefe da Embrapa
Em carta à redação de Globo Rural, entidade contesta a afirmação de que seus estudos não consideraria ações de mitigação da pecuária
O Observatório do Clima (OC) rebateu, na última quinta-feira (10/11), críticas feitas a estudo sobre emissão de gases de efeito estufa na agropecuária brasileira. Foi uma resposta a declarações do chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oliveira Soares, feitas em reportagem publicada na última terça-feira (8/11) no site da revista Globo Rural.
Estudos divulgados pelo Observatório na semana passada apontam que a pecuária de corte responderia por 65% das emissões na atividade rural no Brasil. Em sua crítica, divulgada, Soares disse que a pesquisa não leva em conta a mitigação das emissões possibilitadas, por exemplo, pelo bom manejo de pastagens.
O documento é assinado pelo coordenador-geral do Observatório do Clima, André Ferreti; pelo secretário executivo, Carlos Rittl; e por Tarso Azevedo, coordenador do SEEG. Foi enviado de Marrakesh, no Marrocos, onde está sendo realizada a Conferência COP 22, que discute a aplicação dos acordos fechados em Paris, no ano passado.
Eles acrescentam que a metodologia dos inventários oficiais não considerava “as variações de carbono” causadas pela agricultura e que, por este motivo, também não apareciam nos seus próprios dados até 2015.
“Desde 2014 a equipe do SEEG vem advogando a necessidade de incorporar os dados de carbono do solo ao inventário, inclusive porque, sem eles, será impossível verificar o cumprimento das metas de redução de emissões da agropecuária”, diz o comunicado.
O Observatório do Clima contesta a afirmação de que seus estudos não consideraria ações de mitigação. Seus diretores afirmam que em outubro deste ano divulgaram uma estimativa de variações de carbono no solo com referência em 2015. “Ocorre, porém, que tal mitigação ainda é menor que a emissão por pastos degradados no país”, afirmam.
Os dirigentes da entidade afirmam ainda acreditar no potencial da agropecuária como oportunidade de redução de emissões de gases de efeito estufa pelo Brasil. E defende desmatamento zero, restauração de áreas de preservação e recuperação de pastagens degradadas.
Fonte: Globo Rural