GM demite funcionários da fábrica São José dos Campos por telegrama

A General Motors demitiu trabalhadores da fábrica de São José dos Campos por telegrama na manhã desta sexta-feira (3). A montadora não disse a quantidade de funcionários afetados pela decisão.

Em nota, a GM afirmou que os desligamentos fazem parte do processo de “adequação do quadro de empregados anunciado em outubro de 2023”, firmado em acordo coletivo.

A empresa disse ainda que a medida foi “necessária” e “permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade”.

Em imagens do comunicado enviado aos funcionários que circularam nas redes sociais, é possível ler que havia trabalhadores em licença remunerada, a terminar nesta semana.

É pedido pela GM que o funcionário compareça em encontro marcado para “providências administrativas” e “demais orientações relacionadas ao término do contrato de trabalho”.

A montadora, que opera três unidades no estado —São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes— abriu um PDV (programa de demissão voluntária) em acordo com os Sindicatos dos Metalúrgicos das regiões afetadas no final do ano passado, após a Justiça do Trabalho determinar a reintegração de funcionários demitidos.

Em São José dos Campos, 839 trabalhadores foram reintegrados após a dispensa.

Folha Mercado

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Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, a entidade analisa que as demissões de hoje estão ligadas aos desligamentos evitados no ano anterior.

O acordo firmado entre sindicatos e a GM previa estabilidade para os funcionários reabsorvidos até maio deste ano.

Entre os 830 demitidos, a maioria aderiu ao PDV, o qual garantia que funcionários com mais de sete anos de casa receberiam um Onix Hatch, modelo de veículo da marca, ou R$ 85 mil.

Eles também receberiam o equivalente a cinco salários, e manteriam o plano de saúde por seis meses (benefício que poderia ser substituído pelo recebimento de R$ 12 mil).

Aqueles com menos tempo de vínculo com a GM receberiam seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses (ou R$ 6.000).

Gonçalves estima que, dentre os aproximadamente 140 trabalhadores que não aderiram ao PDV, alguns tenham sido chamados de volta às fábricas, e cerca de 50 podem ter sido desligados nesta manhã. A GM não confirmou a estimativa.

Não há reunião marcada entre a General Motors e representantes do Sindmetal de São José dos Campos, segundo o presidente da organização.

Apesar de as demissões não ferirem os acordos prestabelecidos entre a empresa e os sindicatos, Weller Gonçaves afirma que há contradição entre os desligamentos e anúncios de novos investimentos no Brasil feitos pela GM.

Em janeiro deste ano, a montadora anunciou um investimento de R$ 7 bilhões em sua operação no Brasil, a serem aplicados entre 2024 e 2028, com foco na mobilidade sustentável.

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