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Vídeo que fala em desabastecimento em BH publicado por Bolsonaro é ‘fake’

A reportagem da CBN constatou que a Ceasa da capital mineira tem, inclusive, produtos em excesso por causa da baixa procura, provocada pela pandemia do novo coronavírus. O presidente usou o Twitter para divulgar vídeo em que trabalhador critica isolamento.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a usar o Twitter para atacar governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento. Ele publicou um vídeo em que um trabalhador relata que estandes da Ceasa de Belo Horizonte, em Minas Gerais, estão vazios, mas isso não é verdade. O material foi gravado no sábado, dia de pouco movimento no local.

Nesta quarta-feira, a reportagem da CBN constatou que a central está plenamente abastecida. Segundo os produtores da Ceasa, as atividades estão normais e não existe risco de falta de produtos. A direção ressaltou ainda que não há risco de desabastecimento na cidade, nem no estado, pelo contrário: há, inclusive, produtos em excesso por causa da baixa procura em meio à pandemia do novo coronavírus. Alguns comerciantes relatam melhora nas vendas.

O subsecretario de política e economia agropecuária de Minas Gerais Paulo Ricardo Albanez disse que o vídeo foi gravado durante um momento de limpeza do local. “É uma rotina nas terças, quintas e fins de semana a limpeza do mercado. Enquanto a equipe de limpeza fazia o serviço para a manutenção das condições de higiene e para o bom funcionamento das atividades, fizeram uma filmagem e disseram que estava ocorrendo desabastecimento. Não é verdade. Não há desabastecimento.”

A postagem foi feita numa página oficial de Bolsonaro numa rede social. O homem elogiou o presidente e criticou o isolamento adotado por alguns estados e municípios como medida para conter o avanço do novo coronavírus. Em texto, o presidente escreveu que “não é um desentendimento entre o presidente e alguns governadores e prefeitos”, são “fatos que devem ser mostrados”. E acrescenta que “depois da destruição, não interessa mostrar culpados”.

Bolsonaro tomou a atitude um dia depois de adotar um tom mais ameno no pronunciamento feito na noite desta terça-feira em rede nacional.
Fonte: CBN

Bolsonaro ataca Greenpeace, que responde

“Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo!”, atacou ele

O Greenpeace Brasil respondeu às críticas feitas hoje de manhã à organização pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Em fala a jornalistas ao deixar o Palácio do Alvorada, Bolsonaro afirmou pela manhã: “Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo! Isso é um lixo!”

A organização usou uma sequência de tuítes para responder no início da tarde ao questionamento retórico do presidente. “Somos uma organização que pressiona qualquer governo. Quando vemos ameaças às florestas, vamos nos manifestar”, afirma o Greenpeace. “Usamos confrontos pacíficos e criativos para expor problemas ambientais e desenvolver soluções para um futuro verde e pacífico.”

A ONG afirmou ainda ser independente de empresas, governos e partidos e formada por pessoas empenhadas em proteger o meio ambiente.

Em resposta ao xingamento de “lixo”, o Greenpeace usou de ironia. “De lixo a gente entende! Nos últimos 3 anos nossos voluntários e voluntárias coletaram mais de 90 toneladas de lixo.”

A organização propôs um debate sobre outro “lixo”, simbolizado pelo aumento do desmatamento, a flexibilização do licenciamento ambiental, a liberação de agrotóxicos e a mineração em terras indígenas — intensificados durante o governo Bolsonaro.

As críticas de Bolsonaro à ONG pela manhã foram proferidas depois de jornalistas o questionarem sobre cobranças do Greenpeace em relação ao Conselho da Amazônia, que não tem metas nem orçamento definidos. “A questão ambiental é mole. A Amazônia equivale a uma Europa Ocidental, é mole de resolver o problema lá”, disse Bolsonaro mais cedo.

Bolsonaro afirmou também que não resolveria nada incluir governadores e secretários municipais no Conselho da Amazônia. “Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada”, disse Bolsonaro.

“Tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre Estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do Estado. Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada”, complementou.

Na última terça-feira, o presidente fez críticas à “indústria da demarcação de terras indígenas” ao assinar o decreto que transferiu o conselho para vice-presidência.
Fonte: Valor Econômico

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