Greenpeace recebe reconhecimento por Moratória da Soja
O Greenpeace recebe hoje, junto do McDonaldos e da Cargill, o Prêmio Keystone, pela cooperação inovadora e liderança no processo que resultou na criação da Moratória da Soja e do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), no Brasil. O acordo de mercado, assinado em 2006, foi considerado uma iniciativa realmente inovadora que, mesmo com todas as dificuldades, partiu da união das partes interessadas na mudança e vem trazendo excelentes resultados.
Envolvendo grandes empresas consumidoras, associações do setor de soja, importantes organizações não governamentais (ONG) e movimentos sociais, a iniciativa conjunta, que já dura nove anos, deu uma contribuição contínua e decisiva para a redução do desmatamento ao mesmo tempo que vem assegurando a expansão contínua da produção de soja e melhorando a governança na Amazônia brasileira. Desde de sua criação, em 2006, até hoje o desmatamento da Amazônia caiu 92% nos municípios alcançados pela Moratória, enquanto a produção de soja cresceu 200% no mesmo período nessas localidades.
“Nos orgulha muito saber que nossos esforços para acabar como desmatamento da Amazônia foram reconhecidos por este prêmio”, conta Paulo Adário, conselheiro senior do Greenpeace e membro do GTS desde 2006. “A poucos meses da Conferência Climática das Nações Unidas em Paris, onde governos do mundo farão uma reunião crucial para chegar a um acordo sobre as medidas que serão tomadas para salvar o planeta do aquecimento global, este prêmio é um lembrete oportuno”, ressalta.
Segundo Paulo Adario, ao ajudar a reduzir as emissões de carbono do desmatamento, a Moratória vem contribuindo para construção de uma imagem positiva para a soja amazônica no mercado.
“Em tempos de baixa nos preços das commodities e de preocupação global com as mudanças climáticas, a Moratória mantém a vantagem comparativa da soja produzida na Amazônia, com base no Desmatamento Zero, no mercado internacional”, avalia Adario. “Mas enquanto estamos comemorando o sucesso de nossa inovação e cooperação, alguns membros do GTS querem substituir a Moratória por uma nova legislação adotada no Brasil, que ainda não foi implementada e que não se mostrou eficiente. Correr esse risco é estrategicamente sem sentido e economicamente uma estupidez”, completa.
Um estudo recente, publicado na revista Science pelo professora Holly Gibbs, do Departamento de Estudos Ambientais da Universidade de Wisconsin (USA), mostra que a Moratória da Soja foi cinco vezes mais eficiente em reduzir o desmatamento que todas as leis florestais existentes no Brasil. Para a pesquisadora, o acordo deve ser renovado.
Fonte: Greenpeace