Acordos que Macron deve assinar no Brasil podem gerar expectativa na preparação de Belém como sede da COP 30, diz especialista
A visita do presidente francês, Emmanuel Macron, prevê assinatura de acordos bilaterais, como havia anunciado o ministro das Cidades, Jader Filho. Os acordos devem, segundo especialista, gerar expectativas na preparação de Belém como sede da Conferência das Partes, a COP 30, da Organização das Nações Unidas (ONU), para discutir as mudanças climáticas em 2025.
Os acordos em que há expectativa de assinatura durante a visita podem aprimorar a capacidade de estruturação de projetos na área de desenvolvimento urbano sustentável, criando ambiente favorável à atração de recursos internacionais para o Brasil.
De acordo com a professora de diplomacia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Dalva Lima, por trás da visita da liderança internacional ainda existe uma grande pressão para que o estado do Pará e município de Belém estejam aptos para receber a COP-30.
“Aumenta a pressão sobretudo porque vai gerar muita expectativa, sobretudo quando a França diz que temos acordos para assinar que vão impactar na infraestrutura da cidade como um todo. Então gera uma expectativa e pressão muito maior no governo do estado, principalmente no municipal”, afirmou a professora de diplomacia.
“Aumenta a pressão sobretudo porque vai gerar muita expectativa, sobretudo quando a França diz que temos acordos para assinar que vão impactar na infraestrutura da cidade como um todo. Então gera uma expectativa e pressão muito maior no governo do estado, principalmente no municipal”, afirmou a professora de diplomacia.
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Antes mesmo da visita, o governo francês já destacou que a França quer ser “parceiro de referência” na preparação do Brasil para o evento, previsto para ocorrer em novembro de 2025.
Para a professora Dalva Lima, a chegada do líder internacional pode ajudar com que Belém retome título de “Metrópole da Amazônia” e receba investimentos para resolver problemáticas da cidade, como saneamento básico, mobilidade urbana e questões relacionadas ao manejo de lixo.
“Além dos acordos que devem ser assinados durante a vinda dele ao Brasil, existe também a possibilidade de trazer investimentos na área de saneamento, mobilidade urbana, questões relacionadas ao grave problema que estamos passando que é o lixo, manejo e como vamos lidar com essas questão. E também a possibilidade de trazer cerca de 100 milhões de reais para investir em projetos diversificados, pautados sobretudo para questões econômicas e sustentáveis”, detalhou.
“Além dos acordos que devem ser assinados durante a vinda dele ao Brasil, existe também a possibilidade de trazer investimentos na área de saneamento, mobilidade urbana, questões relacionadas ao grave problema que estamos passando que é o lixo, manejo e como vamos lidar com essas questão. E também a possibilidade de trazer cerca de 100 milhões de reais para investir em projetos diversificados, pautados sobretudo para questões econômicas e sustentáveis”, detalhou.
É prevista assinatura do acordo de cooperação bilateral pelo ministro da Transição Ecológica e Coesão Territorial da França, Christphe Béchu, e o ministro das Cidades do Brasil, Jader Filho. A ordem de investimentos é de R$100 milhões no Brasil.
Veja a entrevista completa abaixo:
Macron na Amazônia
No fim da tarde o presidente da França deve conhecer uma fábrica de chocolate, criada por uma liderança feminina, na ilha do Combu, a 15 minutos de barco do centro de Belém. A visita ocorre no Dia Nacional do Cacau, comemorado neste dia 26 de março.
A casa de chocolate “Filha do Combu” é uma grande precursora da bioeconomia, produção de cacau e chocolate da região amazônica, compactuando com os princípios de cuidado com o meio ambiente e projeto sustentável.
O espaço fundado por Izete dos Santos Costa, a Dona Nena, conta com um passeio turístico em que são mostrados a plantação e captação do cacau e, posteriormente, a produção para que chegue ao produto final, que é o chocolate.
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Ainda na Ilha do Combu, Macron vai condecorar o cacique Raoni com a Legião de Honra, a mais alta honraria da França. O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas.
A Ordem Nacional da Legião de Honra (Ordre National de la Légion d’Honneur, em francês) foi instituída em 20 de maio de 1802 por Napoleão Bonaparte para recompensar os méritos eminentes militares ou civis daquela nação.
A visita do presidente da França a Belém termina com um um encontro com representantes de povos indígenas, marcado para às 19h, na Ilha do Combu.
1ª vez na América Latina
O presidente francês Emmanuel Macron deve passar por quatro cidades: além de Belém (PA), Itaguaí (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF).
De acordo com fontes da diplomacia francesa, a agenda no país abordará temas como investimentos bilaterais e discussões sobre questões climáticas e ambientais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá acompanhar o presidente francês em agendas, além das reuniões bilaterais já esperadas.
Nos encontros fechados, os chefes de Estado conversarão sobre temas como o acordo Mercosul – União Europeia (UE), a guerra entre Rússia e Ucrânia, a defesa da democracia, estratégias de combate à desinformação e responsabilização das plataformas digitais.
Esquema de segurança
Um forte esquema de segurança já foi montado pela Marinha do Brasil, em Belém, para o recebimento das autoridades, envolvendo forças do município, Estado e do Governo Federal.
Veja alguns pontos que terão patrulhamento na tarde desta terça-feira (26):
Avenida Duque de Caxias;
Avenida Pedro Álvares Cabral;
Praça Princesa Isabel;
Proximidades da Estação das Docas e do Prédio da Alfândega;
Baía do Guajará e Rio Guamá.
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