Veja o que está acontecendo com as nossas baleias
Entre o final do mês de maio e o mês de junho deste ano, aumentou o número de baleias da espécie jubarte encontradas mortas no litoral paulista. Os cetáceos morreram em alto mar e foram levados para as praias pela maré. Segundo os biólogos, é durante o inverno que estes animais se deslocam do Atlântico Sul para águas mais quentes em regiões tropicais como o Nordeste do país, onde procriam e alimentam seus filhotes. Nestas longas viagens de até 10 mil quilômetros, é comum ocorrer algum acidente que ocasione a morte de um ou outro indivíduo.
Os primeiros registros históricos de caça às baleias datam do século 9, quando estes animais eram caçados na costa atlântica da Espanha. Foi o aprimoramento dos arpões e a construção de barcos mais ágeis, que permitiram o aumento da caça do cetáceo a partir do século XVII. No século XIX haviam grandes frotas de navios americanos, ingleses e russos, que se dedicavam à caça da baleia. No início do século XX o arpão foi aprimorado, ao mesmo tempo em que surgiam os navios fábrica, que faziam o processamento do animal já em alto mar. A caça em ritmo industrial, principalmente depois da Segunda Grande Guerra, fez com que o número de indivíduos começasse a diminuir, pondo em risco a sobrevivência da espécie.
A caça da baleia, como atividade econômica de certa importância, está bastante ligada à história do Brasil colonial. O óleo, que envolvia suas espessas camadas de gordura, era o produto com a maior possibilidade de aplicações. Em artigo no site “Revista de História.com.br” o historiador João Rafael Moraes de Oliveira escreve que “este óleo servia para a iluminação dos engenhos, casas, fortalezas, para calafetagem de barcos (vedação com estopa), para fabricação de sabões e velas e ainda podia ser usado na lubrificação de engrenagens.” Misturado com barro ou conchas moídas, formava uma argamassa que ainda hoje pode ser vista em construções antigas do litoral brasileiro – principalmente entre a Bahia e Santa Catarina, que eram a principal zona de caça ao mamífero. A carne era alimento, os ossos eram usados na construção e na indústria moveleira e as barbatanas, que ficavam no céu da boca do animal, eram usadas na indústria da confecção.
Fonte: Meio Ambiente