Sustentabilidade Viável



Premier League: Nottingham Forest punido com perda de quatro pontos

A Premier League anunciou, nesta segunda-feira (18), a punição do Nottingham Forest com a perda de quatro pontos após descumprir as regras de fair play financeiro do Campeonato Inglês. A infração ocorreu na temporada passada e a decisão acabou sendo confirmada após avaliação de uma comissão independente da liga inglesa, que tratava do assunto desde o último dia 15 de janeiro.

Dessa maneira, a perda dos quatro pontos deixa o Nottingham Forest na zona de rebaixamento da Premier League. Porém, o clube ainda pode recorrer da decisão.

“Uma Comissão independente aplicou uma dedução imediata de quatro pontos ao Nottingham Forest por violação das Regras de Rentabilidade e Sustentabilidade (RRS) da Premier League no período que terminou na temporada 2022/23. O Nottingham Forest foi denunciado a uma comissão independente em 15 de janeiro, após admitir que havia ultrapassado o limite relevante do RRS de 61 milhões de libras (R$ 387,9 milhões) em 34,5 milhões de libras (R$ 219,4 milhões). O limite era de 105 milhões de libras (R$ 672 milhões), já que o clube passou duas temporadas do período de avaliação na segunda liga”, diz o comunicado oficial da Premier League.

Os clubes da liga inglesa podem ter perdas de até 105 milhões de libras (R$ 667,8 milhões) durante um período de três anos. Mas, o caso do Nottingham Forest foi diferente porque ele passou dois anos desse ciclo na Championship, a segunda divisão inglesa.

Segunda punição na Premier League 2023/24

Esta é a segunda vez na temporada que um clube acabou sendo punido com a perda de pontos após o descumprimento do fair play financeiro. O Everton teve uma perda de 10 pontos, mas a sanção decorreu para uma dedução de seis pontos.

Por fim, o Nottingham Forest, que estava na 17ª posição, com 25 pontos, caiu para a 18ª, agora com 21 pontos. Assim, o clube terá apenas mais nove rodadas para tentar se manter na elite do futebol inglês antes do fim da competição.

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Ybá Ilha do Mel: a sofisticada hospitalidade do novo hotel na ilha que é símbolo do turismo do Paraná

Ybá Ilha do Mel: a sofisticada hospitalidade do novo hotel na ilha que é símbolo do turismo do Paraná (Novo hotel na Ilha do Mel investe em sustentabilidade e conforto no litoral do Paraná (foto: @paespelomundo) )

As lindas portas de madeira talhada que formam um portal em cada habitação nos mostram que estamos numa nova Ilha do Mel. O Ybá Casa Hotel, inaugurado em janeiro/24, traz para o litoral do Paraná o bom gosto em detalhes, em conforto e destaques gastronômicos com personalidade e regionalidade para surpreender hospedes que procuram um lugar rústico e um hotel sofisticado, na região de Nova Brasília (praia do farol).

Antes mesmo de falar quão incrível foi estar pela primeira vez na Ilha do Mel, é preciso ressaltar a imersão na natureza, as práticas sustentáveis e o saborosíssimo café da manhã servido pelo Ybá. Da indonésia ao artesanato caiçara, as referências são múltiplas. Tudo em sintonia com o que há de melhor na hotelaria mundial.

Fazer turismo no Paraná é ultrapassar estereótipos e se permitir conhecer lugares únicos que vão de Foz do Iguaçu às cataratas limítrofes do Brasil, ao litoral, sim, ao litoral de aproximadamente 98km de extensão, com ilhas, baías, estuários e uma grande diversidade de ecossistemas, como manguezais e áreas de restinga. É nesse contexto natural repleto de histórias de imigração, e de comida boa, que está a Ilha.

Café da manhã com produtos do litoral e práticas sustentáveis (Foto: @paespelomundo)

E por que do Mel?

Várias histórias folclóricas se candidatam a nomear a Ilha do Mel. Antes da Segunda Guerra Mundial, a ilha era conhecida como a ilha do Almirante Mehl, imigrante alemão que se dedicou à apicultura. Mas os índios Carijós que viviam na região apreciavam o mel de abelhas, então a exploração apícola é antiga. Daí tem outras explicações: a cor do mar, o formato da ilha. Fato é que mapas do século XVII que fazem parte do acervo da mapoteca do Ministério das Relações Exteriores têm o registro da ilha como Ilha do Mel.

As cidades litorâneas do Paraná, em especial Antonina e Morretes, são conhecidas turisticamente pelas receitas dos imigrantes portugueses que aqui deixaram um legado: o barreado. Do outro lado, nas margens da Ilha, que faz parte da cidade de Paranaguá, os frutos do mar são o menu do dia, com, inclusive, o cultivo de ostras, que vem ganhando notoriedade pelo mundo.

Cama king e janelões no confortável loft casal, com dois andares (Foto: @paespelomundo)

Hospitalidade e gastronomia no Ybá Casa Hotel

A novidade que o Ybá Casa Hotel traz para essa ilha, de contexto histórico e gastronômico, é uma hospitalidade diferenciada em harmonia com essa trajetória. São 3 lofts casal e 2 lofts família, além de uma casa maior com direito a cinema suspenso por cordas. No loft casal, onde ficamos, um confortável futon repleto de almofadas, no lounge TV, compartilha ambiente com a banheira de imersão, deixando a sala descolada e aconchegante para, quem sabe, um vinho da mini adega exclusiva.

No primeiro andar, a cama de casal (king) e o banheiro (inclusive com água quente), são a base para uma rouparia também sofisticada, com decoração em madeira e pedras ornamentais. Além, claro, dos janelões que permeiam os ambientes.

É no café da manhã que o Ybá mais uma vez surpreende. Como o hotel não possui restaurante próprio, o serviço torna-se mais personalizado, com direito a frutas tropicais, bolos caseiros, iogurtes e muitos outros produtos da região litorânea trazidos para a ilha. Tudo impecável no acolhimento, na personalização. Ao final da tarde, o hotel oferece ainda surpresas gastronômicas para compartilhar os melhores momentos a dois, ou com amigos.

Cerveja artesanal produzida na panela, servida no restaurante Astral da Ilha (Foto: @paespelomundo)

Coisas da Ilha

O Ybá Casa Hotel fica a poucos metros da Praia do Farol, e também da Praia do Canto. No caminho, bares e restaurantes para aproveitar a melhor culinária local, como o Astral da Ilha, inclusive com menu premiado em festivais gastronômicos. Não saia da ilha sem provar as moquecas, os peixes fritos, o caldo de cana com gengibre e cachaça, a sobremesa de maracujá com chocolate.

A ilha vai deixando a gente mais molinho, mais relaxado. Então aproveite o forró pé de serra (ou seria “pé da ilha?”) aos domingos. Um barzinho beira mar onde nativos e turistas se divertem ao som do forrozeiro que canta Alceu Valença, Mariza Monte, tudo em ritmo de forró.

Uma ilha para aproveitar muito mais que somente no verão (Foto: @paespelomundo)

No outro dia, aproveite a calmaria da praia para um passeio de bicicleta pelas areias. O Hotel disponibiliza bikes e também tem serviço de guarda sol. Aproveite sua garrafinha sustentável, mimo Ybá, para se hidratar e se preparar para muitos degraus na subida do farol.

Conhecer lugares do Brasil fora do óbvio pode nos surpreender. A Ilha do Mel é um lugar encantador. Daqueles que a gente quer voltar para aproveitar um pouquinho mais o outro lado, o outro prato, o forró, ou quem sabe só descansar, num dia quente de frente para o mar, ou num dia frio, com uma taça de vinho ao lado da lareira. Os mares do Paraná vão muito além do verão.

Thiago Paes viaja o mundo em busca de experiências no turismo de luxo e gastronômicas. É apresentador do programa PaesPeloMundo no canal Travel Box Brazil, colunista de viagem e gastronomia e está nas redes sociais como @paespelomundo.

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Brasileiros criam estação de tratamento de água usada em 20 países em crise

Uma startup brasileira desenvolveu um purificador de água portátil que vem sendo usado para ajuda humanitária em 20 países, desde zonas de guerra até regiões remotas sem acesso à água potável. O equipamento, na prática, funciona como uma espécie de estação de tratamento de água e usa dialisadores hospitalares para filtrar partículas muito pequenas de sujeira.

Os dialisadores são usados em hospitais para filtrar resíduos no sangue de pacientes e funcionam como última barreira do purificador para evitar a contaminação da água por vírus e bactérias.

O equipamento, produzido pela startup paulistana PWTech, permite que comunidades tornem potáveis fontes de água alternativas, como poços, rios ou água de chuva. Ele pesa cerca de 20 quilos e tem o tamanho um pouco maior do que uma mala de viagem – um metro de largura e 43 centímetros de altura. O aparelho tem autonomia para filtrar até 10 mil litros de água por dia e custa cerca de R$ 15 mil.

“O equipamento estava fornecendo um litro de água por pessoa a cada dia no Haiti. Já na Ucrânia, cerca de dez litros. Depende da necessidade e da condição de cada lugar”, diz Fernando Marcos Silva, CEO e um dos fundadores da startup. “No Haiti, o equipamento estava processando seis mil litros de água por dia, portanto, impactando seis mil pessoas”.

A portabilidade fez com que os purificadores fossem utilizados pelo governo brasileiro para prestar assistência em regiões remotas, como terras indígenas Yanomami ou para auxílio humanitário no exterior, em locais como Haiti, Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Ele pode ser ligado diretamente à rede elétrica, por meio de geradores ou placas solares. É comum, inclusive, que o equipamento seja enviado para essas regiões junto de painéis fotovoltaicos. “A inovação está na portabilidade do equipamento”, afirma Silva.

Empresa busca expandir operações com vendas para empresas

A PWTech foi fundada em 2018 e possui atualmente 20 funcionários. A startup registrou um faturamento de R$ 7,8 milhões no ano passado e busca mais do que duplicar esses números em 2024, com previsão de arrecadar R$ 20 milhões. Para isso, a companhia quer vender cada vez mais para empresas privadas, expandindo sua atuação para além da venda para órgãos governamentais.

A mineradora Vale e a empreiteira Andrade Gutierrez, por exemplo, são alguns dos clientes da startup. Elas utilizam os aparelhos em regiões com pouco ou nenhum acesso à água potável, para distribuição a seus funcionários. Além de diminuir os custos com a compra de galões de água e contratação de caminhões pipa, as companhias vêm vantagens em termos de sustentabilidade, já que há diminuição nas emissões de carbono com o processo.

“O desafio para nós é criarmos o mercado. Os competidores virão depois”, diz Silva, mencionando os esforços da companhia para a venda dos equipamentos para outras empresas. “O galão de 20 litros e o caminhão pipa são nossos maiores concorrentes”, afirma.

Para o consultor de negócios da WIV Gestão Financeira, Vitor Moura, não há problema específico no fornecimento de equipamentos para o governo, mas a concentração das vendas com poucos clientes pode representar um risco para qualquer companhia.

“A estratégia da pequena empresa sempre tem que focar na diversificação de sua carteira de clientes para não correr riscos”, afirma Moura. “Fornecer para o governo não é um risco necessariamente, se você tiver uma diversidade de carteira dentro das compras governamentais”, pontua.

Equipamento levou seis meses para ser desenvolvido

O purificador da PWTech foi desenvolvido pelos engenheiros químicos Fernando Marcos Silva e Maria Helena Azevedo, fundadores da companhia, com ajuda de professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), por meio de um acordo operacional.

Silva, que já trabalhava com a construção de sistema de tratamento de resíduos para shopping centers, havia mapeado soluções usadas no exterior para o tratamento de água com sistemas móveis. Ele buscava, porém, soluções mais portáteis e de baixo custo. Os equipamentos identificados por ele eram muito grandes ou com custo de instalação e manutenção elevados.

O purificador da marca usa elementos como cloro de piscina, filtros limpáveis e dialisadores hospitalares para fazer o tratamento da água. A autonomia antes da necessidade de troca dos filtros é de 150 mil litros. O custo para manutenção é de cerca de R$ 800.

Um dos primeiros equipamentos foi testado em uma comunidade na ilha do Bororé, localizada na represa Billings, zona Sul de São Paulo. Com o sucesso dos testes, a companhia percebeu a possibilidade de expandir e oferecer os equipamentos para o governo e empresas em uma escala maior.

Atualmente as estações de tratamento portáteis da PWTech são reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um projeto para ajuda humanitária. Além disso, a companhia é considerada Empresa Estratégica de Defesa pelo Ministério da Defesa, o que permite uma melhor interlocução para a venda dos dispositivos para as Forças Armadas.

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Cunha: Capital nacional da cerâmica, no interior de São Paulo, completa 300 anos

Cunha: Capital nacional da cerâmica, no interior de São Paulo, completa 300 anos (A cidade do interior paulista se destaca por sua tranquilidade, conforto e um clima incomparável. (Foto: DIvulgação))

A cidade de Cunha, localizada no leste do estado de São Paulo, completa 300 anos de sua fundação no próximo dia 19 de março. Em comemoração, todos são convidados a participar do aniversário do município, que conta com uma programação recheada de shows e homenagens.

A cidade do interior paulista se destaca por sua tranquilidade, conforto e um clima incomparável. Situada próximo a Paraty e Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, o município reúne o melhor da praia e da serra. Além das temperaturas amenas e a calmaria da cidade, os visitantes ainda podem aproveitar as paisagens naturais da Serra do Mar.

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No último mês, o município foi reconhecido como um dos destinos mais acolhedores do Brasil pelo ranking do 12º Traveller Review Awards, da plataforma Booking.com. Oferecendo uma ótima qualidade de vida para seus moradores, a cidade ainda se destaca por seus pontos turísticos, tornando-se tanto uma oportunidade de moradia, quanto de investimentos.

Para Artur Zaltsman, CEO da incorporadora brasileira Zaltsman e um grande entusiasta da região, a cidade se destaca por três pontos-chave. “Se fosse para apontar, diria que Cunha é um destino diferenciado sob três perspectivas centrais: localização, gastronomia e tranquilidade. Estes aspectos, sem dúvida, fazem a diferença na hora do público escolher conhecer e investir na cidade”, finaliza Zaltsman.

Passeios ao ar livre

Localizada em um “Mar de Morros”, com altitude média de 1 mil metros, as cachoeiras fazem parte da paisagem, oferecendo passeios ao ar de livre de tirar o fôlego. Entre os planaltos de Bocaina, Paraitinga e Paraibuna, e as Serras do Mar e Quebra-Cangalha, os turistas mais aventureiros encontram, ainda, trilhas para desbravar no Parque Estadual da Serra do Mar e também no Parque Nacional da Serra da Bocaina.

A Trilha da Pedra da Macela, por exemplo, é uma caminhada de dois quilômetros por um terreno íngreme do Parque Nacional da Serra da Bocaina. O pico tem mais de 1800 metros de altitude e o caminho se dá por meio de uma estrada de paralelepípedos com aproximadamente 1,5 mil metros de altitude. Do topo, é possível ter uma visão 360°, avistando a baía da Ilha Grande, a planície litorânea de Angra dos Reis e Parati, a Serra da Bocaina e a Serra do Mar.

Por ser uma cidade tombada como Patrimônio Histórico, muitas construções preservam a fachada original. Em uma verdadeira viagem no tempo, os visitantes podem conhecer alguns dos principais e mais antigos prédios de Cunha, como o Mercado Municipal, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a Igreja de São José da Boa Vista.

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Outro destaque turístico da cidade é o Lavandário, um campo de flores que oferece uma vista única para as serras. A propriedade, que além da plantação conta com um café e uma lojinha, recebe centenas de visitantes todos os anos para apreciar o final da tarde — considerado um dos mais belos do Brasil.

Gastronomia

O clima ameno e altitude de Cunha propiciam o cultivo de alguns alimentos que se tornaram típicos da região. Conhecida por ser a maior produtora de pinhão do estado de São Paulo, por exemplo, a cidade é a sede da tradicional Festa do Pinhão, que atrai muitos turistas. O cultivo do shitake e as criações de truta também são o destaque do cardápio da região.

Conforme destaca Artur, a cidade possui restaurantes para todos os públicos. “Desde cafeterias, bares, gastronomia internacional e comidas típicas, a cidade possui muitos espaços acolhedores e de alta qualidade — tanto para os turistas, quanto para os moradores. No bairro de Vila Rica, por exemplo, estão alguns dos restaurantes mais renomados para os visitantes que não querem arriscar”, revela.

Cerâmica

Cunha é conhecida como a Capital Nacional de Cerâmica de Alta Temperatura, oficializada em 2022. A prática, que por vezes pode ser associada a peças de revestimento, trata-se, na verdade, de uma importante matéria-prima no setor das indústrias das artes: a chamada cerâmica de autor.

Difundida em várias partes do Brasil e do mundo, o trabalho realizado pelos artistas — dos mais de vinte ateliês da cidade — virou referência e atrai apreciadores de diversas localidades para participar do Festival de Cerâmica e demais atividades promovidas pelo Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha.

“Desde música, arquitetura e artesanato, a região de Cunha é rica em cultura e tradição. Promovendo diversos Festivais e eventos ao longo do ano, sua contribuição para a conscientização da população e para a atração de visitantes na região tem sido fundamental e fico muito feliz em fazer parte deste movimento.”

Sustentabilidade em alta

Artur Zaltsman decidiu investir em Cunha em uma parceria com a Alphaz Concept, empresa referência quando se trata de arquitetura ecológica, para construir um condomínio fechado que reúne luxo e sustentabilidade: o Gaia Residence. “Nós escolhemos a cidade de Cunha para receber esse empreendimento por todos os seus benefícios, em especial a excelente qualidade de vida que oferece”, afirma o empresário.

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Em parceria com a Alphaz Concept, a Gaia Residence se tornará um ambiente totalmente sustentável, já que seus materiais têm tecnologia desenvolvida para soluções ecológicas. Com uma gama de produtos que substituem, por exemplo, o tijolo comum por um sustentável feito de uma composição chamada solo-cimento que é basicamente terra, cimento e água. Outro produto que viabiliza a construção de um condomínio sustentável, é a Argamassa Polimérica Alphaz, que além de ser mais barata, rende mais e não precisa de cal, areia ou cimento.

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BID e Apex intensificam parcerias para atrair investidores para o Brasil

Washington — A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão planejando, pelo menos, três grandes eventos em parceria, sendo dois em Manaus e um em São Paulo ao longo deste ano e o principal deles, na avaliação do presidente do BID, é o Brazilian Investment Forum (BIF), que foi realizado, no ano passado, em Brasília, e, em 23 de outubro, voltará para São Paulo, onde deverá reunir de 2 mil executivos empresários de vários países interessados em investir em território brasileiro.

“O Brasil está em um momento muito especial, porque está na presidência do G20 e é um momento especial também, eu acho, no contexto global, porque há uma oportunidade que se apresenta para o Brasil para ter um papel mais ativo e um momento especial no próprio BID com presidência brasileiro”, disse o presidente do BID, Ilan Goldfajn, nesta quinta-feira (14/3), a jornalistas, após encontro com o presidente da Apex, Jorge Viana, na sede da instituição, em Washington.

De acordo com Viana, foram anunciados US$ 40 bilhões em investimentos no último BIF e a expectativa para este ano é ampliar esse volume, aproveitando a agenda de projetos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as oportunidades que a Apex está mapeando nos Estados Unidos e no Canadá, nesta semana, em encontros organizados pela Apex na capital norte-americana. A data escolhida para o BIF deste ano será no dia 23 de outubro, e o evento fará parte da agenda paralela dos encontros do G20 – grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta, mas a União Europeia –, que ocorrerá no Rio de Janeiro no fim do ano.

O departamento de Inteligência da Apex identificou, entre bens e serviços, 970 produtos com oportunidade de serem comercializados nos Estados Unidos, que importa cerca de US$ 1 trilhão por ano e o Brasil exportou US$ 36,9 bilhões para o segundo maior parceiro comercial do país. Entre os produtos potenciais identificados pela entidade estão máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, frutas, produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, móveis, entre outros. “Esse é um trabalho contínuo de promoção. Não é algo pontual. Temos inúmeras feiras e missões acontecendo nos Estados Unidos e Canadá para alavancar isso”, afirmou ao Correio, Igor Celeste, gerente de Inteligência da Apex.

“Estamos depositando muita confiança nesse evento do BIF, porque, agora, temos um cardápio que vem junto do PAC, a gente tem um conjunto de oportunidades nas diferentes áreas para investimentos. A Apex organizou oito encontros empresariais no mundo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vamos organizar, agora, um evento na Colômbia, porque ele me pediu”, contou Viana. Ele lembrou que, no ano passado, o Brasil foi o segundo principal destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED), atrás apenas dos Estados Unidos, apesar da queda de 30% no fluxo de IED no mundo, “O governo governo vem retomando os investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em políticas públicas. O que esperamos é que os grupos assumam em parte, os investimentos do PAC e implementem”, acrescentou o presidente da Apex.

Além do BIF, um dos o evento que será patrocinado pela Apex e pelo BID em Manaus será o LCA Flavors (Latin American and Caribbean Flavors (LCA Flavors), que será realizado pela primeira vez no Brasil, nos dias 6 e 7 de junho. Espera-se mais de 120 compradores internacionais e mais de 350 fornecedores da América Latina e do Caribe para essa 12ª edição. Ao longo dos anos, o LCA Flavors promoveu mais de 23 mil reuniões individuais, gerando mais de US$ 1 bilhão em transações.

Goldfajn disse que a parceria com o BID no evento vai desde o patrocínio e a realização do evento pela primeira vez no Brasil e a primeira vez em Manaus. “Para nós é importante porque está relacionado aos programas que o BID tem procurado desenvolver na Amazônia”, afirmou o presidente do BID. “A ideia é trazer os compradores do mundo inteiro. Vamos levar o comprador em vez de a gente sair pelo mundo, para mostrar os nossos produtos. A partir dali, negócios vão acontecer, envolvendo comunidades locais, envolvendo os sabores da Amazônia”, acrescentou Viana.

A expectativa dos organizadores é que o evento LAC Flavors reúna cerca de 500 participantes, incluindo compradores internacionais de alimentos e bebidas e fornecedores locais e de toda a região, assim como representantes das agências de promoção de comércio e de investimentos.

O terceiro e último evento que o BID pretende realizar em em Manaus e fez o convite para a Apex participar na na organização da Semana de Sustentabilidade do BID Investment, braço de investimento privado da instituição. A feira deverá ocorrer na semana seguinte ao LAC Flavors, a Semana de Sustentabilidade do BID , entre os dias 11 e 13 de junho. “Falamos de pelo menos três parcerias bem práticas para incentivar e atrair investimentos e o BID se coloca como uma ponte entre o Brasil e os outros países”, afirmou Ilan Goldfajn. Ele contou que o BID tem 88 projetos ativos no Brasil e a expectativa é ampliar as parcerias com os governos regionais, especialmente no Norte e no Nordeste, focando no desenvolvimento regional sustentável, no combate à pobreza e à desigualdade e nas mudanças climáticas – três objetivos da nova agenda estratégica para 2023 da instituição.

“Acabamos de voltar de uma reunião histórica do BID, na República Dominicana, e aprovamos três resoluções de mudanças importantes e a primeira delas foi a capitalização de US$ 3,5 bilhões, o maior aporte nos últimos sete anos É algo muito importante, porque há uma disputa de recursos dos países no mundo neste momento”, disse Goldfajn, que citou a nova estratégia do Banco e o novo modelo do BID Lab, o laboratório do que financia startups voltado para inovação. Serão, neste ano, US$ 400 milhões em doações aprovadas para o BID Lab, que, de acordo com o executivo, com esses recursos, “o banco vai conseguir dobrar o volume de aportes na região”.

* A jornalista viajou a convite da Apex Brasil

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TCU: práticas de estímulo à equidade de gêneros e combate ao assédio

O Tribunal de Contas da União (TCU) segue voltado às práticas de estímulo à equidade de gêneros e o combate ao assédio no ambiente de trabalho da administração pública. Entre as diversas frentes em que o órgão atua, a secretária-Geral de Controle Externo do tribunal, Ana Paula Sampaio, reforçou que os temas sustentabilidade, equidade e inovação são os pilares do trabalho dentro da organização.

Na semana passada, o TCU implementou o novo Índice de Avaliação da Governança Organizacional (iESGo), que substitui o antigo IGG (Índice de Gestão Governamental). O objetivo é ampliar as questões relacionadas à pauta ESG (sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança) no âmbito da administração pública.

“A ideia é que essa ferramenta funcione como um manual de boas práticas para as políticas públicas, ele é um questionário, então é uma autoavaliação, mas nos fornece de uma forma muito ampla e generalizada, um índice para que cada organização consiga perceber como ela está em termos de boas práticas, no que diz respeito à governança sustentável, com foco no social e no ambiental”, informou a secretária, em entrevista ao CB.Poder desta quarta (13/3). O programa é uma parceria entre Correio e TV Brasília.

Ana Paula destacou que, a partir do iESGo, as organizações públicas terão a oportunidade de ter um guia a ser seguido e de avaliar em qual patamar elas se encontram em relação a essas pautas. Na sua visão, será um bom instrumento para definir o que precisa ser melhorado, ou o que já está funcionando de maneira positiva.

Além do novo índice, o TCU assinou, no último dia 8, Dia Internacional da Mulher, uma portaria que institui a Política de Prevenção e Combate ao Assédio no âmbito do tribunal. A secretária contou, em entrevista, que o tema já estava sendo debatido há pelo menos dois ou três anos na instituição e que o primeiro trabalho desenvolvido pela organização foi estabelecer um referencial para definir se um órgão tem, ou não, uma boa política de prevenção a essas atitudes criminosas.

“A gente apura administrativamente os nossos casos que, felizmente, são pouquíssimos. E no âmbito dos demais órgãos da administração pública, a gente tem o primeiro passo, que é dar o exemplo, e, a partir daí, (temos) as nossas ações de fiscalização que induzem a administração pública a adotar políticas de prevenção e combate ao assédio.”

Ela ainda destacou que teve a oportunidade de participar dos primeiros passos da criação da política interna do órgão. Na época, ainda na corregedoria do TCU, descobriu que o tema do assédio sexual perpassa a esfera da punição, e deve ser combatido desde a raiz, reforçando o incentivo à educação sobre o assunto.

“A punição é o último estágio, quando a coisa já chegou num ponto muito grave. É mais importante as pessoas entenderem, porque são pequenos desrespeitos que vão caminhando e sendo normalizados num ambiente de trabalho até chegar num caso grave de assédio. Então, a gente precisa atuar nas agressões mais sutis”, avaliou Sampaio.

O TCU também conta com políticas de equidade de gênero no ambiente de trabalho. Como lembrou a secretária, em março do ano passado, também na Semana da Mulher, o órgão assinou uma portaria que estabelece paridade de gênero na ocupação de postos de gestão e liderança. Essa paridade segue a proporção de homens e mulheres no plantel da empresa.

Atualmente, essa proporção é de, aproximadamente, três mulheres a cada 10 servidores. “A gente sabe que existe uma série de barreiras invisíveis que impedem que as mulheres assumam cargos de liderança e, com isso, elas ficam fora do debate, fora da tomada de decisão, fora do ambiente decisório das organizações públicas e privadas do país”, lamentou a executiva.

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Gestão de projetos eleva a percepção de valor no setor do turismo

Gestão de projetos eleva a percepção de valor no setor do turismo (Estratégias de Gestão de Projetos para criar valor no turismo (Foto: Freepik))

Esta série de posts é fundamentada no Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, conhecido como PMBOK e que, em sua 7ª edição, continua sendo uma referência internacional amplamente reconhecida no campo do gerenciamento de projetos. Ele oferece diretrizes e melhores práticas para profissionais em todo o mundo.

Esteja preparado para uma jornada de aprendizado significativa que alia padrões globais de gerenciamento de projetos à prática no contexto específico do turismo.

Como foi visto no 1º post “Uma abordagem estruturada na Gestão de Projetos Turísticos: trilhando as melhores práticas“, você conheceu conceitos-chave de gerenciamento de projetos.

No post de hoje, vamos falar sobre a entrega de valor e conectá-la aos conceitos vistos no post anterior.

A entrega de valor é um fator crucial para o relacionamento das organizações com os seus clientes e, no mercado de turismo, não é diferente. Pelo contrário, é essencial.

A percepção de valor está diretamente relacionada à capacidade de compreender os benefícios recebidos ao adquirir um produto ou serviço. No ramo de hotelaria, por exemplo, as principais variáveis que podem influenciar o hóspede na escolha de sua hospedagem pode ser: localização, segurança, limpeza, preço e qualidade na prestação do serviço.

Segundo o PMBOK Guide 7° edição, uma maneira chave de criar valor e benefícios nas organizações é por meio dos projetos. Muitas empresas vêm aderindo ao gerenciamento de projetos, a fim de se manterem competitivas e entregar valor de negócio de forma consistente.

Como as organizações, no setor do turismo, podem criar valor?

Tudo começa na definição da estratégia. É necessário que a organização defina de forma clara a estratégia e os objetivos a serem alcançados. A partir daí, o modelo operacional é definido, ou seja, a organização descreve como as pessoas, os processos e a tecnologia irão trabalhar juntas para entregar valor. A operação de uma empresa inclui diversas atividades de acordo com o tipo de negócios. Alguns exemplos são: produção, logística, vendas, pós-vendas, marketing, entre outros.

Uma organização do setor do turismo pode criar valor de várias maneiras, estabelecendo portfólios, programas, projetos, produtos e operações.

Veja na figura abaixo o exemplo de um sistema de entrega de valor. O ambiente interno da organização é direcionado de acordo com o ambiente externo que se refere à economia, ao ambiente competitivo, às restrições legislativas etc.

Figura: PMBOK Guide 7ª Edição

Esses conceitos podem ser aplicados em organizações de diversas atividades ligadas ao turismo, como transportes (terrestre, marítimo e aéreo), locação de automóveis, restaurantes, hotelaria, agências de viagens, entre outras.

A percepção de valor potencializada por meio de projetos e programas

Podemos considerar como exemplos de projetos, no setor do turismo, a implementação de check-in e check-out digital dos hóspedes, uso de realidade virtual, sistemas de reconhecimento facial, modernização de equipamentos, remodelagem de processos, capacitação, certificação ISO etc.

Eles podem ser organizados em programas, que são um conjunto de projetos relacionados e gerenciados de forma coordenada, como programa de novas tecnologias, novos produtos, gestão de pessoas, comunicação e relações institucionais, programa de sustentabilidade e certificações.

A concepção desses programas e projetos devem estar conectadas à operação da organização para que seja possível uma sustentação permanente da entrega e dos resultados provenientes de cada um dos projetos implementados.

Otimizar a percepção de valor é uma tarefa desafiadora para muitos negócios. Para isso, a visão sistêmica é um fator crítico de sucesso.

Além disso, o fluxo de informações desempenha um papel crucial no sistema de entrega de valor. É necessário garantir a comunicação eficiente e eficaz entre todas as partes envolvidas. Essa abordagem assegura que as decisões sejam baseadas em dados atualizados, promovendo uma tomada de decisão mais informada, assim, o sucesso do projeto e a entrega de valor são percebidos pelos clientes.

Em um mercado cada vez mais competitivo, a compreensão de valor do cliente é essencial para o desenvolvimento sustentável de projetos no dinâmico setor do turismo.

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‘Preço de banana’? Clima mais quente deve deixar fruta mais cara

A banana deve ficar mais cara à medida que as mudanças climáticas afetam a oferta desta fruta tão apreciada, disse um dos maiores especialistas mundiais do setor à BBC News.

Pascal Liu, economista sênior da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), afirma que os impactos climáticos representam uma “enorme ameaça” ao abastecimento, agravando o impacto de doenças que se espalham rapidamente pelas plantações.

O Fórum Mundial da Banana (WBF, na sigla em inglês), que acontece nesta terça-feira (12/3) em Roma, na Itália, está discutindo esses desafios.

Alguns mercados do Reino Unido sofreram recentemente com a escassez de banana devido a tempestades marítimas.

Saborosa e nutritiva, a banana é a fruta mais exportada do mundo.

Infecção por fungo

Só o Reino Unido importa cerca de 5 bilhões de bananas todos os anos, sendo cerca de 90% vendidas por meio das grandes redes de supermercados.

Na semana passada, os britânicos testemunharam a escassez de banana em vários supermercados do país, que os varejistas disseram ter sido causada por tempestades em alto mar, que atrasaram o abastecimento.

Mas a maioria dos consumidores não deve ter notado, de acordo com Dan Bebber, professor da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que estuda as iniciativas para tornar as bananas mais sustentáveis.

“A cadeia de abastecimento flutua, mas o Reino Unido é, na verdade, muito bom em amortecer esses tipos de efeitos”, disse ele à BBC News.

“Principalmente porque os centros de amadurecimento podem acelerar ou desacelerar o ritmo de amadurecimento das bananas quando elas chegam, o que ajuda a amortecer esse tipo de flutuação.”

Mas embora os suprimentos de bananas possam fazer face a fenômenos meteorológicos de curto prazo como este, os especialistas estão preocupados com as ameaças crescentes de um mundo em aquecimento — e com as doenças que estão se espalhando a reboque.

“Acho que as mudanças climáticas são realmente uma enorme ameaça para o setor da banana”, afirma Liu, do Fórum Mundial da Banana, um grupo da ONU que reúne representantes da indústria, incluindo varejistas, países produtores, exportadores e instituições de pesquisa.

Além do grave impacto climático na produção, as bananas são sensíveis aos aumentos de temperatura que podem destruir plantações em alguns lugares.

Talvez a maior ameaça imediata seja o fato de o aumento das temperaturas estar ajudando a espalhar doenças.

A doença que causa mais preocupação é a Fusarium Wilt TR4, uma infecção fúngica que saiu da Austrália e da Ásia para a África — e agora foi parar na América do Sul.

Uma vez que uma plantação é infectada, a infecção mata todas as bananeiras — e os especialistas dizem que é extremamente difícil eliminá-la.

O fungo também sofreu uma mutação que ameaça a Cavendish, a variedade de banana preferida a nível mundial.

“Sabemos que os esporos desta Fusarium Wilt são extremamente resistentes, e podem se espalhar por meio de inundações, podem se espalhar por meio de ventos fortes”, explica Liu.

“Então, esse tipo de fenômeno vai disseminar a doença muito mais rápido do que se houvesse padrões climáticos mais normais.”

Os produtores também enfrentam pressões decorrentes do aumento dos custos dos fertilizantes, da energia e dos transportes, assim como dificuldade de encontrar trabalhadores suficientes.

Aliados aos impactos das mudanças climáticas no abastecimento, os preços da banana no Reino Unido e em outros lugares devem subir —e permanecer em alta.

“De fato, haverá alguns aumentos de preços”, diz Liu.

“Se não houver um grande aumento na oferta, minha previsão é de que os preços da banana vão permanecer relativamente altos nos próximos anos.”

Entre os assuntos que a indústria da banana vai discutir durante o encontro em Roma, está a questão da sustentabilidade.

Os consumidores buscam cada vez mais comprar bananas e outras commodities agrícolas produzidas de forma sustentável.

Para os produtores de banana, isto significa não só tornar seus meios de produção mais “verdes”, como também contratar examinadores independentes para certificar que os seus frutos são sustentáveis.

“Estas regulamentações são uma coisa boa, de certa forma, porque ajudam os produtores a aproveitar a oportunidade de tornar seus sistemas de produção mais sustentáveis”, avalia Liu.

“Mas, é claro, também acarretam custos para os produtores porque exigem mais sistemas de controle e monitoramento por parte dos produtores e dos comerciantes. E esses custos têm que chegar aos consumidores finais.”

‘Há muito protecionismo verde disfarçado de boas intenções’, diz secretária de Comércio sobre nova lei europeia

Discriminatória, unilateral e punitiva. É assim que a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, classificou, em entrevista à BBC News Brasil, a lei antidesmatamento da União Europeia cuja aplicação começa, oficialmente, em dezembro deste ano.

A legislação determina que um grupo um grupo de sete commodities, entre elas carne bovina e soja, tenham sua entrada no bloco vedada se vierem de áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

Oficialmente, o bloco alega que a restrição é uma medida para que os consumidores europeus não financiem de alguma forma o desmatamento de áreas de floresta a partir do consumo de produtos oriundos dessas regiões.

O governo brasileiro, no entanto, teme que a medida possa afetar as exportações do país ao bloco que, em 2023, foi o segundo maior comprador de produtos brasileiros, totalizando US$ 46 bilhões.

Uma estimativa do governo baseada em dados de 2022 pontua que 34% de tudo o que o país exporta ao bloco europeu é composto por commodities listadas na nova regulamentação.

Tatiana Prazeres alega que, apesar de a preservação ambiental ser um fim legítimo, a nova regulamentação europeia seria restritiva demais para atingir esse objetivo.

Tatiana diz querer evitar fazer julgamentos sobre a norma europeia, mas coloca em xeque iniciativas implementadas sob o pretexto da preservação ambiental.

“Ninguém questiona a legitimidade de políticas voltadas à preservação ambiental e combate ao desmatamento, mas há muito protecionismo verde escondido atrás de boas intenções. Não há a menor dúvida disso”, diz a secretária.

Tatiana disse que uma das preocupações do governo brasileiro é que o conceito de floresta adotado pela norma europeia poderia afetar produtos oriundos do Cerrado brasileiro, uma das principais áreas produtoras de commodities agrícolas do país.

Isto aconteceria porque o conceito de floresta usado pela legislação europeia é o mesmo do Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que define floresta como uma área superior a 0,5 hectare com árvores maiores que cinco metros de altura ou capazes de alcançar esses parâmetros.

A estimativa é de que não apenas o bioma amazônico entraria nessa classificação, mas também algumas áreas de transição do Cerrado.

À BBC News Brasil, Tatiana Prazeres disse ainda que o Brasil não descarta acionar os mecanismos de resolução de conflitos da Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação à nova norma.

“Quero deixar claro aqui que eu não estou anunciando um contencioso, mas todas as opções estão sobre a mesa”, disse.

Ela também revelou que os países do Mercosul estão preocupados com os impactos da nova norma da União Europeia. Isto porque os dois blocos negociam um acordo de livre comércio que se arrasta desde 1999.

Segundo ela, a principal preocupação é com a percepção de que os europeus possam estar oferecendo supostas oportunidades de entrada de produtos por meio do acordo com uma mão, e restringindo o acesso a produtos do bloco sul-americano por meio da nova legislação com a outra.

Confira os principais trechos da entrevista:

BBC News Brasil – Como essa nova regulamentação poderá afetar o Brasil? Ela vai afetar produtos do Cerrado?

Tatiana Prazeres – O governo brasileiro acompanha com muita preocupação o regulamento da União Europeia sobre produtos livres de desmatamento. O regulamento é conhecido, mas a regulamentação dele ainda está em curso e há várias dúvidas a respeito de como a aplicação dessa regra se dará na prática.

Nós tivemos reuniões específicas com representantes da Comissão Europeia para expressar nossas preocupações. O nosso entendimento é de que neste momento é que, pela definição de floresta contida no regulamento, algumas áreas de fronteira do Cerrado poderiam, sim, estar abarcadas pela nova regulamentação porque a regra não menciona biomas específicos.

Mas nós temos sérias dúvidas sobre a compatibilidade desse regulamento com as regras internacionais de comércio e nós já expressamos isso. Ao mesmo tempo em que nós buscamos negociar com a Comissão Europeia, isso não significa um endosso ao que eles estão fazendo. A gente tem dito de uma maneira muito clara que esse diálogo com a Comissão Europeia não significa que estamos chancelando a regra ou que estamos abrindo mão de, eventualmente, contestar a medida.

BBC News Brasil – A senhora falou que tem sérias dúvidas sobre se essa nova regulamentação e de que seria compatível com as regras do comercio internacional. Por que ela não seria?

Tatiana Prazeres – Em primeiro lugar, ela é discriminatória. Em segundo lugar, ela é mais restritiva do que o devido para atingir um objetivo legítimo.

BBC News Brasil – Discriminatória em que sentido?

Tatiana Prazeres – Ela é punitiva em relação os países que protegeram suas próprios florestas. Ela define arbitrariamente uma data de corte e os países que desmataram suas florestas antes daquela data têm um passe livre para exportar para a União Europeia. Já os países que têm um desmatamento mais recente, como o Brasil, vão estar sujeitos a uma série de restrições. Ela acaba tratando países de uma maneira diferente sem que haja uma justificativa.

BBC News Brasil – Se há dúvidas quanto à compatibilidade dessa nova regulamentação, o que o governo pretende fazer, por exemplo, junto à OMC?

Tatiana Prazeres – Nós já acionamos a OMC, mas não no âmbito do mecanismo de solução de controvérsias. O Brasil, junto a um grupo relevante de países, levantou uma série de questões técnicas sobre essa regulamentação. Com frequência, esse é o processo. Primeiro, vamos analisar as respostas que vierem dessa fase de consulta.

BBC News Brasil – No último ano, houve redução no desmatamento na Amazônia e aumento no Cerrado. Há um grupo de ambientalistas e organizações não-governamentais que avalia que o Cerrado precisa ser incluído na nova regulamentação antidesmatamento da União Europeia porque, se isso não acontecer, essa legislação protegerá a Amazônia, mas aumentará a pressão por desmatamento no Cerrado. Qual a avaliação do governo sobre isso? Para o governo, o Cerrado deve ficar fora ou dentro dessa legislação?

Tatiana Prazeres – Nós achamos que essa regulamentação não é a melhor maneira de lidar com o desafio ambiental. Ponto. A sustentabilidade é uma agenda prioritária para esse governo e não há a menor dúvida sobre isso. A questão é que não é por meio de medidas unilaterais com ameaças de sanção que vamos proteger as florestas. É necessária uma abordagem mais cooperativa e menos punitiva para isso. Essa sua pergunta quase sugere que, em função do que faz a União Europeia, o Brasil iria proteger as florestas para conseguir seguir exportando para lá, mas não é isso que nos move. Essa não é a lógica do governo brasileiro e muito menos do mercado. O que pode acontecer é que podemos deixar de vender pra Europa e passarmos a vender para outros mercados. Não é por causa de uma legislação europeia que o governo brasileiro vai fortalecer o combate ao desmatamento.

BBC News Brasil – A senhora, então, não concorda com a ideia de que essa nova regulamentação pode vir a aumentar para a pressão de desmatamento sobre o Cerrado?

Tatiana Prazeres – Não. Não acho.

BBC News Brasil – Durante as conversas sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia, os negociadores sul-americanos tentaram obter salvaguardas para produtos locais que poderiam ser abrangidos por essa nova regulamentação. Em que estágio estão essas negociações?

Tatiana Prazeres – Essa preocupação está muito presente. Os países do Mercosul se preocupam com o risco de União Europeia oferecer oportunidades com uma mão, por meio do acordo ao reduzir tarifas de importação e ampliando cotas para nossos produtos, mas, com a outra mão, fechar mercados completamente com medidas unilaterais como essa nova regulação antidesmatamento.

BBC News Brasil – A senhora fala que os fins e as intenções da União Europeia são legítimas, mas há quem classifique essas medidas como protecionismo verde…

Tatiana Prazeres – Eu não digo que as intenções da União Europeia na legislação A, B ou C sejam legítimas. O que eu digo é que ninguém questiona a legitimidade de políticas voltadas à preservação ambiental e combate ao desmatamento, mas há muito protecionismo verde escondido atrás de boas intenções, não há a menor dúvida disso.

BBC News Brasil – Há protecionismo verde escondido atrás dessa nova regulamentação específica?

Tatiana Prazeres – Essa regulamentação é mais restritiva do que o necessário para atingir objetivos supostamente legítimos. Não vou fazer julgamentos sobre esta medida em particular. Nós temos sérias dúvidas sobre a compatibilidade da medida com as regras. Certamente, alguns setores na União Europeia se beneficiariam com essas restrições, mas muitos seriam prejudicados.

BBC News Brasil – O governo tem um cronograma de medidas previstas para dirimir as dúvidas sobre a implementação dessa regulamentação ou mesmo para acionar o mecanismo de solução de controvérsias na OMC?

Tatiana Prazeres – Eu quero deixar claro aqui que eu não estou anunciando um contencioso (termo usado para designar uma disputa comercial propriamente dita dentro do mecanismo da OMC), mas todas as opções estão sobre a mesa. Nós gostaríamos de ver e ter mais clareza, o quanto antes, sobre a maneira de como esse regulamento vai ser implementado.

Estamos trabalhando numa iniciativa liderada pelo Ministério da Agricultura para a criação de uma plataforma que forneça dados ambientais ao produtor e ao exportador brasileiro para reduzir os riscos às nossas exportações.

Nós estamos correndo contra o tempo, aí sim, para viabilizar o acesso a essas informações de uma maneira simplificada, mas é necessário que os europeus reconheçam a validade dos dados e dos sistemas de monitoramento e rastreamento brasileiros.

BBC News Brasil – Do jeito que está, já há uma estimativa de quanto isso pode afetar nossas exportações?

Tatiana Prazeres – Ninguém sabe porque ninguém tem as informações sobre como isso vai ser implementado. Em última instância, é o importador europeu que vai avaliar se ele está confortável com as informações sobre a origem dos produtos que ele está importando. Isso faz com que seja especialmente difícil para nós avaliarmos o impacto. O que eu posso dizer com dados até 2022 é que cerca de 34% de tudo o que o Brasil exporta para a União Europeia é composto por produtos regulados por essa nova norma.

BBC News Brasil – Que setores preocupam mais?

Tatiana Prazeres – Alguns setores nos preocupam mais como o café, porque 50% do que o Brasil exporta de café ao mundo vai para a União Europeia. Seria difícil encontrar um outro mercado que absorva esse mesmo volume de forma rápida. Ao mesmo tempo, o café tem uma série de certificações que são reconhecidas no mercado como relevantes, mas não sabemos se essas certificações serão levadas em conta pela nova regulamentação.

Outro setor que nos preocupa é o de couro bovino porque a rastreabilidade da carne brasileira foi feita pensando na carne e não no couro. Hoje, há uma dificuldade técnica de garantir a rastreabilidade exigida pelos europeus para o couro e isso pode gerar um problema sanitário grave no Brasil porque se ele não for exportado, o risco é que ele apodreça e isso teria um impacto ambiental grande. O outro setor é a soja. A China é o maior importador de soja brasileira, mas por conta do valor e do volume que vai para a União Europeia, isso também nos preocupa.

BBC News Brasil – Além da União Europeia, já se fala que a China estaria planejando instituir um regulamento semelhante para impedir produtos oriundos de desmatamento de chegarem ao mercado chinês. Como está essa iniciativa e que como estão as conversas com as autoridades chinesas sobre isso?

Tatiana Prazeres – Há uma conversa sobre sustentabilidade, parâmetros a respeito da discussão de comércio desenvolvimento sustentável. Outros mercados também avançam nesse sentido, mas fala se de maneira mais razoável do que os europeus. Por exemplo, os britânicos adotaram uma legislação de antidesmatamento que não é perfeita, mas nos parece mais adequado do que a adotada pelos europeus.

A Amazônia e os bens públicos globais

Nós, aqui da Amazônia, temos plena consciência do patrimônio extraordinário que possuímos. Estamos, igualmente, cientes de que precisamos encontrar a fórmula ideal, e eu digo sempre, encontrar na verdade, diante de tantos interesses legítimos, a pedra filosofal que nos permita, ao mesmo tempo proteger os bens naturais da região; desenvolvê-la de modo sustentável; contribuir para a melhoria do meio ambiente em todo o planeta; e, sobretudo, o de garantir, sobre ela, a Amazônia, a soberania brasileira.

Há várias iniciativas e hipóteses a respeito do tema. Uma delas é a dos chamados bens públicos globais. Sinteticamente pode-se dizer que bem público global é aquele cuja utilidade ou interesse público é tão importante para comunidade internacional, que nenhum país pode ou deve possuí-lo ou, ainda, ditar regras exclusivas sobre ele, razão pela qual o seu uso e fruição deve ser regulado e gerenciado coletivamente em favor do planeta.

A construção teórica dos “bens globais coletivos”, não temos como negar, é atraente e simpática. Apela para o nosso sentimento de generosidade e de fraternidade universais, mas como amazônida a ela não me posso alinhar, até porque a proposição não leva em conta uma série de outros fatores, como por exemplo: que os bens em discussão pertencem a um país, ao Brasil, a quem cabe decidir sobre a sua utilização, assim como fizeram todos os outros países do mundo em relação ao mesmo patrimônio; deixá-los sob gestão internacional, configura, portanto, supressão, embora disfarçada de tese jurídica, de nossa soberania. A teoria, também, parte do pressuposto de que houve má gestão do nosso patrimônio natural, o que, ao menos no que diz respeito ao Amazonas, não é verdade, justo porque o nosso estado mantém mais de 95% da floresta em pé.

Não há, deste modo, nenhuma razão para que o território brasileiro seja submetido a controle internacional. O Brasil é plenamente capaz, apesar do que apregoa a propaganda interessada em demonstrar o contrário, de gerir com eficiência, inteligência as suas riquezas naturais, garantindo que o seu uso seja ditado de acordo com os interesses preferenciais do nosso país e de seu povo. Não parece justo, sob nenhum aspecto, que sejamos obrigados a dispor da parte mais rica de nosso território, deixando-o intocado, para atender à conveniência das outras nações e condenar o nosso povo à estagnação.

No Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), ao longo dos anos, vimos cumprindo, em diversas gestões exitosas, a lição de casa. Ao lado de nossas atribuições constitucionais típicas de fiscalização dos bens, dos dinheiros, dos agentes e dos demais recursos públicos, não nos descuidamos de implementar ações pedagógicas e de controle socioambiental. Temos procurado passar aos municípios sob nossa jurisdição um manual de boas práticas, com o devido acompanhamento, cujo objetivo consiste em difundir e, se possível, cristalizar, ainda mais, uma cultura de respeito e de boa convivência com a natureza. A nossa responsabilidade para com a Amazônia, portanto, é não apenas importante, mas também uma missão indissociável de nossa brasilidade. Resultado de todas essas ações responsáveis e capazes foi a outorga ao TCE-AM do Selo Verde de Monitoramento A3P do Ministério do Meio Ambiente do nosso país, que premia as instituições públicas que adotam boas práticas de sustentabilidade.

A solução, a mim parece que foi dada, e de modo insofismável, pelo professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), doutor Samuel Benchimol, hoje de saudosa memória, o qual pregava que a Amazônia só poderia dar certo por meio de uma ocupação humana inteligente que levasse em conta cinco condicionantes: ser economicamente viável; ser ecologicamente adequada; ser socialmente justa; ser politicamente equilibrada; e ser tecnologicamente eficiente.

Muito ainda há o que se discutir. O que não pode é o Brasil e, particularmente o Amazonas, pagarem o custo da degradação ambiental global, que foi e é responsabilidade de todos, mas especialmente dos países ricos, os quais precisam, inclusive, compensar anos e anos de exploração desregrada dos bens naturais sob suas jurisdições.

Claro, a solução passa pelo consenso, pela justiça e pelo respeito aos direitos das nações livres e que mantiveram, como nós, em relação aos outros, a maior parte de seu território preservada. Continuemos a trabalhar pela melhor solução possível.

Salvem nossos larguinhos de forma personalíssima e com a consciência da influência na história do clima e suas interferências no mundo. E rogando perdão a Deus, eu, nós, aqui, nessa Manaus morena, devemos enfrentar os medos e as aberrações da realidade amazônida, com a carcaça medonha dos nossos bodós (Hypostomus plecostomus). Além de tudo e, apesar do romantismo do tema, precisamos parar de acreditar em lua azul e Saci-Pererê. Salvem a nossa floresta, respeitando nossas diferenças!

Mario de Mello

Conselheiro Ouvidor do TCE-AM, vice-presidente de Desenvolvimento Institucional do Instituto Rui Barbosa (IRB)

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