Da esquerda para a direita: o líder da iniciativa do PSI, Butch Bacani; o superintende de Sustentabilidade da SulAmérica, Tomás Carmona; o diretor Geral de Seguros da Finance Norway, Geir Trulserud, e o presidente da Associação das Seguradoras e Resseguradoras das Filipinas, Augusto Hidalgo
Representando a Comissão de Sustentabilidade e Inovação da CNseg, da qual é membro, e a SulAmérica, onde é superintendente de Sustentabilidade, Tomás Carmona participou em 5 e 6 de outubro, em Munique, na Alemanha, do “Insuring for Sustainable Development: Making it happen”, evento organizado pela iniciativa dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI), vinculado à ONU, com o apoio da seguradora Allianz.
Tendo como foco o debate das questões de sustentabilidade para a indústria de seguros mundial, o evento contou com um painel que abordou exclusivamente o engajamento das seguradoras no PSI por meio de suas entidades setoriais. Além de Tomás, representando a CNseg, o painel contou com representantes da Finance Norway, da Noruega, e da Associação das Seguradoras e Resseguradoras das Filipinas.
Durante as discussões, o líder da iniciativa do PSI, Butch Bacani, parabenizou a CNseg, destacando o ineditismo de seu trabalho de mobilização do mercado segurador brasileira para as questões Ambientais, Sociais e de Governança (ASG). “Vejam o efeito que isso provoca quando a associação de classe do país abraça essa agenda, vejam a quantidade de seguradoras que aderiram e continuam a aderir aos PSI no Brasil, vejam as metas que eles estabeleceram, vejam o planejamento estratégico que eles realizaram, vejam a Comissão de Sustentabilidade que eles instituíram. Porque vocês, representantes de grandes seguradoras mundiais, não buscam engajar assim suas associações?”, questionou Butch.
E além do engajamento da associação de classe do seguro, o Brasil também conta com o engajamento do órgão regulador do seguro. A Susep aderiu aos PSI em abril deste ano, juntando-se aos órgãos reguladores da Costa Rica, Filipinas, Estado da Califórnia e Estado de Washington. De acordo com Tomás, o alinhamento do órgão regulador às questões ASG facilitam a abordagem do tema no setor, aumentando a disponibilidade para o diálogo e o envolvimento das empresas. Para aprofundar esse tema, inclusive, está agendado para dezembro a instauração de um fórum exclusivo para os reguladores, o “Sustainable Insurance Forum for Supervisors (SIF)”.
Outro tema que não poderia ter ficado de fora dos debates em Munique é o Acordo de Paris, firmado em abril por 195 países para reduzir emissões de gases de efeito estufa e vigorando desde a semana passada, dia 4 de novembro. O entendimento é que o setor segurador tem um importante papel a desempenhar nesse esforço de impedir que a temperatura média global suba acima dos dois graus já considerados inevitáveis. Enquanto grande gestor de recursos financeiros, pode priorizar investimentos em economia de baixo carbono. Além disso, já há grandes seguradoras desinvestindo em certas indústrias, como a de geração de energia a base de carvão. A AXA, por exemplo, já anunciou que vai retirar todos os investimentos da indústria de tabaco, até mesmo por coerência, já que atua também no ramo de saúde.
“Enquanto gestoras de risco, as seguradoras também devem ter a capacidade de orientar e trabalhar junto aos seus clientes na minimização dos impactos das mudanças climáticas”, afirmou o Superintendente de Sustentabilidade da SulAmérica.
Durante sua passagem por Munique, Tomás Carmona também participou de reunião do board do PSI, onde a SulAmérica tem assento junto com a Bradesco Seguros e ********, e se discutiu a ampliação do espaço na agenda para as questões relacionadas a saúde e vida com destaque para as boas práticas, o alinhamento do setor segurador com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e o crescimento dos Seguros Inclusivos.
Outra atitude que a iniciativa PSI pretende estimular com mais intensidade junto às seguradoras é o da inclusão das questões ASG nos processos de avaliação de riscos e de subscrição, com impacto na precificação. Quem sabe as seguradoras brasileiras não saem na frente também nessas iniciativas?