janeiro, 2020
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‘Expedição água’: cidades ao redor da nascente do Rio Paraíba do Sul não possuem tratamento de esgoto
Aproximadamente 90% dos municípios da Bacia do Paraíba do Sul não têm tratamento sanitário e despejam pelo menos 1 bilhão de litros de esgoto puro, in natura, no leito do rio. Confira o primeiro episódio da série.
A Expedição água começou na nascente do Rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo. Nos primeiros 300 quilômetros da viagem, foi possível perceber que as cidades ribeirinhas não possuem ou possuem muito pouco tratamento de esgoto.
Na cidade de Queluz, por exemplo, apenas 40% dos dejetos são tratados antes de serem lançados na água. Em Cruzeiro, praticamente não há tratamento.
A nascente está na cidade de Areias, que não tem estação de tratamento de esgoto. Os detritos são encanados e jogados diretamente em um dos afluentes.
O Rio Paraíba do Sul nasce como Rio Paraitinga. Aproximadamente 90% dos municípios da Bacia do Paraíba do Sul não têm tratamento sanitário e despejam pelo menos 1 bilhão de litros de esgoto puro, in natura, no leito do rio. As informações são do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio.
Quem vive na região reclama da falta de tratamento.
“Quando o sol está muito quente, não é fácil aguentar não. Fede mesmo. Uma catinga muito forte”, contou um morador que vive ao lado do rio.
Expedição
Para ver de perto os problemas associados à falta de esgotamento e à qualidade do abastecimento no estado, os repórteres Alberto Fernandez e Chico Regueira vão mostrar no Bom Dia Rio, RJ1 e RJ2 qual é o percurso da água que sai nas torneiras da população fluminense.
A série especial começou nesta segunda-feira (27), numa viagem que teve início no alto da Serra da Bocaina, em São Paulo, onde fica a principal nascente do Rio Paraíba do Sul.
A maior parte do caminho será percorrida pela Rodovia Presidente Dutra, a mais importante do Brasil, que liga o Rio a São Paulo. O Rio Paraíba do Sul margeia longos trechos da estrada.
Muitas cidades e muito esgoto depois, a equipe de reportagem chegará à Usina Elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, onde ocorre a transposição de águas do Paraíba do Sul para o Rio Guandu.
Nos próximos capítulos, a equipe de reportagem também vai mostrar a Estação de Tratamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), que abastece milhões de pessoas no Rio e na Região Metropolitana do estado.
Vão ser 900 quilômetros de estrada e, durante o percurso, os repórteres vão mostrar onde começam os problemas na qualidade da água oferecida à população.
Fonte: G1
Crise da Cedae faz volume de garrafas PET triplicar em cooperativas de reciclagem; saiba o descarte correto
O material pode ser convertido em desconto na conta de luz e também direcionado para ações que custeiam compras de cadeira de rodas e castração de animais
A reação foi em cascata. Primeiro a população se viu mergulhada em uma crise hídrica provocada pela contaminação da água distribuída pela Cedae. O fato provocou uma corrida por água mineral. Que gerou um aumento do consumo do produto. Que provocou um salto no descarte de embalagens plásticas… Cooperativas de reciclagem da cidade dizem que o volume de garrafas PET coletado chegou a triplicar nas últimas duas semanas, causando até a redução do preço pago pela indústria. Por outro lado, esse montante de lixo está sendo canalizado para boas ações: iniciativas que arrecadam dinheiro com tampinhas de plástico para custear castração de animais e compras de cadeiras de rodas também relatam acréscimo relevante de material recebido.
Erica Abreu, presidente da Cooperativa Transformando, no Caju, explicou que a média semanal de PET recebida é de 1,5 tonelada. Este mês, ela estima que chegue a 4,5.
— Estou há 13 anos nesse negócio, e nunca vi um aumento dessa dimensão — afirmou ela, que viu crescimento, principalmente, das garrafas de 1,5 litro e 20 litros.
Presidente da Coopama, em Maria da Graça, e membro da Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Rio (Febracom), Luis Fernandes também sentiu a mudança:
— Conseguimos somente na última segunda-feira o total de uma semana.
Além das cooperativas de reciclagem, a Light, que oferece descontos na conta para o consumidor que entregar recicláveis, registrou um aumento de 20% na arrecadação de PET este mês, em comparação com dezembro de 2019.
Entretanto, esse aumento não vai representar, necessariamente, mais lucro. Isso porque o preço pago pelo quilo do PET reduziu em algumas regiões. Em Campo Grande, por exemplo, o valor caiu de R$ 2,25 para R$ 2,15.
A Federação das cooperativas de catadores de materiais recicláveis do Estado do Rio (Febracom) reúne 15 cooperativas no município. Oficialmente, a federação disse que não possui um número fechado sobre o aumento da coleta de garrafas PET. Tampouco a Comlurb, que, procurada, respondeu coletar mensalmente 1.700 toneladas de recicláveis mas disse não ter a estatística exata pedida sobre PET em janeiro. Mas, três cooperativas ouvidas pelo GLOBO confirmaram aumento nos números.
— Aqui houve aumento de cerca de 100% a partir de duas semanas atrás, é bem considerável. O que conseguimos somente na última segunda-feira, por exemplo, foi o total de uma semana normal — disse Luis Fernandes, presidente da Coopama, em Maria da Graça, e membro da Febracom.
Entretanto, esse aumento não vai representar, diretamente, mais lucro. Isso porque algumas cooperativas receberam comunicado de que o preço pago por indústrias na garrafa PET vai reduzir a partir dessa quarta (29). Não exite um preço tabelado para toda a cidade, mas a média costumava ficar entre R$2,25 e R$2,50 para o quilo. Em Campo Grande, o valor vai ser reduzido de R$2,25 para R$2,15.
— Vamos acabar ficando num empate, porque estamos vendendo um volume maior, mas o preço vai diminuir — afirmou Sarita Cavalcante, presidente da Cooperativa de Campo Grande.
Plástico pode ser doado para ações sociais
Além das cooperativas, iniciativas sociais que lidam com reciclagem também tiveram aumento no recebimento de recicláveis. A Rio Eco Pets, que arrecada tampinhas de garrafa para custear castração de animais, estima fechar janeiro com 12 toneladas do material. Em dezembro, o número foi de 9,4 toneladas.
— A gente conta com mais de 500 voluntários e 450 pontos de coleta no estado do Rio. Nosso objetivo é entregar R$300 reais para cada protetor de animais que temos cadastrado e assim eles conseguem realizar a castração — explicou Fernanda Périssé, que criou o projeto há dois anos. — Além dos pontos fixos, realizamos eventos e mutirões específicos.
No mercado de recicláveis, a tampinha de plástico tem um valor abaixo da garrafa PET, ficando entre R$1,20 e R$1,50, quando limpa. Mas, a escolha desse item está na praticidade no acúmulo. Enquanto a garrafa é grande e leve, a tampinha é pequena e pesada.
— Quando comecei o projeto, pensei nisso. Enchi meu carro inteiro com garrafa, e deu 10 kg. Depois, só com tampinha consegui colocar 200 kg. Como não temos estrutura industrial, e fazemos trabalho voluntário, é mais fácil trabalhar com as tampinhas.
Outro projeto com o mesmo conceito, mas cuja finalidade é comprar cadeiras de roda para a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), é o Rodando com Tampinhas. Criado á um ano, a iniciativa já conseguiu recolher 61 toneladas de tampinhas, o que resultou em 159 cadeiras. Em média, uma cadeira é comprada a cada 360 quilos do material. Além disso, outros doadores diretos doaram 126 cadeiras.
A responsável pelo projeto, Marcia Dabul, explicou que ainda não foi possível medir o aumento exato de doações, pois os estabelecimentos costumam esperar um acúmulo grande antes de entregar as tampinhas. Mas um fator que sofreu alteração foi a proporção de tampinhas azuis – aquelas de garrafas minerais.
— Nos nossos mutirões, nós separamos as tampas por cores. Nas últimas três semanas, o azul representava 12,4% do total. Já nessa semana esse percentual subiu para 17,5% — disse Marcia.
Especialistas orientam melhor forma de descarte
Com tanto consumo de PET, as pessoas precisam se conscientizar para fazer o descarte da melhor forma possível, alertam especialistas.
— A premissa é levar o menor número possível de embalagens pra casa. Substituir as garrafinhas de 300ml e 500ml por galões retornáveis de 20L, por exemplo, seria o ideal — explicou Cynthia Souza, consultora de ambiente e sustentabilidade. — Caso não haja possibilidade de utilizar o galão, uma opção é reutilizar a embalagem como jardineira ou composteira, por exemplo.
A ambientalista diz que ainda não é possível dimensionar o dano ambiental que essa geração de lixo pode trazer para a cidade. Mas que é algo a se preocupar é um fato.
— O efeito é muito amplo. Num primeiro momento, podemos dizer que o descarte inadequado de resíduos plásticos (que têm grande volume, são leves e boiam) no ambiente, aumentam as enchentes na cidade.
Há um ano, o professor Pedro Passidomo se juntou a amigos, incluindo ambientalistas, para criar o Bullying do Bem, que tem como principal atividade o mutirão de limpeza das praias. Diante da percepção do aumento de geração de lixo com as garrafas, Passidomo disse que o grupo vai averiguar a situação do canto esquerdo da Praia de São Conrado, que recebe muito despejo oriundo do Vidigal, para articular uma ação de limpeza.
— Dependendo do nível que encontrarmos lá, vamos convocar um mutirão — afirmou Passidomo, que também deu dicar para a melhor forma de descarte.
— O mais importante agora é tentar evitar o consumo exacerbado. Mas, como está difícil, o melhor é se informar e mandar seu lixo para coleta seletiva. A Comlurb mesmo faz esse serviço muito bem. Outra coisa é fazer a segregação do material adequadamente, ou então intensificar o reuso.
Ações sociais e desconto na conta de luz: veja os pontos de coleta de plásticos
A pessoa que tiver muito volume de material reciclável para descartar, pode fazer isso, adequadamente, de várias formas. Além da Comlurb, que realiza coleta seletiva, outros pontos de coleta estão relacionados às ações sociais.
Light Recicla: Existem 89 pontos na cidade. O consumidor consegue descontos na conta de luz dependendo da quantidade de material doado. Maiores informações no link http://www.light.com.br/grupo-light/Sustentabilidade/compromisso-com-a-sociedade_light-recicla.aspx
Rodando com Tampinhas: Existem 70 pontos de coleta na cidade, entre shopping, escolas e lojas. O ponto principal, onde são realizados os mutirões, fica na Paróquia São José, na Avenida Borges de Medeiros 2735, Lagoa. A página no instagram, para maiores informações, é @rodandocomtampinhas
Rio Eco Pets: Existem 450 pontos de coleta no estado do Rio, principalmente em pet shops. A página no instagram, para maiores informações, é @rioecopets
Bullying do Bem: O grupo realiza mutirões de limpeza de praias mensalmente. Maiores informações na página no instagram @bullyingdobem.
Fonte: G1
Mais de 100 cidades estão em situação de emergência após chuvas em MG, diz Defesa Civil
Segundo o coordenador adjunto do órgão, decreto será publicado na manhã desta segunda (27).
Subiu para 101, nesta segunda-feira (27), o número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais por conta das chuvas, de acordo com o coordenador adjunto da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Flávio Godinho.
Ainda segundo a Defesa Civil, o decreto será publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Governo de Minas Gerais nesta manhã.
A medida vale por 180 dias e possibilita ações mais céleres para a recuperação dos estragos e auxílio à população. Todos os órgãos estaduais estão autorizados a atuar nos trabalhos sob coordenação da Defesa Civil de MG.
Até o momento, o órgão confirmou a morte de 44 pessoas no estado, registradas entre sexta-feira (24) e domingo (26). Entre as vítimas estão crianças e bebês. Dezenove pessoas continuam desaparecidas. A maior parte das ocorrências está relacionada a risco geológico, como deslizamentos e soterramentos.
No fim de semana, quando 47 cidades estavam sob o decreto estadual, foi solicitado ao governo federal o reconhecimento do estado de emergência. O Ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Gustavo Canuto, esteve em Belo Horizonte neste domingo e disse que os atingidos pela chuva devem ter antecipação do Bolsa Família e do saque do FGTS.
Nesta segunda-feira (27), uma portaria publicada no Diário Oficial da União reconheceu a situação de emergência em decorrência das chuvas intensas nos 47 municípios. Canuto prometeu que o governo federal vai disponibilizar R$ 90 milhões para atender às demandas relacionadas às fortes chuvas em Minas Gerais.
Pontos de doação
Defesa Civil, Servas e Cruz Vermelha fazem campanha para arrecadação de donativos para os mais de 13 mil desalojados e 3.354 desabrigados em todo o estado após as fortes chuvas.
Principalmente: Produtos de limpeza e de higiene pessoal, água mineral, fraldas, alimentos não perecíveis, colchões e roupas íntimas.
As doações devem ser entregues nos seguintes locais:
- Ponto de apoio da Cruz Vermelha: Avenida Úrsula Paulino, 1555, Bairro Betânia;
- Sede da Cruz Vermelha: Alameda Ezequiel Dias, 427, Centro;
- Servas: Avenida Cristóvão Colombo, 683, Funcionários;
- Todos os batalhões do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar em MG.
Fonte: G1
Imagens mostram carvão ativado misturado na água do Guandu
Partículas entraram no sistema às 8h desta quinta-feira (23). Expectativa é que o produto resolva o gosto de terra da água no RJ.
A Cedae começou a usar nesta quinta-feira (23) o carvão ativado na Estação de Tratamento de Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O Globocop flagrou, às 8h, quando as partículas entraram no sistema.
A companhia ainda não disse quando o odor e sabor da água vão melhorar, mas na quarta-feira (22) o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que a situação da água fornecida pela Cedae será resolvida dentro de, no máximo, uma semana.
Segundo Paulo Canedo, professor da Coppe/UFRJ, o carvão ativado vai minimizar o problema na água.
“Tal qual o leito de carvão ativado que temos nos nossos filtros residenciais, que tiram o sabor da água, inclusive o sabor do cloro que a água normalmente tem. Então, o carvão ativado tem a característica de retirar o cheiro e o sabor da água que, aqui no caso, vai retirar o cheiro e o sabor da geosmina”, explica o professor.
Paulo Canedo esclarece, ainda, como funciona o sistema de pulverização: “Antigamente, o carvão ativado, o antracito, quando havia um leito de antracito, esse carvão estava lá nos filtros. Então a água passava não apenas pela caixa de areia para ser filtrada, mas também por uma camada de carvão ativado. Hoje, está sendo colocado no início do processo, mas a lógica é a mesma. A mistura da água com o carvão retira o sabor e o odor da geosmina. E ela passa a ser insípida e inodora”.
A montagem do equipamento e os testes elétricos e mecânicos no sistema de aplicação de carvão ativado foram concluídos.
Desde o início de janeiro, moradores de dezenas de bairros do Rio e de pelo menos seis municípios da Baixada Fluminense começaram a reclamar da qualidade da água da Cedae que recebiam em casa.
Segundo a Cedae, o que deixou a água com cor turva e sabor e cheiro estranhos foi a geosmina, uma substância produzida por algas. Mas de acordo com a companhia, o consumo não oferece risco à saúde.
Carvão ativado
O método de uso do carvão ativado é utilizado por outros estados brasileiros (São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, por exemplo), onde o problema com a geosmina é mais recorrente.
O carvão ativado é feito a partir de madeira, que é colocada em alta temperatura e alta pressão. Com isso, a madeira libera elementos químicos que interagem com a geosmina e a retêm, segundo o Conselho Regional de Química.
Geosmina
A geosmina é um composto orgânico, formado por carbono, hidrogênio e oxigênio, e é resultado da presença de cianobactérias na água. Essas bactérias se alimentam de matéria orgânica, como algas ou coliformes fecais, e esse metabolismo gera a geosmina.
Segundo Rafael Almada, presidente do Conselho Regional de Química, alguns estudos dizem que a geosmina não tem impacto na saúde de quem a consome, mas esses estudos ainda precisam ser ampliados para dar segurança sobre essa toxicidade.
Fonte: G1
Em Davos, Greta Thunberg pede que líderes mundiais ouçam jovens ativistas
Jovem ativista sueca fala em painel do 50º Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça.
A jovem ativista sueca, Greta Thunberg, que inspirou uma nova geração de ativistas a comparecer ao Fórum Econômico Mundial deste ano, pediu nesta terça-feira (21) que líderes mundiais ouçam a juventude.
“Não sou uma pessoa que pode reclamar sobre não ser ouvida”, disse ela, despertando risadas da plateia em um painel intitulado “Construindo um caminho sustentável para um futuro coletivo”, no primeiro dia da reunião anual do fórum.
“A ciência e a voz dos jovens não são o centro da conversa, mas precisam ser”, acrescentou.
Muitos ativistas viajaram a Davos, na Suíça, seguindo os passos de Greta.
Entre os “heróis do clima” celebrados no Fórum deste ano está o jovem cientista Fionn Ferreira, que desenvolveu um modo de prevenir que microplásticos cheguem aos oceanos.
A lista também inclui a sul-africana Ayakha Melithafa, de 17 anos, e a canadense Autum Peltier, que luta pela preservação da água desde seus 8 anos.
“É sobre nós e as futuras gerações e aqueles que são afetados hoje”, disse Greta. “Precisamos trazer a ciência para a conversa”.
Fonte: G1
Após 20 anos, pesquisa da UFMG, dona da maior coleção arqueológica antártica do mundo, é cortada do Proantar
Arqueólogos não vão usufruir da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, inaugurada nesta quarta-feira (15). Investimentos foram reduzidos a um décimo da previsão inicial.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Andrés Zarankin costumava tomar um café na antiga Estação Antártica Comandante Ferraz, que pegou fogo em 2012, antes de sair em expedição. Agora, ele teme não conhecer a nova estrutura inaugurada nesta quarta-feira (15) porque sua pesquisa foi cortada do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Zarankin coordena um estudo que pode reescrever a história do continente gelado. A equipe dele tenta provar que o homem chegou à Antártica muito antes das expedições de europeus no século XIX e início do século XX.
Segundo o pesquisador, a UFMG tem hoje a maior coleção de objetos arqueológicos antárticos do mundo no laboratório do Departamento de Arqueologia. Porém, não há recursos para mantê-la e a situação é dramática.
“A coisa que mais me incomoda é que o nosso projeto foi cortado em um momento que alcançamos o máximo de amadurecimento tanto a nível teórico como a nível metodológico e técnico”, disse ele que visita a Antártica há mais de 20 anos.
A pesquisa já escaneou 70% dos sítios arqueológicos e o material, em 3D, está disponível na internet a estudiosos de todo mundo. A ideia era chegar aos 100% em dois anos.
“Para mim é o resultado de políticas públicas de marginalização das ciências sociais e ciências humanas”, falou Zarankin que teve recursos negados depois que o projeto dele foi cortado em uma banca de avaliadores formada por especialistas em outras ciências.
Em 2017, por exemplo, os pesquisadores encontraram restos de sapatos e garrafas de vinho e cerveja que provavelmente foram deixados ali por caçadores de focas, baleias e leões-marinhos do fim do século XVIII.
Agora, com os cortes sistemáticos de bolsas como a do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o investimento caiu para um décimo do que era originalmente, segundo o professor. A pesquisa vai continuar na Terra do Fogo, na Patagônia, longe dos sítios arqueológicos da Antártica, fontes principais do estudo.
O investimento na nova Estação Comandante Ferraz foi de US$ 99,6 milhões (cerca de R$ 400 milhões). E vai abrigar 64 profissionais do Proantar. Nenhum deles faz parte da equipe coordenada por Zarankin.
Eles costumavam acampar em vários pontos do continente gelado e chegavam a usar a antiga estação como base para tomar pelo menos um cafezinho. “Agora nem isso”, disse ele.
Em 2019, o CNPq operou durante mais de dez meses com um déficit orçamentário de cerca de R$ 300 milhões, devido ao corte da verba entre 2018 e 2019. Um reforço orçamentário de R$ 250 milhões só foi liberado no fim de outubro, para garantir o pagamento mensal a quase 80 mil bolsistas.
Fonte: G1
Fumaça de incêndios na Austrália deve dar a volta completa ao mundo, mostra Nasa
Fumaça deve retornar à Austrália depois de circundar a Terra; em metrópoles como Sydney e Melbourne, poluição causa riscos à saúde pública.
Fumaça dos enormes incêndios na Austrália vai, em breve, dar uma volta ao redor da Terra antes de retornar ao país, diz a Nasa, a agência espacial americana.
Chamas gigantes têm devastado a costa leste australiana há meses, empurrando fumaça para o oceano Pacífico. A Nasa diz que a fuligem gerada por volta do dia de Ano Novo cruzou a América do Sul, tornando o céu de algumas regiões turvo.
A expectativa é que essa fumaça continue o seu deslocamento até “completar uma volta completa pelo planeta”, diz a Nasa.
Centenas de incêndios nos últimos meses na Austrália mataram pelo menos 28 pessoas e destruíram mais de 2 mil casas. Acredita-se que 800 milhões de animais tenham morrido e que cerca de 10 milhões de hectares tenham sido atingidos desde o início da temporada de queimadas, em junho de 2019
A escala sem precedentes e a intensidade desses incêndios são resultado das mudanças climáticas, dizem especialistas.
Como a fumaça viajou ao redor do mundo?
A Nasa diz que as chamas mais recentes foram tão grandes que produziram um “número incomum” de pyrocumulonimbus — tempestades geradas pelo fogo.
Essas causaram o envio de fumaça para a estratosfera, com algumas sendo detectadas a uma altura de 17,7 km.
“Uma vez na estratosfera, a fumaça pode viajar por milhares de quilômetros, afetando globalmente as condições atmosféricas”, explica a Nasa.
A agência espacial diz que está estudando os efeitos da fumaça que alcança essa altitude e se ela provoca um efeito de “aquecimento ou esfriamento atmosférico”.
Qual tem sido o impacto da fumaça mais perto do solo?
A Nasa percebeu que a fumaça mudou a cor dos céu em áreas da América do Sul e afetou dramaticamente a Nova Zelândia, onde tem provocado “problemas severos de qualidade do ar” e “neves escuras nos topos das montanhas”.
Cidades grandes da Austrália, como Sydney, Melbourne, Canberra e Adelaide, também vivenciaram níveis perigosos de qualidade do ar devido à fumaça dos incêndios.
Nesta terça (14), moradores de Melbourne enfrentaram um segundo dia consecutivo de níveis perigosos de poluição atmosférica, o que levantou preocupações relacionadas à saúde pública.
Mais de 100 focos de incêndio continuam a queimar no leste do país, embora temperaturas mais frescas e as chuvas tenham ajudado os esforços dos bombeiros.
Fonte: G1
Austrália pede que 250 mil deixem suas casas por causa de riscos de aumento dos incêndios
De acordo com as autoridades, as próximas horas podem ser “muito, muito desafiadoras”, mesmo com chuva em algumas partes do país.
A Austrália pediu que 250 mil pessoas deixem suas casas nesta sexta-feira (10) devido aos riscos de incêndios ainda mais intensos, informou a agência de notícias Reuters.
O país está preparando apoio militar para a operação. De acordo com as autoridades, as próximas horas podem ser “muito, muito desafiadoras”, mesmo com chuva em algumas partes do país.
O fogo já devastou mais de 10,3 milhões de hectares de terras. Desde outubro, 27 pessoas morreram e milhares foram retiradas de casa. Em busca de água, camelos selvagens têm se deslocado pelo país e invadido comunidades. Autoridades australianas afirmaram que vão abater até 10 mil desses animais para conter a invasão
Agentes de defesa estão de prontidão para avançar sobre terrenos em chamas se as condições se tornarem extremas, disse o primeiro-ministro, Scott Morrison, a repórteres, tendo em conta que as temperaturas em elevação e os ventos criam circunstâncias perigosas.
“Mesmo com chuva em Melbourne, mesmo com a previsão de condições melhores na semana que vem, ainda há muito pela frente neste que está sendo um evento de incêndio inédito… e, é claro, sabemos que ainda temos muitas semanas da temporada de incêndios”, disse Daniel Andrews, o premiê do Estado de Vitória, em um briefing televisionado.
Riscos de mais incêndios
As próximas horas serão “muito, muito desafiadoras”, afirmou Andrews. Embora a previsão diga que os ventos devem se desviar até a manhã de sábado (11), Andrews pediu aos moradores que se mantenham em estado de alerta e deixem a comunidade “se forem orientados a fazê-lo”.
As autoridades enviaram mensagens de texto de emergência a 240 mil pessoas em Vitória instruindo-as a partir. Pessoas em regiões de risco alto de Nova Gales do Sul e Austrália do Sul também foram exortadas a pensar em sair, mas as autoridades não disseram quantas.
Na cidade litorânea de Eden, em Nova Gales do Sul, onde a situação de alerta foi alterada para “observar e agir” na manhã desta sexta-feira, a fumaça preenchia o horizonte enquanto os ventos sopravam fumaça e cinzas.
Shereen e Kim Green, que vivem em uma fazenda com três casas e 50 cabeças de gado nos arredores de Eden, se apressavam para encher dois tanques de água de mil litros.
“Isso é para apagar os focos de incêndio, e passaremos a noite de pé para defender nossa propriedade”, disse Shereen enquanto o vento sacudia sua SUV. “Estamos aproveitando a oportunidade enquanto podemos”.
Sentado sob a torre do relógio da cidade, o morador Robyn Malcolm disse: “Se tudo der errado, vamos correr para o cais e entrar em um rebocador”.
Fonte: G1
Fumaça de incêndios da Austrália chega ao Brasil
Imagem de satélite mostra o estado do Rio Grande do Sul coberto pela fumaça, publicada pelo INPE nesta terça-feira (7)
Imagem de satélite publicada nas redes sociais pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta terça-feira (7) mostra o estado do Rio Grande do Sul coberto pela fumaça vinda da Austrália.
De acordo com o instituto Climatempo, a chegada da coluna de fumaça não vai afetar o regime de chuvas ou a temperatura no Sul do Brasil, mas poderá ser observado um céu mais avermelhado durante o pôr do sol. Santa Catarina também pode ter a ocorrência da fumaça.
Chile e Argentina
A fumaça originada nos incêndios florestais da Austrália cruzou o Oceano Pacífico na segunda-feira (6) e cobriu parte do Chile e da Argentina, segundo mostrou imagens do Satélites da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA.
A fumaça tem sido carregada por diferentes regiões devido à circulação de ventos no alto da atmosfera.
“São chamados de ‘jatos’ – que são uma corrente de ventos mais intensos que sopram de Oeste para Leste”, explica Fábio Luengo, da Somar Meteorologia.
O meteorologista alerta para os riscos caso o deslocamento da fumaça encontre chuvas durante seu caminho. Elas podem arrastar o material particulado para lavouras, reservatórios de água e açudes, além de provocar uma chuva mais ácida.
No levantamento mais recente, de segunda-feira (6), ao menos 25 pessoas morreram por causa do fogo, segundo a CNN; três destas mortes foram de bombeiros envolvidos no combate às chamas.
Fonte: G1
Zoológico registra 90 mil atendimentos após incêndios florestais na Austrália
Balanço inclui contagem total dos animais atendidos pelo Hospital de Vida Selvagem e não somente dos resgatados nos incêndios.
O zoológico australiano “Casa do caçador de crocodilos”, referência no atendimento de animais selvagens no país, registou neste domingo (5) o salvamento de mais de 90 mil animais, incluindo muitos que ficaram feridos nos recentes incêndios na Austrália.
O balanço do Hospital de Vida Selvagem foi divulgado pela família Irwin, que teve visibilidade no início dos anos 2000 com Steve Irwin, conhecido como o “caçador de crocodilos”.
Bindi Irwin, a filha de Steve Irwin, informou que não há risco de incêndio nos arredores do Zoológico ou nas propriedades de conservação.
“Nosso Hospital de Vida Selvagem está mais ocupado do que nunca, tendo tratado oficialmente mais de 90 mil pacientes”, escreveu a jovem em sua conta no Instagram.
O Koala Brian está entre os sobreviventes resgatados pela equipe do zoológico. Ele teve a sua casa destruída pelas chamas e agora está em recuperação no hospital até que possa ser liberado em uma área não afetada pelos incêndios.
Fonte: G1