Deputados aprovam extinção de institutos de meio ambiente e agência de pesca no AP

Os deputados da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) aprovaram os projetos do Governo do Estado do Amapá (GEA) que criam um novo modelo de gestão dos setores econômico e ambiental. Com essa mudança, há a extinção de três institutos, criação de uma nova entidade, e novas atribuições para mais dois órgãos.

Com a aprovação, os projetos seguem para a sanção do governador Waldez Góes. Ele tem 180 dias para a regulamentação das mudanças.

As propostas do Executivo são pela reformulação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap); e pela extinção do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (Imap), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Agência de Pesca do Amapá (Pescap). As funções desses órgãos serão redistribuídas para outras instituições.

Na nova estrutura, os serviços de licenciamento, monitoramento e fiscalização ambiental, antes feitas pelo Imap, serão assumidos pela Sema, que assume também a gestão da Floresta Estadual Do Amapá (Flota), antes administrada pelo IEF.

Para a regularização fundiária será criado o Instituto de Terras do Amapá (Amapá Terras). O órgão terá uma estrutura mais enxuta, com a metade dos cargos hoje existentes no Imap, segundo o governo.

O Rurap passa a ser Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural, com a responsabilidade de executar os serviços de assistência técnica e extensão, além de orientar a produção e o comércio de produtos agropecuários, agroindustriais, pesqueiros, florestais e minerais.

Entenda o caso

Em pouco mais de dois anos o Imap e o IEF foram os alvos de 8 operações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). São várias acusações de favorecimento de empresários para questões fundiárias, grilagem de terras e redução de valores de multas. Em fevereiro, o governo do estado afirmou que pensava em reestruturar os institutos, pensando até mesmo na fusão e extinção de órgãos, para evitar novas fraudes.

Três meses depois, no dia 20 de maio, o GEA encaminhou à Alap os três projetos de lei que reestruturam o setor econômico. Ao apresentar as propostas, o Executivo afirmou que a mudança é uma tentativa para reduzir gastos com pessoal e equipamentos.

Em transmissão ao vivo por uma rede social, o governador Waldez Góes explicou o processo de mudança e reforçou que a reorganização é necessária para dinamizar a gestão, além de gerar economia e eficiência.

“Estamos diminuindo o tamanho do estado nesta área, mas não estamos diminuindo as políticas públicas. Estamos diminuindo o número de cargos, de órgãos, as superposições de ações, os conflitos, a burocracia e com mais eficiência poder assistir o produtor do Amapá”, falou.

No dia 31 de maio, o Ministério Público (MP) do Amapá emitiu recomendação à Alap e ao GEA pela suspensão do regime de urgência da avaliação do novo marco normativo dos órgãos ambientais estaduais. O órgão propôs ao GEA que fizesse uma discussão mais ampla dos três projetos de lei que reajustariam e extinguiriam órgãos ligados ao meio ambiente.

O MP citou falhas, inconsistências e ofensas a princípios na estruturação da nova política, como a ausência de referência aos dispositivos legais que estejam sendo modificados ou revogados; a falta de indicação do destino dos valores arrecadados pela nova autarquia; além de não fazer distinção entre os bens necessários às atividades relacionadas à questão ambiental.

A comunicação da reformulação e extinção dos órgãos teria sido feita de maneira ilegal, segundo o MP.

Fonte: Portal G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *