outubro, 2024

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Green Destinations: 14 destinos brasileiros ganham prêmio internacional de turismo sustentável e responsável

Green Destinations: 14 destinos brasileiros ganham prêmio internacional de turismo sustentável e responsável (Tamandaré, no litoral sul pernambucano, está entre os destinos reconhecidos por responsabilidade ambiental. (Foto: Divulgação/Embratur-Sebrae))

As boas práticas em responsabilidade e sustentabilidade de 14 destinos brasileiros foram premiadas pela prestigiada organização holandesa Green Destinations. O concurso anual TOP 100 Stories, que acontece desde 2014, elegeu soluções inovadoras e responsáveis para superar desafios na gestão turística, com ênfase em áreas como educação, preservação ambiental e inclusão social. A edição 2024 contou com mais de 190 histórias inscritas de 90 países.

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O resultado foi divulgado nesta terça-feira (15), durante evento online da Conferência Global Green Destinations 2024. Dentre os 100 vencedores em todo o mundo estão seis destinos de Santa Catarina – Bom Jardim da Serra, Bombinhas, Itá, Penha, Rota do Enxaimel e Treze Tílias –, três do Rio Grande do Norte – Santa Cruz, São Miguel do Gostoso e Tibau do Sul –, três de Pernambuco – Fernando de Noronha, Sirinhaém e Tamandaré –, além de Barão de Cocais (MG) e Bodoquena (MS). É o melhor desempenho do Brasil, superando 2022, quando tivemos 10 premiados.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou o resultado do concurso e destacou o reconhecimento do Brasil como uma referência em sustentabilidade no turismo. “O turismo é um instrumento importante para a construção de um mundo mais responsável e sustentável e o governo do presidente Lula tem atuado, em parceria com os estados e municípios, nesse processo de qualificação dos nossos destinos. Estamos promovendo um turismo sustentável, que se preocupa com o meio ambiente, a cultura local e a geração de emprego e renda para as comunidades”, declarou Freixo.

O reconhecimento global é uma oportunidade para que os destinos compartilhem suas histórias de sucesso. Com foco na preservação ambiental, o projeto ‘Noronha Plástico Zero’, em Fernando de Noronha (PE), visa eliminar o plástico descartável e promover a conscientização ambiental na ilha, assim como a parceria entre os Parques Eco Serrana e Serra da Bodoquena, em Bodoquena (MS), que trabalha para expandir o ecoturismo e promover ações de preservação na região.

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Por outro lado, a união de comunidades para o desenvolvimento local e geração de emprego e renda também vão inspirar outros municípios. Em Penha (SC), o circuito de trilhas ‘Caminhos do Pescador’ conecta turistas à história dos pescadores locais, enquanto os festivais da Quitanda e da Goiaba, em Barão de Cocais (MG), celebra a tradição das quitandas mineiras; e a Feira Agroecológica e de Economia Solidária de São Miguel do Gostoso (RN) promove a agricultura e o artesanato, além do empoderando de mulheres.

Para Rodrigo Cidade, diretor superintendente do Instituto de Desenvolvimento Econômico Local (Idel), criado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), esse reconhecimento é um marco histórico. “Ver 14 destinos brasileiros no TOP 100 Stories é uma declaração poderosa de que o Brasil é a vanguarda do turismo sustentável. O trabalho realizado por cada um desses locais é uma prova viva de que podemos liderar o caminho para um futuro mais consciente, onde o turismo serve não apenas ao visitante, mas também à nossa terra e às nossas comunidades”, afirmou.

Premiações

Além da importante visibilidade internacional por suas iniciativas, os 14 destinos brasileiros que integram o TOP 100 Stories irão concorrer ao cobiçado Green Destinations Stories Awards. A premiação será na ITB Berlin 2025, a maior feira de turismo do mundo, em Berlim, na Alemanha.

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Em 2023, nove destinos brasileiros entraram para o TOP 100 Stories, rendendo ao município de Tibau do Sul (RN) o 1º lugar na 10ª edição da Green Destinations Story Awards, na categoria Comunidades Prósperas. A história ‘O Sorriso das Ostras’, sobre a criação da Associação dos Produtores de Ostras do Rio Grande do Norte (Aproostras), deu destaque ao destino.

Avaliação e critérios

Para participar do concurso, os municípios inscrevem suas histórias de boas práticas para o desenvolvimento de um turismo mais sustentável e responsável. Os destinos passam por uma avaliação onde são analisados de 15 a 30 critérios essenciais de sustentabilidade, seguindo as diretrizes do Conselho Global de Turismo Sustentável (GSTC), e devem alcançar uma conformidade mínima de 60% com os critérios. Após o concurso, os participantes recebem um relatório detalhado, destacando seus pontos fortes e áreas de melhoria.

Green Destinations

Fundada em 2014, a Green Destinations apoia destinos e empresas a adotarem práticas mais responsáveis, por meio de um programa abrangente de certificação, relatórios de avaliação e ferramentas de suporte. No Brasil, o Instituto DEL é o parceiro responsável pela operação desse programa e pela promoção do turismo sustentável no país.

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Surpresa positiva da Moody’s não tira o foco do ajuste fiscal

Reginaldo Nogueira*

Samuel Barros**

O mercado foi positivamente surpreendido por um upgrade da nota de crédito brasileira pela agência de rating Moody ‘s. Esse movimento colocou a nota de crédito do país em Ba1 na escala da agência, a apenas um degrau do grau de investimento, o qual havia sido conquistado pelo país em 2008 e perdido em 2015. As outras duas grandes agências mundiais de rating, Standard & Poor’s e Fitch, mantêm o Brasil dois degraus abaixo da Moody’ s.

Em seu comunicado, a Moody’s deu destaque para a resiliência da economia brasileira, que tem mostrado um crescimento mais robusto do que o esperado. Realmente, o resultado do PIB no segundo trimestre superou as expectativas de mercado, com um crescimento de 1,4% sobre o trimestre anterior. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a economia cresceu 3,3%. Esse desempenho positivo se deve, em parte, a setores como o agronegócio e a indústria, que têm mostrado recuperação e contribuído para a geração de empregos.

Além disso, a Moody’s comentou sobre os avanços institucionais dos últimos anos, como a aprovação da lei de autonomia do Banco Central, e o novo arcabouço fiscal. A autonomia do BC é realmente uma conquista significativa, pois garante maior independência na formulação e implementação da política monetária, reduzindo a influência política nas decisões econômicas. No entanto, é na questão fiscal e no cumprimento das regras do arcabouço que reside a grande surpresa do mercado com a revisão da nota: os dados não têm se mostrado positivos, e nem mesmo em processo de melhora.

Os resultados fiscais divulgados recentemente pelo Banco Central reforçam o cenário de dificuldade de controle dos gastos e de crescimento da dívida pública. O deficit primário de agosto para o setor público consolidado foi de R$ 21,4 bilhões. Em 12 meses, o deficit acumulado alcançou R$ 256,3 bilhões, ou 2,26% do PIB, pouco diferente daquele visto nos meses anteriores. Ao somarmos o pagamento dos juros da dívida pública, chegamos a um deficit nominal em 12 meses de 9,81% do PIB. Com isso, a dívida bruta manteve crescimento, atingindo R$ 8,9 trilhões, ou 78,5% do PIB. Em geral, esses dados fiscais vão em direção oposta ao esperado para um movimento de melhora da nota de crédito.

Dado esse cenário, o que se viu após a decisão foi uma movimentação tímida no mercado. O país tem visto nos últimos meses pressões sobre a taxa de câmbio e os juros futuros, e uma luta permanente por melhora das expectativas. O Banco Central, em especial, tem sido uma voz insistente no pedido de prudência e maior rigor fiscal, o que facilitaria seu trabalho no controle das expectativas de inflação. A inflação é um dos grandes desafios econômicos do Brasil, e o controle fiscal é essencial para manter a estabilidade dos preços e a confiança dos investidores.

Além disso, é importante destacar que a melhora na nota de crédito pela Moody’s não deve ser interpretada como um sinal de que todos os problemas econômicos do país estão resolvidos. O Brasil ainda enfrenta desafios significativos, como a necessidade de reformas estruturais, a melhoria do ambiente de negócios e a redução das desigualdades sociais. A aprovação de reformas previdenciárias e tributárias são exemplos de medidas que podem contribuir para a sustentabilidade orçamentária a longo prazo.

Nesse sentido, é preciso tomar cuidado para que a surpresa positiva desse upgrade não tire o foco da necessidade de encaminhamento de um sério ajuste. A manutenção da responsabilidade fiscal é crucial para a credibilidade do país junto aos investidores internacionais e para a atração de investimentos estrangeiros diretos, que são fundamentais para o crescimento econômico sustentado.

O governo precisa continuar buscando formas de equilibrar o orçamento, controlando gastos e aumentando a eficiência na arrecadação de impostos. Investir em infraestrutura e educação, além de promover políticas que incentivem a inovação e o empreendedorismo, são caminhos importantes para fortalecer a economia brasileira e garantir um futuro mais próspero para todos.

*Diretor nacional do Ibmec

**Reitor do Centro Universitário Ibmec-RJ

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Nasa dá quase R$ 17 milhões a quem solucionar problemas em missões lunares

A competição LunaRecycle Challenge, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa, em inglês), está aberta e oferece U$ 3 milhões (R$ 16.968.300,00 na cotação atual), em prêmios para inovações em reciclagem de resíduos, orgânicos e inorgânicos, gerados durante missões espaciais de longa duração.

A competição é dividida em duas fases e apresenta duas categorias: uma voltada para a construção de protótipos de sistemas de reciclagem (Prototype build track) e outra para a criação de réplicas digitais de sistemas completos (Digital twin track).

“À medida que a Nasa continua seus esforços para viagens espaciais humanas de longa duração, incluindo a construção de uma presença humana sustentável na Lua por meio das missões Artemis, a agência precisa de soluções inovadoras para processar resíduos inorgânicos, como embalagens de alimentos, roupas descartadas e materiais de experimentos científicos”, explica a agência, em comunicado.

De acordo com a Nasa, o desafio vai além das abordagens tradicionais de gerenciamento de resíduos no espaço. A competição prioriza tecnologias que transformem resíduos em novos produtos que possam ser usados nas atividades da missão.

Além disso, a expectativa é que as soluções desenvolvidas possam ser aplicadas em missões de longa duração na Lua e, eventualmente, em Marte, reduzindo a quantidade de resíduos a ser trazida de volta à Terra.

“Operar de forma sustentável é uma consideração importante para a Nasa, pois fazemos descobertas e conduzimos pesquisas tanto longe de casa quanto na Terra”, disse Amy Kaminski, executiva do programa Prizes, Challenges, and Crowdsourcing da Nasa, em uma declaração. “Com este desafio, estamos buscando as abordagens inovadoras do público para o gerenciamento de resíduos na Lua e pretendemos levar as lições aprendidas de volta à Terra para o benefício de todos.”

A competição espera reunir engenheiros, cientistas e inovadores de todo o mundo, desafiando-os a criar soluções que não só otimizem o processo de reciclagem espacial, mas também contribuam para a sustentabilidade terrestre.

A Universidade do Alabama, parceira oficial da Nasa neste desafio, será responsável pela coordenação da competição, contando com o apoio da AI SpaceFactory, vencedora de uma competição anterior.

Para participar, os competidores devem se registrar até 31 de março de 2025. Acesse o site oficial do LunaRecycle Challenge para se inscrever e saber tudo sobre a competição.

*Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

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Dia Mundial do Turismo: saiba o que pensam líderes do setor sobre atividade e a data

Dia Mundial do Turismo: saiba o que pensam líderes do setor sobre atividade e a data (Especialistas do setor público e privado refletem sobre a data (Fotos: divulgação))

Criado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) há exatos 45 anos, o Dia Mundial do Turismo é celebrado em todo o globo no dia 27 de Setembro, com um convite para refletir, comemorar e projetar a importância cultural, social e econômica desta potente indústria. Com seu papel transformador, o turismo gera milhões de empregos, promove o intercâmbio de culturas e fortalece o compromisso de vários players, inclusive os viajantes, com a defesa e preservação da fauna e da flora.

Ouvimos líderes de algumas das mais importantes empresas que compõem a indústria no Brasil, assim como a subsecretaria de Turismo do Chile, Verónica Pardo. Em comum, eles reforçam que a data é uma oportunidade que deveria gerar inquietude em todos, promovendo a reflexão sobre o papel de cada um na promoção de um futuro mais inclusivo por meio do turismo e a partir de mudanças positivas, praticadas individual e coletivamente.

Clayton Araújo, gerente Comercial da Europamundo, é o primeiro a propor essa reflexão. Em sua avaliação, “o turismo vai muito além do próprio negócio”, diz, reforçando que exatamente por isso, é preciso que as empresas revejam suas atuações e busquem, cada vez mais, proporcionar um turismo responsável e sustentável. “O direito de viajar nos foi negado nos últimos anos e isso gerou uma demanda maior, com reflexos como o overturismo, situação que vem sendo tratada, entre outros, com a limitação de pessoas em locais de grande circulação. Há, também, a identificação de destinos que se tornam alternativa às grandes capitais. E há, ainda, a mudança do comportamento do viajante: a sociedade está mais focada em inclusão e tolerância, o que é muito bom. E o turismo é uma importante ferramenta neste sentido”, diz.

Inclusão também é palavra de ordem para Rafael Turra, diretor da Vital Card. “O turismo tem o poder de solucionar grandes problemas dos países, suas sociedades e como se relacionam entre si. Nossa indústria derruba muros, aproxima culturas, gera oportunidades – não só financeiras, mas também para que preconceitos sejam superados e tensões sejam pacificadas”, diz.

Lideranças concordam que o Dia Mundial do Turismo é uma data importante para refletir sobre o setor (Fotos: divulgação)

Convidado a definir o turismo em até cinco palavras, Caio Calfat, fundador e diretor-geral da Caio Calfat Real Estate Consulting, e vice-presidente de Assuntos Turístico-Imobiliários do SECOVI-SP, responde rapidamente que “turismo significa qualidade de vida”. Na avaliação do executivo, a expressão “qualidade de vida” pode e deve ser usada a partir de dois pilares de igual importância: o primeiro deles trata do viajante, no sentido mais puro da expressão; e o segundo trata dos reflexos econômicos da indústria, considerando tributos, geração de negócios e de empregos. Com os cerca de 100 subsetores cujas atividades orbitam e dependem da indústria, o turismo é responsável por quase 10% dos empregos em todo o mundo. “No que diz respeito ao Brasil, esperamos que os governos federal, estadual e municipal valorizem o setor como atividade econômica e invistam no turismo brasileiro”, diz.

Quem também fala sobre falta de incentivos é Cesar Nunes, VP de Marketing e Vendas da Atrio Hotel Management, maior administradora hoteleira de capital 100% nacional do Brasil. “Hoje vivemos uma situação de escassez de mão de obra muito grande no turismo global e a profissão perdeu atratividade para as novas gerações. Além disso, se vê muito pouco – ou quase nada – de investimentos ou de incentivo para formação de mão de obra qualificada por parte dos governantes. Até quando o nosso turismo vai viver em berço esplendido quando tem a oportunidade de se transformar em uma grande potencia mundial?”, questiona.

Jardel Couto, CEO da VCA Construtora, destaca a importância de aliar o foco no presente e a oportunidade de desenhar um futuro melhor. “Comemorar o Dia Mundial do Turismo é trazer os olhares para os desafios que o setor possui nas esferas social, econômica, histórica e ambiental. Assim, podemos contemplar sua relevância sem perder de vista à condução de longo prazo para a construção de um turismo mais equânime e com melhor orientação”, diz.

Presente no Brasil desde 2016, o líder global em hospitalidade aeroportuária, Plaza Premium Group, é responsável pela gestão de mais de 10 lounges localizados em embarques nacionais e internacionais do Aeroporto Internacional de São Paulo, o GRU Airport, e do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o RIOgaleão. Emerson Sanglard, Sales Manager & Marketing Manager Brazil, fala sobre a importância da reflexão para trazer melhores práticas. “Além do aspecto econômico, o turismo conecta pessoas, gera inclusão e promove culturas ao redor do mundo. Penso que a data serve como uma pausa para reflexão e nos impulsiona a melhorar, sempre. Nós temos o compromisso de pensar, todos os dias, em quais experiências iremos oferecer para atender a todos os perfis de viajantes no Brasil e no mundo”.

Uma reflexão sobre os impactos da pandemia no Dia Mundial do Turismo

É fato que as feridas causadas pela pandemia nunca serão esquecidas nos âmbitos da saúde, social, cultural e econômico. Mas também há importantes aprendizados. Um deles trata do turismo sustentável, que vem deixando o lugar de nicho para ser uma preocupação real de governos, empresas, executivos e viajantes.

Em tom otimista, Verónica Pardo, subsecretaria de turismo do Chile, fala sobre as lições da pandemia que são voltadas para a sustentabilidade na indústria. “O que vivenciamos nos deu a oportunidade de mostrar como queremos oferecer o que temos e como podemos definir nossas regras para preservar nosso meio ambiente e cuidar dele para as novas gerações. É como quando convidamos pessoas para nossa casa: nos preocupamos desde a chegada até a saída de quem nos visita, quanto tempo queremos que fiquem e como cuidamos do que temos a oferecer, inclusive, estabelecendo nossos limites. Este importante aprendizado nos permite lançar as bases para o desenvolvimento sustentável do turismo”, diz.

Na avaliação de Rodrigo Rodrigues, diretor Comercial da Schultz Operadora, embora a indústria do turismo tenha demonstrado resiliência, “ainda é prematuro afirmar que os impactos da pandemia foram completamente superados e muitas empresas estão em processo de recuperação financeira, como é o caso das aéreas”, diz.

No entanto, apesar dos desafios, Rodrigues lembra que a pandemia desencadeou diversas transformações positivas e que terão implicações duradouras, entre as quais estão inovações tecnológicas (check-in virtual, pagamentos sem contato e experiências de realidade aumentada), cujo investimento continuará a crescer, melhorando a experiência do cliente e a eficiência operacional; priorização da saúde e bem estar, com destinos e serviços com este foco tendo vantagem competitiva; adaptabilidade, conceito a partir do qual empresas mais ágeis e adaptáveis terão mais sucesso em um mercado em constante evolução; e sustentabilidade como prioridade. “O aumento da demanda por viagens mais sustentáveis e ecoturismo já é uma realidade”, finaliza.

Para além do desafio de equilibrar indicadores como faturamento, diária média e ocupação, Tais Castro, gerente Comercial do Jardim Atlântico Beach Resort, empreendimento localizado em Ilhéus (BA), fala sobre aprendizados e lições. “Aqui no resort, todos os setores intensificaram seus processos e adotaram melhorias, seja na área de alimentação, seja no cuidado mais intenso nas limpezas. Tivemos que nos adequar e evoluir para melhorar ainda mais a garantia dos serviços oferecidos e o acolhimento dos hóspedes”, diz.

João Cazeiro, diretor de Desenvolvimento da Livá Hotéis & Resorts, fala sobre os dois lados de uma mesma moeda. “Com a pandemia, de um lado, novos destinos foram criados, os chamados destinos-boutique, com hotéis exclusivos de 15 ou 20 apartamentos e que foram desenvolvidos pela ‘oportunidade’ da pandemia, sem planejamento adequado. De outro, hoje, esses empreendimentos sofrem pela falta de escala porque o viajante que tem o perfil para esse produto e/ou destino voltou a fazer viagens internacionais”, diz.

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Bela animação nacional levanta questões de cidadania, sem didatismo

Crítica // Placa-mãe ★★★★

A autenticidade e a atualidade da animação do jovem cineasta Igor Bastos conversa, de imediato, com um momento atual da recente produção nacional: foi com o longa Uma história de amor e fúria que o diretor Luiz Bolgnesi alcançou projeção mundial com filme capaz de mesclar tecnologia e traços fundamentais ligados à natureza.

A diferenciada animação proposta por Igor Bastos e uma equipe ancorada na interiorana Divinópolis começa no traçado musical: para além de Poison Ivy, o filme acopla composições de Caetano Veloso, Fernando Brant e Milton Nascimento. Estão lá, a favor do embalo da singular do filme, Bola de meia, bola de gude e Paula e Bebeto.

Placa-mãe mostra um avanço e que mapeia retrocessos: Nadi é uma androide com extremada conexão junto a humanos. Dentro de uma fita colorida e cheia de expressividade, ela ostenta cintilante cidadania e civilidade. Tocada pela indisposição das pessoas adotarem os pequenos irmãos David e Lina, ela corporifica, via inesperada adoção, o respeito a diferenças e o zelo pelo próximo. Tratando entre outros temas sobre sustentabilidade, o diretor explora a leveza de Nadi frente à ganância, no Senado, do politiqueiro Asafe. Chega-se assim, à luta desigual que move a fita.

“Estudei aspectos da ética na robótica, e temas estéticos, organizacionais, funcionais e até mesmo sociais aos quais o Brasil se condiciona. O presente está sempre inundado pelo passado. Acontece que o passado de amanhã é o hoje! Isso me orientou e guiou na construção de um futuro que, talvez, um dia se torne realidade. Ou que permaneça apenas como uma tradução de um imaginário do que nós esperamos, queremos e podemos ter para o futuro. David Lynch diz: “O cinema é a fraude mais bonita do mundo”.

Igor Bastos, em entrevista ao Correio

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80% das carnes vegetais vendidas no Brasil têm alta qualidade nutricional

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que 80% das carnes vegetais comercializadas no Brasil têm alta qualidade nutricional. Além disso, o estudo, publicado na revista Current Research in Food Science, recentemente, mostrou que os benefícios desses produtos são maiores do que as alternativas de origem animal tradicionais. Com o aumento da conscientização sobre questões de saúde, ambientais e éticas, muitos consumidores estão optando por alternativas vegetais (PBMAs).

A pesquisa foi realizada utilizando informações coletadas de rótulos de alimentos de PBMAs disponíveis no Brasil. Os dados foram colhidos entre julho de 2022 e junho de 2023 por pesquisadores treinados. A seleção dos alimentos avaliados foi feita em grandes redes de varejo e em lojas especializadas em alimentos vegetarianos e veganos. As amostras selecionadas não continham ingredientes de origem animal e eram rotulados com denominações como ‘vegano’, ‘vegetariano’ e ‘100% vegetais’.

No total, os cientistas compararam 349 produtos vegetais com 352 alimentos com carnes de origem animal, usando diversos fatores nutricionais. Para comparar as comidas de diferentes formas, foram aplicadas as classificações: Nutri-Score, que mede a qualidade nutricional usando um sistema de pontuação, a Nova, que categoriza comidas conforme o processamento, e o Perfil Nutricional da ANVISA (Lupa), que mede calorias, gorduras, açúcares e sódio.

De acordo com os resultados do Nutri-Score, 80% dos alimentos vegetais foram considerados como de boa qualidade, enquanto apenas 19% dos produtos de origem animal conseguiram a mesma classificação.

Os pesquisadores revelaram ainda que os PBMAs produzidos com soja apresentaram maior conteúdo proteico em comparação com aqueles feitos de outras fontes de proteína. Para os cientistas, isso foi particularmente relevante, considerando que o Brasil é o maior produtor mundial desse grão.

Seguindo a classificação Nova, os produtos a base de vegetais foram considerados ultraprocessados. Todavia, o estudo ressalta que o nível de processamento não significa uma qualidade nutricional pobre.

No entanto, Claudenise Dantas, professora do centro universitário UniFavip Wyden, em Caruaru, em Pernambuco, e nutricionista doutora em saúde, frisa que produtos ultraprocessados independente da origem ser vegetal ou animal, apresentam alto teor de aditivos, gorduras totais e sódio. “Devem ser consumidos com extrema moderação. Portanto, o ideal é sempre dar preferência ao alimento in natura, como frutas e vegetais, inclusive na dieta baseada apenas em plantas.”

Conforme o artigo, a utilização de soja como base para PBMAs não apenas melhora o perfil nutricional, mas também pode contribuir para a sustentabilidade da produção de alimentos. Além da análise nutricional, o estudo também discutiu as implicações das descobertas para a indústria alimentícia e consumidores. A crescente demanda por alimentos vegetais pode levar a inovações na formulação de produtos.

Além disso, o trabalho destacou que a composição nutricional dos produtos vegetais parece mais saudável. Os alimentos à base de plantas tinham quantidades menores de gordura saturada e sódio, duas substâncias intimamente ligadas ao risco de doenças cardiovasculares. Esse tipo de comida também mostrou ter maior teor de fibras, indispensáveis para a saúde humana.

Yuri Matsuoka, nutricionista da clínica Nova Anália, em São Paulo, destaca que cumprem bem o objetivo de ser uma fonte de proteínas. “Demonstram composições nutricionais favoráveis ao consumo pelo seu aporte de variados macronutrientes, como fibras, gorduras insaturadas e micronutrientes. Há ainda falta de informações, como visto no estudo. Diversos alimentos listados não apresentavam quais eram suas principais fontes de gordura e proteína, deixando incerta sua conclusão nutricional.”

Conforme o especialista, a busca por alimentos vegetais semelhantes à carne está se popularizando. “Para uma boa escolha de alimentos para consumir, é necessário observar a tabela nutricional e a lista de ingredientes. Alimentos ricos em sódio, estabilizantes, corantes, gorduras saturadas e trans devem ser evitados. É importante procurar nutricionistas para auxiliar na alimentação com a quantidade certa de macro e micronutrientes, assim há um conforto para mente e corpo e uma alimentação saudável e ordenada.”

Rejane Souza, nutricionista da Clínica Mantevida, em Brasília, sublinhou que uma das estratégias mais importantes da dieta é unir diferentes vegetais, para que juntos, possam fornecer todos os aminoácidos essenciais para o corpo humano. “Um exemplo clássico é a combinação de arroz com feijão (cereal leguminosa). A diversificação é fundamental. Consumir alimentos variados como cereais, frutas, grãos e leguminosas pode proporcionar os aminoácidos essenciais que nosso corpo necessita, eliminando a necessidade de obter esses nutrientes exclusivamente da carne.”

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