Já pensou em passar uma tarde em uma charmosa vila de interior sem sair de Brasília? Essa é a proposta do Espaço Aroeira, um centro comercial localizado no Lago Norte, que oferece lojas, restaurantes e serviços em um ambiente acolhedor e bucólico, repleto de jardins ornamentais que convidam à tranquilidade. Comprometido com a sustentabilidade, o respeito ao cliente e a sinergia entre seus parceiros, o local promove um conceito baseado na fraternidade e na harmonia com o meio ambiente. Sua história começou em 2016, quando o proprietário, Ido Pellicano, convidou o agrônomo Fábio Padilha para prestar um serviço de consultoria no local, que, na época, era apenas uma loja de plantas.
“De início, cheguei aqui com a proposta de montar minha empresa de consultoria junto com minha sócia. Nós dois somos agrônomos e professores, e o Ido nos ofereceu um espaço porque queria trazer mais coisas para cá. Ele queria atrair pequenos empresários que tivessem afinidade com o espaço”, relembra Fábio. “Na época, só havia um café muito simples, sem opções gastronômicas, e a floricultura, mas ele me explicou que queria, na verdade, fazer dinheiro com o espaço — alugando para outros — porque estava pensando em se aposentar”, completa.
Com esse propósito em mente, Fábio Padilha sugeriu transformar os antigos barracões, antes usados para o cultivo de plantas ornamentais, em pequenos espaços comerciais, criando uma espécie de vila. “Antigamente, a loja era uma referência no cultivo e na venda de plantas em Brasília. Porém, com as mudanças do mercado, as vendas diminuíram e os espaços acabaram ficando obsoletos e abandonados. Foi então que tive a ideia de reaproveitar esses ambientes, dividindo-os em pequenos cantos com um estilo que remete ao interior de Minas Gerais e a Pirenópolis. Criamos casinhas coloridas, utilizando materiais sustentáveis. Compramos tábuas de obras, janelas antigas e outros itens que seriam descartados, e começamos pela primeira casinha”, conta o agrônomo.
Nesse primeiro espaço foi alocado um escritório de arquitetura que passou a chamar a atenção dos clientes que iam até a floricultura e começaram a usar o ponto como espaço para fotografia. “O dono percebeu que gostaram da proposta e começou, devagarzinho, a investir nos espaços. Ele foi criando casinhas, atraindo outros profissionais, e assim surgiu a Vila Canarinho dentro do Espaço Aroeira. Hoje, lá embaixo, estamos em 20”, explica Fábio.
Atualmente, o local conta com dois restaurantes, biblioteca comunitária, choperia, uma cafeteria completa, espaços de terapia integrada, cursos de arte, pintura e artesanato, sorveteria e lojas dos mais diversos produtos. Em todas as segundas sextas-feiras do mês, o espaço também opera no período da noite, dando a oportunidade para os clientes desfrutarem da gastronomia e do comércio.
De acordo com Fábio, o Espaço também é palco de muitas histórias inspiradoras. Segundo ele, um exemplo é o caso da atual proprietária do café, Ivani Batista, que trabalhou como empregada doméstica por 25 anos até que passou a vender seus doces no local. “Quando a antiga dona resolveu que não queria mais, eu incentivei Ivani a largar seu emprego e assumir o café. Ela não tinha segurança, assumiu o café, mas não largou seu outro emprego. Depois de um tempo, foi um sucesso. Ela virou uma empresária de sucesso e mudou sua vida”, diz Fábio.
Lojistas
Tatiana Reis, 48 anos, proprietária da boutique Ôcéus, é uma das empresárias que escolheu o Espaço Aroeira para estabelecer seu negócio. “A minha marca existe há três anos e começou como um negócio on-line, participando de feirinhas pela cidade. Conheci o Espaço Aroeira como cliente e me apaixonei. Identifico-me muito com o estilo artesanal e a proximidade com a natureza, que também são a essência da minha linha de produção”, explica Tatiana sobre sua decisão de abrir a loja no espaço.
Ela acredita que o ambiente da vila reflete o que deseja para seus clientes. “Aqui, você pode tomar um café, conversar, trazer a família para almoçar — tudo em um ambiente descontraído. É exatamente essa sensação que quero transmitir na loja: que as pessoas saiam do ambiente comercial tradicional e vivam uma experiência mais relaxada, comprando não por impulso, mas por prazer”, finaliza.
Paula Barzon, 60 anos, também foi inspirada pelo local e resolveu abrir seu negócio lá. Após sua aposentadoria, ela se apoiou no artesanato para manter a mente ativa. Dessa maneira, idealizou uma loja colaborativa que tem como propósito principal promover o trabalho de artesãs, especialmente mulheres aposentadas, em um ambiente de economia solidária. “A loja funciona como um espaço onde cada artesã pode expor e vender suas peças, pagando um aluguel simbólico e uma porcentagem sobre as vendas, valores que são revertidos para a manutenção do local”, esclarece.
O espaço conta atualmente com 20 artesãos, sendo 19 mulheres e um homem. Além de vender seus próprios produtos, os artesãos também trocam conhecimentos, dando aulas uns para os outros sobre as técnicas utilizadas por cada um para se capacitarem. Paula ressalta que a escolha da Vila Canarinho para sediar a loja foi motivada pelo contato com a natureza e a atmosfera tranquila e aconchegante do local, que oferece um refúgio da agitação urbana de Brasília.
“Estamos no meio da natureza, desfrutando da tranquilidade de não ter barulho de carros, fuligem ou buzinas passando na nossa porta. Pelo contrário, recebemos a visita de micos que vêm comer banana aqui. Esse contato constante com a natureza nos proporciona muita paz e serenidade. Além disso, a convivência com a vizinhança e as artesãs que compartilham este espaço é extremamente enriquecedora e prazerosa. É um ambiente que favorece o bem-estar e o senso de comunidade”, conta.
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