agosto, 2024

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Já é Natal em Minas Gerais

Já é Natal em Minas Gerais (Foto: Ubiraney Silva)

Com base nas informações da Agência Minas e das redes sociais, uma grande movimentação foi feita neste início de agosto, na esfera governamental, com o lançamento de dois editais pelo Governo de Minas Gerais, com o objetivo de garimpar projetos culturais passíveis de aplicação na capital Belo Horizonte e no interior para aqueles municípios que se interessarem em movimentar a economia local, motivados pelo tempo natalino.

A CEMIG e a SECULT, Secretaria de Estado de Turismo e Cultura estão à frente desta empreitada. De acordo com o divulgado pela Agência Minas, as propostas aprovadas nos chamamentos públicos comporão a programação do “Natal da Mineiridade Cemig 2024”!

Para tanto, os investimentos previstos vislumbram a soma de dez milhões de reais e os interessados já podem acessar o site da Cemig, onde encontrarão todas as informações e recomendações sobre as categorias e editais, com inscrições totalmente gratuitas.

A intenção é que haja grande interesse de participantes e que estes sejam especialmente de outras regiões do estado, evitando uma maior concentração de investimentos apenas na capital e região metropolitana.

Natal, uma oportunidade para Minas Gerais

Não temos dúvidas de que o Natal é um grande aliado da geração de trabalho e renda, um importante fator para o aquecimento econômico e comercial em todos os municípios e naturalmente que este incentivo pode agregar ainda mais possibilidades, uma vez que o edital incentiva a valorização do espaço público urbano, a potencialização do natal como atrativo cultural e turístico, abastecer o calendário natalino com fidelidade até as festas de Reis em 06 de janeiro e garantir a acessibilidade para todo o público.

Para quem sabe criar estratégias de negócios, o período natalino é especial, já que garante o interesse do grande público pelas compras, todos os segmentos percebem um grande aquecimento nas vendas, especialmente os setores de vestuário e alimentação e o bom é que os editais lançados para o Natal da Mineiridade Cemig 2024, incentivam a valorização da mão de obra local, nos territórios que forem contemplados com os respectivos projetos.

Natal Luz de Gramado é um ótimo exemplo

O melhor exemplo de aproveitamento comercial do período natalino no Brasil é o Natal Luz de Gramado, no Rio Grande do Sul, que a partir de 24 de outubro já afirma, que o Natal tem “a magia que abraça a todos!”

Natal Luz de Gramado/ RS (Foto: Ubiraney Silva)

Por lá a programação segue até o dia 19 de janeiro de 2025, tem um público e um fluxo de turismo garantidos, que prestigiam a deslumbrante transformação por que passa o centro comercial da cidade, consumindo a variada gastronomia da cidade, aquecendo o setor hoteleiro e consumindo também uma encantadora programação cultural, que já está a venda e garantindo a diversão dos consumidores.

A expectativa é que, apesar das enormes dificuldades enfrentadas ainda pelo estado, que foi vítima das intensas chuvas e enchentes que prejudicaram muito a infraestrutura e vários segmentos comerciais do Rio Grande do Sul, o Natal Luz de Gramado consiga manter o seu tradicional ritmo comercial e consiga resultados significativos que recuperem, ao menos em parte, a economia regional.

Novas estratégias em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, aposta é na valorização do período natalino com o encantamento provocado pela iluminação na Praça da Liberdade, o principal foco de investimento, com a novidade de que para 2024 o Palácio da Liberdade também será contemplado e a expectativa é que a região fique ainda mais bonita e amplamente frequentada.

Uma outra estratégia governamental é promover as Rotas Turísticas, recentemente lançadas pela SECULT. De acordo com os pronunciamentos do Secretário de Estado Leônidas Oliveira, o Natal é uma época que gera um fluxo muito grande de turistas, que buscam especialmente o interior do estado visando apreciar o encantamento das luzes de Natal que enfeitam as cidades.

Leônidas também ressalta que “São turistas que vêm de outros estados e até internacionais, visto que nós somos hoje o estado que mais cresce no turismo nacionalmente. Então, nós vamos fazer as rotas do Natal da Mineiridade Cemig”.

Natal da Mineiridade

De acordo com as informações repassadas, o público terá acesso às principais informações sobre o Natal da Mineiridade Cemig 2024, por meio de um catálogo, que informará quais os pontos decorados e quais os lugares poderão ser visitados. E isso valerá para Belo Horizonte, para as cidades da região metropolitana e para as cidades do interior mineiro.

Mariana/ MG (Foto: Ubiraney Silva)

Sobre os dois editais lançados para distribuição de recursos para o Natal da Mineiridade Cemig 2024, as informações estão disponibilizadas nos sites da Cemig e da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo. O que posso colaborar é informando aos interessados na apresentação das propostas, é que o prazo de inscrições termina no próximo dia 18 de agosto, por isso é importante ficar atento a todas as informações e nuances dos respectivos documentos.

Este mecanismo dos editais, por meio dos Chamamentos Públicos, não deixa de ser uma oportunidade de fomento comercial já que eles estão disponíveis para “pessoa física ou jurídica, com ou sem fins lucrativos, mas é importante estarem atentos ao detalhe de que os projetos com foco nas comemorações natalinas sejam aprovados na Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais”.

Exigências importantes para aprovação das propostas

Naturalmente que critérios diversos, já amplamente conhecidos por promotores culturais e de eventos, serão considerados para a aprovação destas propostas, mas o interessante e muito prudente é a exigência da relação das propostas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), além da criatividade e inovação, acessibilidade e inclusão, fatores também muito prudentes e necessários.

Aliás, sempre é bom ressaltar a atenção que tem sido dada às ações de sustentabilidade se relacionando com todas as iniciativas da atualidade.

As empresas com potencial de investimentos, tem corrido atrás dos benefícios fiscais para o patrocínio de iniciativas que valorizem a produção e a promoção cultural em suas diversas categorias e quem ainda não se antenou para a importância de assumirem o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, que o faça logo, afinal, já nos aproximamos dos primeiros 25 anos do século XXI e a temática da sustentabilidade estará cada vez mais presente no nosso dia a dia.

Pois é, o tempo e sua corrida desenfreada. O Natal já é assunto principal! Fique atento aos desdobramentos do Natal da Mineiridade Cemig 2024 e quando os resultados forem divulgados, não perca tempo, defina logo a sua agenda turística para o período de Natal.

Até a próxima.

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Putin vive auge do poder após 25 anos no Kremlin

Há 25 anos, um desconhecido ex-espião da KGB emergiu das sombras do decadente governo Boris Ieltsin e foi ungido futuro czar da Rússia do século 21. Deixou para trás uma década de humilhação e crise agônica para elevar o padrão de vida da população e resgatar o prestígio internacional do país.

Ao mesmo tempo, esse quarto de século viu o líder tornar-se crescentemente autocrático, solapar a oposição, o dissenso e a liberdade de expressão, sendo considerado por muitos um ditador e pária. Invadiu a Ucrânia e jogou a ordem internacional em um abismo imprevisível, além de arriscar o futuro russo no processo.

Todas essas asserções são verdadeiras, o que apenas torna a figura de Vladimir Vladimirovitch Putin, 71, incontornável. Não há história da Rússia neste século sem seu nome, e ele caminha para em 2028 superar o ditador Josef Stálin (1878-1953) como o mais duradouro líder moderno do país.

Naquele 9 de agosto de 1999, Putin foi apresentado ao mundo como mais um nome cinzento a ocupar o cargo de primeiro-ministro de Ieltsin, sem fazer frente ao mercurial chefe.

“Ieltsin nomeia seu 5º premiê em 17 meses”, estampava como segundo destaque a Primeira Página da Folha no dia seguinte —era outra era geológica na tecnologia, sem a informação instantânea de hoje. O produto do ano era o celular Nokia com o jogo da cobrinha, e a preocupação na manchete do jornal era o dólar a saudosos R$ 1,88.

Alcoólatra, doente e paranoico, Ieltsin (1931-2007) já mal governava. Uma versão muito aceita da história diz que as forças nos bastidores de seu governo, como os serviços de segurança e os politólogos em ascensão, viram em Putin um nome pronto para ser teleguiado.

Se pensaram isso, erraram. O russo, que havia passado pela burocracia do Kremlin e chefiou o FSB, sucessor da KGB, começou sua jornada em meio ao sangue da segunda guerra da Tchetchênia. O risco de desintegração russa no norte do Cáucaso foi afastado.

Isso já mostrava a preocupação de restabelecer a ordem na qual fora criado, a da Rússia forte, no caso dentro da União Soviética. Na KGB, segundo seu ex-superior Nikolai Leonov (1928-2022) disse à Folha, fora um agente medíocre, mas a instituição se pautava pela ideia de controle e estabilidade.

Putin herdou a Presidência de fato na virada para o ano 2000, com a renúncia de Ieltsin, e foi eleito no março seguinte. Seu primeiro governo foi de afirmação lenta, com crises, mas a reeleição de 2004 já viu um líder com mais desenvoltura. Era estrela no Ocidente, cortejado pela estabilidade e pelos hidrocarbonetos.

A progressiva expansão da Otan e da União Europeia, engolindo o antigo sistema de satélites de Moscou na Europa, fez Putin crer que seria enganado como Ieltsin fora. Empoderado pelo boom das commodities e já tendo substituído a cleptocracia do antecessor por um sistema de grupos políticos rivais comandando setores da economia, deitou os alicerces de sua ação futura no famoso discurso de 2007 em Munique.

Lá, denunciou o mundo unipolar pós-Guerra Fria, a hegemonia americana e o que via como expansionismo destinado a tolher a Rússia. Mordeu e assoprou: no ano seguinte, em vez de dar uma canetada para poder concorrer de novo, algo que faria depois, passou o bastão presidencial ao pupilo Dmitri Medvedev.

Na prática, Putin manteve o controle, reassumindo o papel de premiê, e em 2008 foi dada a primeira salva de sua guerra contra o Ocidente, no conflito para evitar a entrada da Geórgia na Otan. Ainda assim, os quatro anos de Medvedev foram de distensão, enquanto Putin expunha o bom físico de então em manicuradas fotos sem camisa.

A volta de Putin ao poder total em 2012 não foi sem traumas: a classe média que fomentou queria ser mais europeia, com liberdades amplas. Aderente de uma visão de destino histórico da Rússia que não pode prescindir do homem forte, o presidente enfrentou protestos gigantes.

Neles nasceu a figura de Alexei Navalni, que nunca teve real envergadura eleitoral, mas que ao longo dos anos passou a encarnar um grito de revolta, só para acabar morrendo na prisão neste ano, após longo calvário judicial.

Logo depois, Putin sagrou-se presidente pela quinta vez com votação recorde. Se surgiu na primeira pesquisa do independente Centro Levada com 32% de aprovação, em 1999, hoje o líder tem 87%.

Em 2022, após oito anos de conflito local, Putin tomou a mais grave decisão de seu mandato ao invadir o vizinho. Fracassou na esperada tomada rápida do país e amargou quase dois anos de más notícias, até chegar a um momento de iniciativa no campo de batalha, ainda que com o atual revés do ataque a Kursk ameaçando sua imagem de defensor da população.

Superou o maior desafio público de toda sua trajetória em junho do ano passado, quando seu aliado mercenário Ievguêni Prigojin liderou um motim contra a malvista cúpula militar. O “chef de Putin”, associado a ele desde os anos 1990, perdeu a batalha e, logo depois, a vida num nebuloso atentado.

Tendo consolidado uma economia militarizada cuja sustentabilidade é vista com desconfiança, que ajudou a levar o desemprego para inexistentes 2,4% (era 14,6% em 1999), mas cujo aquecimento trouxe um repique inflacionário (8,6% anualizados em julho, mas longe dos 36% anuais de há 25 anos), Putin mexeu nas estruturas do poder.

Trocou ministros importantes, sem sinalizar sucessão. Por ora, só Putin desafia Putin. O russo está no zênite de suas forças, o que parece fazê-lo enfrentar aquilo que a neurociência descreve como paradoxo do poder: quanto mais poderosa é, menos disposta a pessoa é a ouvir ou a ser empática.

Isso é uma conclusão não científica, claro, baseada na opacidade do processo decisório do líder, relatado à reportagem por pessoas com acesso ao Kremlin. Mas inexistem sinais de dúvida, como os captados pelo cineasta Vitali Manski no primeiro ano do governo, quando o jovem presidente questionava a sapiência de monarcas em ficar na cadeira até morrer.

Hoje, salvo uma reviravolta imprevisível, Putin encara sozinho o caminho para ficar no Kremlin até 2036, como a Constituição por ele alterada permite em tese. Isso se não pensar além deste horizonte, quando terá 83 anos, como temem os críticos.

Inclusão produtiva e a crise do clima

VIVIANNE NAIGEBORIN — Superintendente da Fundação Arymax e MARCELO FURTADO —H ead de sustentabilidade da Itaúsa, diretor-executivo do Instituto Itaúsa e diretor da Nature Finance

As mudanças climáticas têm pautado o dia a dia do país e do mundo, com impactos gigantescos em todas as sociedades, como assistimos no caso do sul do Brasil. Não é mais possível dissociar esse tema da transição para a sustentabilidade, seja de um país, um setor ou uma corporação, e da garantia de condições de vida no futuro. O enfrentamento às mudanças climáticas exige uma reflexão sobre tecnologia, finanças, infraestrutura, mobilidade e cultura, além das questões ambientais. Entretanto, qualquer estratégia somente terá êxito se incluir um olhar social e humano nessa trajetória. Especialmente no contexto de uma crise climática que tem registrado tragédias em níveis local e internacional, cada vez mais intensas e frequentes, uma perspectiva econômica que considere a justiça social é inevitável e urgente.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que representa mais de 4 mil cientistas e 195 países, vem alertando para a forma como as mudanças climáticas têm atingido especialmente as pessoas mais vulneráveis e os ecossistemas mais frágeis. Falta ainda, porém, a definição de ações sobre o foco humano no debate da transição sustentável, como equidade, inclusão, acesso a recursos, capacitação e outros. A sustentabilidade somente será uma realidade se passar pela redução das desigualdades sociais, processo para o qual a inclusão produtiva digna de pessoas em vulnerabilidade é uma etapa importante. Além disso, o desenvolvimento da economia verde em alinhamento com oportunidades socioeconômicas pode contribuir para o enfrentamento das desigualdades.

O Brasil tem vantagens competitivas e comparativas no desenvolvimento de uma bioeconomia positiva para o clima, natureza e pessoas. Essa é certamente uma das grandes motivações que levou o país a propor este ano a Iniciativa de Bioeconomia do G20. A bioeconomia representa a possibilidade de um futuro rico em oportunidades de investimento e desenvolvimento, geração de emprego e renda.

O estudo Inclusão Produtiva e Transição para a Sustentabilidade: Oportunidades para o Brasil, realizado pelo Instituto Veredas a pedido da Fundação Arymax, B3 Social, Instituto Golden Tree e do Instituto Itaúsa, se debruçou sobre o tema e indica 19 áreas para o desenvolvimento dessa nova economia com potencial de ações de inclusão produtiva digna. Foram localizadas oportunidades nos setores de sistemas alimentares e de uso da terra, indústria, energia, cidades e infraestrutura no Brasil.

Com ações intersetoriais, o país pode ter condições de aproveitar plenamente a transição para a sustentabilidade sem deixar ninguém para trás. São aspectos que não podemos ignorar se quisermos avançar, de fato, como um país comprometido com um modelo econômico que seja sustentável, responsável e justo não só com nossos recursos, mas também com nossos cidadãos. Há papel para todos nesse processo e são urgentes políticas públicas e iniciativas privadas para criar meios de incluir produtivamente a população, especialmente os mais vulneráveis.

As empresas têm responsabilidade fundamental nesse processo, como, por exemplo, em identificar e investir na capacitação e nas competências que serão necessárias na transição para um novo modelo econômico. É fundamental, também, que atuem pelo desenvolvimento sustentável dos territórios em que estão inseridas, que promovam a apropriação justa dos benefícios pelos envolvidos nos diferentes elos de produção e que fomentem a inserção de micro e pequenas empresas em seus arranjos produtivos, entre outras medidas.

Já aos governos, cabe a formulação de políticas públicas que possam promover o direcionamento estratégico de um projeto de transição positivo para o clima, a natureza e as pessoas. É fundamental, também, a criação de critérios para os investimentos e tecnologias prioritárias, um ambiente favorável para que diferentes setores possam somar esforços no processo de transição. O poder público deve manter um olhar de longo prazo e estabelecer sistemas de desenvolvimento de capacidades que antecipem e respondam às demandas da transição, avançando na adoção de uma abordagem adaptativa para a proteção social do país.

O processo de transição para a sustentabilidade terá mais sucesso se conseguir posicionar os diferentes atores envolvidos na exploração da terra e na proteção do meio ambiente, falando uma língua comum, que tenha o enfrentamento à pobreza e às desigualdades sociais como missão prioritária. Para tal, é preciso criar caminhos em que a sustentabilidade também garanta a inclusão produtiva. As oportunidades são muitas e oferecem ao país a chance de ocupar um lugar de protagonismo nas economias do futuro, levando cada cidadão junto para essa perspectiva promissora.

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Na ata da reunião do Copom, BC reforça alerta para alta dos juros

Em tom mais duro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou claro, na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira (6), que todos os diretores da instituição concordam em aumentar os juros, se for necessário, sem hesitação. Analistas do mercado começaram a precificar, inclusive, aumento da taxa básica da economia (Selic) na próxima reunião do colegiado, marcada para os dias 17 e 18 de setembro, especialmente se o dólar continuar valorizado como atualmente, em torno de R$ 5,70.

Na reunião dos dias 30 e 31 de julho, o Comitê decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica da economia em 10,50% ao ano. A ata também ficou maior do que a anterior em sete parágrafos e reforçou a preocupação com a piora dos cenários interno e externo e do quadro fiscal. Não à toa, o uso da palavra “risco” passou de seis, no Copom de junho, para 11, no de julho.

No documento, o grupo de nove diretores do BC ressaltou que “o momento corrente é de ainda maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação, sem se comprometer com estratégias futuras”. “À luz desse acompanhamento, o Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, destacou a ata, no parágrafo 25.

grafico Copom

Apesar de o Copom ser bastante enfático ao admitir que poderá subir juros, Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, acredita que o BC ainda vai ter cautela antes de começar a aumentar a Selic. “Existe uma sinalização de que, se o cenário piorar, eles vão subir a taxa de juros, mas que, neste momento, vão aguardar mais informações para saber se a manutenção da taxa é compatível com o cenário de ancoragem das expectativas e convergência da inflação. Então acho que eles vão aguardar mais informações até por conta da volatilidade do cenário externo. Mas a ideia é guardar informações e, eventualmente, tomar uma decisão. Se for ter que tomar uma decisão diferente, é subir juros”, resumiu.

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, avaliou que o Comitê mostrou na ata que “se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável”. “A ata do Copom transmitiu a mensagem que o comunicado não entregou: ficou claro que todo o comitê, não apenas alguns membros, está pronto para aumentar a Selic caso as tendências recentes nas expectativas de inflação e na dinâmica da taxa de câmbio persistam”, destacou o economista do Itaú em relatório aos clientes.

A decisão do Copom foi anterior à piora do cenário externo, que derrubou as bolsas internacionais em meio ao aumento dos temores de uma recessão nos Estados Unidos, a maior economia global e que fez o dólar disparar, na segunda-feira, para R$ 5,74.

Comunicação dura

“A comunicação (da ata do Copom) foi bastante dura, o Banco Central assumiu a existência de riscos assimétricos para cima no cenário de inflação e concluiu que o processo de desinflação arrefeceu, tornando a convergência da inflação à meta desafiadora. Por fim, manteve o cenário externo desafiador e debateu as estratégias para a convergência da inflação: manter o juros atual por muito tempo ou ajustá-lo, dependendo da evolução dos dados”, afirmou Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital. Apesar dessa sinalização, ela manteve a projeção de Selic estável em 10,50% até dezembro de 2024.

José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, ressaltou que o tom mais duro da ata do Copom em relação ao comunicado de quarta-feira passada incluiu a alta da Selic no cardápio dos próximos passos e no novo balanço de riscos, “todos os membros concordaram que há mais riscos para cima na inflação”, além de vários membros enfatizarem assimetria.

“Os novos dados e eventos vão determinar o ambiente global nas próximas semanas: risco de recessão nos EUA é desinflacionário, apesar de machucar o câmbio dos emergentes”, disse Gonçalves. Ele também manteve em 10,50% a previsão para a taxa Selic até o fim do ano.

O estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sergio Goldenstein, considerou o parágrafo 25 como o “mais importante da ata”, porque, nele, o Copom afirma que é desafiador o cenário marcado pelas projeções mais elevadas e mais riscos para a alta da inflação. “Menciona que a definição dos próximos passos da política monetária dependerá bastante do desenrolar do cenário, sem se comprometer com estratégias futuras. Assim, aponta que avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a manutenção da taxa Selic por um período suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante e, de outro lado, unanimemente reforça que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, afirmou.

Cenários

Na ata, o Copom também reforçou a preocupação com a questão fiscal e destacou que a percepção dos agentes financeiros sobre o aumento dos gastos públicos. De acordo com ata, “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, alertou o colegiado. A ata repetiu o trecho de notas anteriores destacando o fato de que “políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

Câmbio

No cenário de referência para a trajetória da taxa de juros, o Comitê elevou a taxa de câmbio para o dólar de R$ 5,30 para R$ 5,55 e adotou a “hipótese” de volta da bandeira tarifária verde entre dezembro de 2024 e de 2025. O colegiado ainda destacou, na ata, que manteve o entendimento usual, sem qualquer alteração, “de que o horizonte relevante para a política monetária é de seis trimestres à frente, correspondendo, agora, ao primeiro trimestre de 2026”, e reconheceu que a inflação segue acima do centro da meta, de 3%, mas dentro do limite de tolerância de 4,50%.

“Em ambos os cenários apresentados, de referência e alternativo, há um processo de desinflação ao longo do horizonte, mas a projeção para o horizonte relevante está acima da meta de inflação de 3%”, destacou a ata. “O Comitê avalia que o cenário externo se mantém adverso. A menor sincronia nos ciclos de queda dos juros, já iniciados em alguns países avançados e ainda por iniciar em outros, contribui para a volatilidade de variáveis de mercado”, ressaltou o texto.

A mediana das projeções de inflação do mercado coletadas no boletim Focus, do Banco Central, passou para 4,12%, em 2024, e para 3,98%, em 2025. Para 2026, a previsão foi mantida em 3,60%.

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Belo Horizonte recebe o Festival Internacional de Acordeon

Belo Horizonte recebe o Festival Internacional de Acordeon (Festival Internacional de Acordeon (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo))

Hoje, sábado, 27 de julho, é a última chance para você prestigiar o Festival Internacional de Acordeon, que retorna à Belo Horizonte, com sua sexta edição, em uma mostra que destaca a diversidade do instrumento. O evento acontece no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, que recebe esse tradicional projeto dedicado ao acordeon.

No universo da música, o acordeon é considerado um instrumento versátil por ser usado em muitos gêneros musicais. O som diferenciado do acordeon, pode ser ouvido desde as músicas folclóricas até o refinamento da música clássica.

O Tchneng e a evolução do acordeon

Como gosto de informação, li que o “Tchneng”, que abrasileirado vira “Cheng”, segundo consta, foi o instrumento pai de vários outros, inclusive o acordeon! Falar do “Tchneng”, nos remete a China, onde o instrumento foi criado, por volta de 3 mil anos antes de cristo.

O “Tchneng”, era constituído por uma palheta de bambu. Presa aos lábios ela vibrava com o auxílio dos dedos e aproveitava a ressonância acústica da boca!

Hoje em dia, o acordeon cromático é um tipo de instrumento que usa teclas para produzir notas e enfeita muitos gêneros musicais, como já comentamos, e o acordeon baixo é um instrumento usado para tocar as linhas mais graves da música, naturalmente, e é usado habitualmente em conjuntos de MPB e também em orquestras.

O acordeon no Brasil

Apesar de ser um instrumento bastante conhecido na atualidade, é sempre bom lembrar, que o acordeon chega ao Brasil trazido pelos colonizadores e imigrantes europeus oriundos principalmente da Itália e da Alemanha e por isso, o instrumento é hoje, considerado um dos símbolos do Rio Grande do Sul, haja visto que a colonização europeia predominou nos estados do sul do país.

Se formos usar a terminologia correta, o nome oficial do instrumento é “Acordeão”, mas como estamos em um país com dimensões continentais e povoado por uma gente extremamente criativa, o mesmo instrumento é chamado também por Acordeon, Sanfona e Gaita, isso dependerá muito de qual região o instrumento for usado. No entanto, vale fazer justiça à pesquisa e ressaltar que ao chegar no Brasil por mãos europeias, os primeiros instrumentos eram chamados de “Concertina”, um acordeão cromático de 120 botões.

O acordeon é um instrumento que se adaptou a várias culturas, inclusive à brasileira. Com uma peculiar complexidade que proporciona ao músico a execução de melodias suaves a harmonias vibrantes em diversos timbres, o instrumento vem conseguindo, há séculos, em diversos lugares do mundo, comandar a festa e encantar o público.

Pois bem, agora que já conhecemos o instrumento, vamos ao encanto do Festival Internacional de Acordeon.

Festival Internacional de Acordeon

O evento é realizado pela Veredas Produções e pelo acordeonista Célio Balona, um dos ícones da música mineira, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio de recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Segundo os produtores, “Depois de um hiato de seis anos, o Festival Internacional de Acordeon – FIA-BH.MG.Brasil está de volta. Nos dias 26 e 27 do mês de julho, este tradicional projeto dedicado ao instrumento chega para revisitar sua história e retomar seu lugar na agenda cultural de Belo Horizonte, colocando a cidade mais uma vez no mapa dos principais festivais mundiais do gênero.”

Everton Coroné (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Em um formato de mostra, em 2024 o Festival Internacional de Acordeon reúne atrações que fizeram parte da sua história, sempre mirando em demonstrar a diversidade do acordeon. Serão, ao todo, quatro shows, sendo uma atração internacional, uma nacional e duas anfitriãs. No dia 26 de julho, subiram ao palco o mineiro Everton Coroné e o gaúcho Bebê Kramer, em duo com o violonista Pedro Franco. Hoje, dia 27, sábado, Célio Balona convida Luísa Mitre e Christiano Caldas, em uma formação interessante de teclas e acordeons.

Quem encerra a programação é o virtuoso argentino Aldo Taborda, em apresentação solo.

Em maio de 2013, a Veredas Produções realizou o primeiro Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA) no Grande Teatro do SESC Palladium, em Belo Horizonte com enorme sucesso de público e crítica, com grande repercussão nacional e internacional. Um Festival realizado pela Veredas Produções e idealizado pelo instrumentista ícone do instrumento em Minas Gerais, Célio Balona, e pela saudosa produtora cultural, responsável por parte importante da popularização da música instrumental do Brasil e do mundo na capital mineira, Rose Pidner, com quem tive a sorte de atuar em algumas parcerias por meio da Associação dos Músicos de Minas Gerais.

Ao longo das cinco edições anteriores o Festival Internacional de Acordeon apresentou a um público estimado em mais de 10 mil espectadores, importantes e referentes acordeonistas de várias nacionalidades, tais como, Itália, França, Argentina, EUA, Rússia e Portugal, em ricos encontros com a cultura do acordeon de várias regiões do Brasil, a exemplo de Renato Borghetti (RS), Toninho Ferragutti (SP), Lulinha Alencar (RN), Mestrinho (SE), Beto Hortis (CE), Oscar dos Reis (RS), Chico Chagas (AC), dentre muitos outros, tendo sempre contado com grandes talentos locais, liderados pela curadoria e direção artística de Célio Balona.

Ontem se apresentaram Everton Coroné e Bebê Kramer, que convidou Pedro Franco. Everton Coroné, é um acordeonista mineiro com quase 25 anos de carreira e é um destaque de sua geração nesse instrumento, apresentando um suingue bem brasileiro, baseado em ritmos tradicionais como o xote e o baião. Formado na escola do pé de serra, circula por incontáveis bailes, festivais, praças e casas de show no Brasil. Também já se apresentou no exterior com 13 turnês internacionais e mais de 150 apresentações fora do país.

Bebê Kramer e Pedro Franco (Foto: Aralume Fotografia)

Além da música, também já levou sua sanfona para as artes cênicas, trabalhando com várias produções de relevância nacional como “Galanga Chico Rei”, de Paulo Cesar Pinheiro, protagonizado por Maurício Tizumba, e “Jacksons do Pandeiro”, da Cia. Barca dos Corações Partidos (RJ), entre outros. Para o Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA), Coroné se apresenta em quinteto, acompanhado dos músicos Robson Junio (zabumba), Babu Xavier (triângulo), Daniel Guedes (percussão) e Samy Erick (guitarra).

Foi nas rodas de choro, um estilo que representa a matriz da música instrumental brasileira, que o acordeonista Bebê Kramer e o violonista Pedro Franco se conheceram. Ambos traziam na bagagem a origem no Rio Grande do Sul e uma sonoridade que transpirava potência, raça e verve, a ponto de serem considerados “dois gaúchos loucos tocando como demônios” pelas cordas de Franco e o acordeon de Kramer.

Repertório

O repertório contemplou temas compostos pela dupla em parceria, bem como músicas autorais de seus trabalhos solo, além de releituras de grandes compositores e mestres do Brasil e do mundo em arranjos surpreendentes.

Bebê Kramer, com mais de 20 anos de carreira, é considerado no Brasil e no exterior um dos mais completos acordeonistas de sua geração. Pedro Franco é compositor e multi-instrumentista que tem se destacado como um virtuose e um dos mais celebrados músicos de sua geração na cena musical brasileira. Com seu violão de sete cordas e o bandolim de 10, além de diversos outros instrumentos, o jovem artista tem atraído a atenção e o respeito de renomados músicos brasileiros.

Programação de hoje

Hoje, sábado 27 de julho, Célio Balona um dos idealizadores do Festival Internacional de Acordeon BH.MG.Brasil (FIA), convida Luísa Mitre e Christiano Caldas.

Célio Balona (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Célio Balona é um dos mais reconhecidos acordeonistas mineiros em todo o Brasil, com grandes passagens também pelo exterior e notório conhecimento da cena do instrumento no mundo todo, acumulado em anos de presença em diversos festivais internacionais que serviram de inspiração para o Festival Internacional em Minas Gerais.

Atualmente com 85 anos de vida, tem uma carreira sólida, que começou quando ainda tinha 15. Para a apresentação nesta edição do festival, ele propõe um repertório de clássicos da música nacional e internacional executados por uma formação incomum, com dois pianistas de carreira e acordeonistas de coração e técnica: Luísa Mitre e Christiano Caldas, que em trio irão se entrelaçar pelas teclas e os foles, intercalando os instrumentos com arranjos e direção de Balona.

Sobre os convidados

Luisa Mitre (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Luísa Mitre é uma das representantes das gerações mais jovens de instrumentistas mineiros. É também compositora, arranjadora, integrante do grupo Toca de Tatu e do Duo Mitre, além de vencedora de prêmios importantes como o BDMG Instrumental e Marco Antônio Araujo, este com seu disco solo, “Oferenda”.

Christiano Caldas (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

Christiano Caldas começou sua carreira nas bandas de baile, como autodidata, e é também produtor musical e engenheiro de áudio. Acompanhou centenas de músicos, entre eles, gente do calibre de Milton Nascimento, Flávio Venturini, 14 Bis, Jane Dubock, Bebel Gilberto, Hamilton de Holanda, Sá & Guarabyra, Roberto Menescal (RJ), Chico Amaral, Yamandu Costa e Wagner Tiso. Em 2022, lançou seu primeiro disco, “Afinidades”, com arranjos seus para composições de mestres da música.

Aldo Taborda (Foto: Élcio Paraíso/ Bendita Conteúdo)

E quem encerra esta brilhante programação é Aldo Taborda, o Campeão argentino do Festival de Acordeon em San Jorge, Santa Fé, e classificado em 4º lugar na categoria Astor Piazzola no principal festival de acordeon do mundo, que acontece em Castelfidardo (Itália).

Aldo Taborda possui longa e sólida carreira e é reconhecido pelo seu estilo único e apaixonado de tocar. Em 2008, foi apontado pelo Diário Uno de Entre Rios e em 2009 pela Academia Nacional do Tango da cidade do Rosario, como o melhor trabalho solo instrumental. No Festival de Acodeon, ele se apresenta solo, trazendo um repertório composto por temas próprios, muito calcados no tango contemporâneo, e traz também as suas versões para obras de seu grande referencial, o mestre Astor Piazzolla, como “Libertango” e “Adiós Nonino”, além de arranjos para outros clássicos da música latino-americana.

Sobre o fomento cultural

Lançando mão dos benefícios e do incentivo fiscal por meio da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Belo Horizonte, o Festival Internacional de Acordeons é patrocinado pelo Instituto Unimed-BH.

O Instituto Unimed BH, que completou 20 anos em 2023 é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente.

Dando um belo exemplo de fomento cultural, ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

É sempre bom dar destaque a quem incentiva as práticas culturais, melhor ainda, quando o incentivo vem cercado de benefícios diversificados e amparados nos princípios da sustentabilidade.

Anime aí e vá prestigiar este grande evento. O Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, fica na Rua da Bahia, 2.244. Os ingressos podem ser adquiridos por R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) na bilheteria do teatro ou via Sympla. Mais informações podem ser obtidas pelo 31 3516-1360.

No mais, te desejo uma boa noite de música e aproveito para agradecer a minha querida Mara do Nascimento, outra fera da música instrumental mineira, que me deu a dica para esse tema de hoje.

Até a próxima!

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10 praias para conhecer na República Dominicana

10 praias para conhecer na República Dominicana (Passeios na Ilha Saona incluem mergulhos e avistamento de tartarugas (Foto: Divulgação))

Enquanto o fim de junho marca o início do inverno e das férias escolares no Brasil, é nessa época em que o Caribe atinge suas temperaturas mais quentes, convidando os turistas a aproveitar suas praias de água morna. Na República Dominicana, distante apenas 7 horas de voo direto do Brasil, o turista encontra mais de 200 opções de praias, incluindo mais de 1,6 mil quilômetros de costa, com opções de locais para mergulho, prática de surfe, windsurfe, entre outros esportes aquáticos. Conheça dez praias para se visitar na República Dominicana para escapar do inverno brasileiro.

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Ilha Saona

No extremo sudeste da República Dominicana está localizada a Ilha Saona, um refúgio tropical protegido com 110km de costa. Os passeios em Saona podem ser feitos de lanchas ou catamarã e incluem mergulhos na piscina natural de Palmilla e visitas a Mano Juan, a única parte habitada da ilha. A Ilha Saona é também um local de avistamento de tartarugas.

Playa Frontón

A Praia Frontón fica localizada aos pés de um penhasco rochoso de 90 metros utilizado para a prática de escalada e possui diversas cavernas que podem ser exploradas pelos turistas. O local também é um polo de mergulho, devido aos belíssimos corais que compõem a paisagem. A icônica praia serviu de cenário para diversos episódios do seriado “Survivor”.

Playa Morón

Uma das mais isoladas e históricas de Samaná, a Praia Morón possui aproximadamente 6 quilômetros de extensão e reúne diversas árvores frutíferas em sua costa. O local é um sítio histórico que abriga cânones franceses originais do século XVIII usados pelo exército de Napoleão em 1802, quando a França ocupou o local.

Bahía de Las Águilas

Reconhecida como a praia mais bonita da República Dominicana, possui oito quilômetros de extensão e ostenta águas azul-turquesa cristalinas e paisagem cercada de formações rochosas. Protegida como parte do Parque Nacional do Jaraguá, é um verdadeiro refúgio natural, sem a presença de hotéis, lojas ou restaurantes.

Playa El Valle

Localizada ao norte de Santa Bárbara de Samaná, a praia é cercada por um vale de penhascos. Suas águas esverdeadas abrigam diversas canoas de pescadores que trazem frutos do mar frescos que compõem o almoço nos restaurantes locais.

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Playa Juanillo

Ranqueada como uma das melhores praias da República Dominicana, Juanillo é um famoso ponto de prática de esportes como mergulho com snorkel, caiaque e kitesurfe. No local há diversos bares e restaurantes que servem refeições e coquetéis sentados ou na espreguiçadeira.

Playa Blanca

Também é um polo de esportes aquáticos. Nela, o turista encontra aulas de kitesurfe, stand up paddle, mergulho e snorkeling. Anualmente, a Playa Blanca sedia o Kite Fest, evento de kitesurfe que lota a praia com surfistas de todas as partes do mundo. A Playa Blanca abriga o Puntacana Resort & Club e o famoso restaurante Playa Blanca.

Macao

É a praia favorita dos surfistas, por conta de suas ondas e ventos. Nela, o turista encontrará aulas de surfe para todos os níveis e restaurantes conhecidos por servir alguns dos melhores pratos de peixe ao estilo dominicano.

Dominicus

Trata-se da primeira praia caribenha a receber a certificação Bandeira Azul – prêmio internacional para praias que cumprem diversos requisitos de sustentabilidade e qualidade ambiental. Possui uma das maiores faixa de areia entre todas as praias da República Dominicana e águas calmas que possibilitam o avistamento de corais. Na sua orla, o turista encontra diversos restaurantes e barracas de artesanato local.

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Playa Esmeralda

Uma das praias mais isoladas da República Dominicana, onde a presença humana é praticamente inexistente. Aqui, não há restaurantes, barracas ou espreguiçadeiras. É um local para quem busca tranquilidade e contato com a natureza. Possui águas calmas com pouca correnteza, além de estar rodeada por coqueiros. Perto da Playa Esmeralda fica localizada a Montanha Redonda, um dos principais atrativos da cidade de Miches, um local perfeito para avistar o pôr do sol e para ver a paisagem local.

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Povos originários são os mais prejudicados no acesso ao mercado de trabalho

O histórico social e cultural do Brasil, que ainda tem um percentual baixo de indígenas nos meios corporativos e em oportunidades de trabalho, é algo pelo qual precisamos lutar com mais afinco. Quero dividir com vocês dados que, muito mais que um chamamento, nos direcionam para práticas de diversidade, para que ninguém fique de fora.

É sempre oportuno revisitarmos nosso passado. Entendermos em que momento estamos, para que as ações necessárias sejam de fato assertivas e condizentes com a necessidade de toda a sociedade. Acredito que a cultura de um povo e a força de seus ancestrais tenham relevância significativa nesse processo de práticas inclusivas e de entendimento da diversidade de culturas no espaço de trabalho.

De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2020, sobre os efeitos da pandemia no mercado de trabalho, houve uma queda dos rendimentos de 27,9% entre os mais pobres e de 17,5% para os 10% mais ricos. Quando há um recorte de grupos minorizados entre indígenas, analfabetos e jovens entre 20 e 24 anos, o percentual dos indígenas fica na frente, com queda de 28,6%.

Esse dado aponta que, quando há um evento global como a Covid-19, que ainda hoje se reflete na sociedade, os que estão na base da pirâmide ficam ainda mais vulneráveis. E é por isso que ressalto aqui a necessidade de olharmos para este cenário e praticarmos a inclusão continuamente.

Historicamente, o processo de representação dos povos originários na politica só aconteceu em 1983, com a eleição do cacique Mário Juruna, da aldeia xavante Namakura, primeiro indígena eleito deputado federal (PDT). Depois dele, somente em 2018 (35 anos após), Joenia Wapichana — presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) — foi eleita deputada federal (Rede-RR).

Já em 2020, de acordo com o portal da Câmara dos Deputados — Parlamento Jovem Brasileiro, dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e do Instituto Socioambiental (ISA) apontam que, na eleição municipal, foram eleitos 213 vereadores, 10 prefeitos e 11 vice-prefeitos de origem indígena.

Quando debatemos sobre representatividade em todos os polos e pontuamos sobre a relevância em não deixar ninguém de fora da tomada de decisão, para que todos sejam contemplados de maneira equitativos, os resultados são condizentes com as práticas.

Hoje, 305 povos indígenas habitam o território brasileiro, como aponta a Funai. Em 2021 nasce a Cooperativa de Agricultores e Produtores Indígenas do Brasil (Coopaibra) com o objetivo de gerar sustentabilidade, emprego e renda nas terras indígenas.

É possível observar uma movimentação social e nos meios de comunicação referente aos indigenistas quando o assunto é terra. No entanto, tratando-se do meio corporativo e de oportunidades de trabalho, ainda percebe-se uma morosidade para alcançar essa representatividade de forma mais ampla.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta dados do Censo de 2022, segundo o qual 56,10% dos povos originários e seus descendentes têm menos de 30 anos. Esse percentual é relevante para que possamos analisar outro dado, o de que apenas 1% da população indígena está inserida no mercado de trabalho formal, e destes, apenas 0,1% em cargos de liderança.

As informações são do Instituto Ethos e deixam evidente a invisibilidade em que se encontram os povos originários quando o assunto é trabalho.

É necessário arquitetar novas práticas de inclusão e fazer valer o direito ao fomento da cultura universal, para que, no mercado de trabalho, a representação esteja de acordo com a população geral, ampliando assim a troca de saberes, motivando a sociedade a dividir conhecimento, somar experiências e expandir a economia para que todos sejam contemplados.

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