CO30 tem que ser “COP do Petróleo”, e não da “Floresta”, diz diretor do Ethos

O foco do Brasil durante a realização da COP30, em Belém, no Pará, deve ser o de promover a redução e alcançar as metas de controle de combustíveis fósseis. Isso é o que acredita o diretor-presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Caio Magri.

“Do ponto de vista estratégico, o foco na COP precisa ser a redução e as metas de controle dos combustíveis fósseis. Nós não podemos cair na armadilha de que o Brasil vai sediar a ‘COP da Floresta’ em Belém, tem que ser a ‘COP do Petróleo’, dos combustíveis fósseis, se não a floresta não sobrevive”, ressaltou o especialista em políticas públicas, durante evento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre mobilidade urbana sustentável, realizado em Brasília nesta terça-feira (9/7).

A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que reúne anualmente os países para debater os compromissos climáticos no mundo.

Magri destacou que, embora acredite-se que o desmatamento de terra é o que mais gera gases do efeito estufa (CO2) no Brasil, a nível global, a emissão de combustíveis fósseis é o principal problema. “É um risco olhar para combate ao desmatamento de terra como suficiente para reduzir os gases estufa porque globalmente os combustíveis fósseis seguem sendo responsáveis por 64% das emissões dos gases estufa”, frisou.

Ainda de acordo com o especialista, o novo Plano Clima, que será apresentado em 2025, deve conter algumas orientações para incrementar a sustentabilidade.

“Do ponto de vista de compromissos para o Plano Clima, precisamos de duas premissas: a necessidade de um monitoramento permanente, transparente, das metas estabelecidas no Acordo de Paris, e do que assumiremos agora em 2025; e uma implementação colaborativa e articulada entre sociedade, Estado, academia e setor empresarial”, explicou. O Acordo de Paris foi assinado por 195 países com metas para mitigar as mudanças climáticas em 10 anos.

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também esteve presente no evento. Para o parlamentar, o principal causador dos efeitos estufas é o desmatamento de terra.

“O Brasil, diferente do que se diz lá fora de que nós somos devastadores e que não temos lei ambiental, temos sim leis ambientais, inclusive muito rígidas, e elas são aplicadas. Temos 66% do nosso território nacional preservado. [..] Mas, temos casos de desmatamento ilegal, queimadas, que precisam ser coibidos porque são casos marginais, clandestinos, criminosos, não é uma ausência do estado de observância das regras”, afirmou.

Na ocasião, Pacheco também defendeu o agro. “O nosso agronegócio que é líder mundial de soja, café, açúcar, celulose, gado bovino, frango, algodão, se faz em menos de 20% do nosso território. Temos biomas em que se pode observar 80% de preservação como no bioma amazônico. Há uma lógica de preservação ambiental.”

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